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Capítulo 33

[2 anos depois]

Tate

– Espera, tens a gravata toda torta, tonto. – A Nora riu, ajeitando a minha gravata no meu pescoço.

Sorri e olhei-me ao espelho nervoso. Era o dia do meu casamento. O tempo passou a voar desde a confusão da falésia.

Felizmente não tivemos complicações com a justiça. Ambos os casos ficaram arquivados, depois de meses em tribunal, como legítima defesa. A dor ficou, mas com o tempo aprendemos a lidar com ela.

– Ok, agora estou pronto. – Declarei, apressando-me para a porta.

– Tate. – Olhei para trás, vendo a Nora risonha a segurar um lenço. – Falta o teu lenço do casaco.

Ri com a minha própria trapalhada e corri para ela. Ela riu mais uma vez, ajeitando o lenço.

– Tem calma contigo, ela não vai fugir.

– Nunca se sabe. – Brinquei e ela terminou de colocar o lenço no meu bolso. – Obrigada, mãe.

Quando tive consciência do que disse, olhei-a boequeaberto. Ela estava surpreendida e uma lágrima escorreu pela sua face.

– Oh, eu... Ah... Desculpa. – Pedi. Senti-me envergonhado.

– Não! Não, eu adorei. Foi a primeira vez que me chamaste mãe. – Ela sussurrou e levou uma mão até ao meu rosto, deixando uma carícia. Ainda era estranho para mim receber afeto. – Podes chamar-me assim para sempre... Ou não, como quiseres. Tu é que sabes.

– Tudo bem. Mãe. – Sorri timidamente e ela abriu um sorriso rasgado.

– Este é o dia mais feliz da minha vida! – Declarou, dando um saltinho de felicidade.

– Já posso ir agora? – Perguntei, olhando para o meu relógio.

– Tens uma pessoa para falar contigo primeiro.

Antes que eu pudesse perguntar quem era, ela saiu da sala e entrou o Harry, meu pai. Fiquei tenso com a presença dele. Não falava muito com ele ainda, era estranho.

– Tate. Estou tão feliz por ti.

– Obrigado. – Agradeci com um sorriso.

– Eu posso... Posso apertar-te a mão? – Ele perguntou a medo e eu sorri.

Sem lhe responder, estendi-lhe os braços e envolvi-o num abraço. Queria muito poder resolver as coisas também.

– Eu vou tentar. Eu prometo. – Sussurrei-lhe e ele sorriu.

(...)

Quando a Violet entrou na igreja recebi um olhar gelado do pai dela. Digamos que ele ainda me odiava um pouco. Mas, quando ele me entregou a mão da filha no altar, a cara carrancuda transformou-se num sorriso amigável que me fez relaxar.

– Cuida bem dela. – Ele avisou.

– Cuidarei, senhor.

(...)

Meio trémulo com os nervos, coloquei a aliança no seu dedo enquanto trocavamos os votos. Eu estava radiante.

– Se alguém me dissesse que eu iria casar com o capitão da equipa de rugby da escola eu provavelmente socaria a cara da pessoa e fugia na direção oposta. – Ela começou os seus votos, fazendo todos rirem. – Mas agora, depois de tanta coisa, aqui estamos. Ensinaste-me a acreditar em mim própria e a superar o meus medos. E eu só tenho a agradecer-te por isso. Queria ainda pedir-te que nunca roubes, traias ou mintas. – Franzi a testa, um pouco confuso com as suas palavras e ela riu. – Mas se tiveres que roubar, rouba todas as tristezas da minha vida e sê feliz ao meu lado. Se tiveres que trair, trai a morte. Porque eu não consigo viver num mundo onde não existes. E se tiveres que mentir, mente para passares todas as horas do mundo comigo, porque eu te amo mais do que tudo e eu sem ti não sou nada.

(...)

– Então... Senhora Langdon... Gostei... – Brinquei, enquanto dançava com a Violet no salão.

– Gostas? Eu também. Coincidência!

Segurei a sua mão, fazendo-a girar.

– Tate... Estás bem?

– Claro! Hoje é o dia mais feliz da minha vida. – Sorri, beijando a sua testa. – Porquê?

– Não ficaste triste por não a teres convidado? Estás mesmo bem assim?

Mordi o lábio, nervoso. Não, eu não tinha ficado triste. De todo.

– Não. De todo. Ela teve o que mereceu. – O dj mudou a música, colocando uma que eu adorava. – Agora anda, senhorita Langdon. Eu adoro esta música.


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No próximo capítulo os pormenores vão ficar mais claros!

Obrigada desde já por terem chegado até aqui. Espero que estejam a gostar!

Toxic - Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora