-14-

883 73 19
                                    

Capítulo 14

Ben

– A Violet não quer sair desta escola, Ben. – A Vivien tentou acalmar-me e eu bufei, ajeitando o meu corpo na cadeira.

– Eu não quero saber, Vivien. Primeiro temos que nos assegurar que é de facto seguro ela voltar para aqui. Por isso diga-me, diretor Mark. Como será?

O diretor Mark tossiu, ajeitando o seu casaco ao seu tronco, e de seguida inclinou-se sobre a secretária.

– Bem, como diretor deste colégio posso assegurar-lhe que estamos a fazer os possíveis para assegurar a segurança dos alunos. Também não queremos perder uma aluna como a Violet. Ela terá apoio psicológico disponível e o resto dos alunos está sobre vigia também.

– Mas e esse Tate? – Perguntei. Só de falar do nome desse rapaz sentia a raiva consumir-me.

– Bom, eu contactei a mãe dele e já falamos. Ele terá também apoio psicológico se necessitar e, claro, já foi severamente punido. Nos últimos dias ele também não tem aparecido.

– Porque não o expulsam simplesmente? – A Vivien franziu a testa.

– Bom, senhora Harmon, o colégio achou que a expulsão não resolveria o problema. Ao invés disso estamos a pensar numa solução que seja boa para ambos os lados. O ideal seria que eles conseguissem conviver juntos no mesmo colégio num ambiente pacífico.

– Eu não quero a minha filha com aquele... Delinquente. – Mordi a língua antes que me saísse algo pior.

– Tem a nossa palavra de honra que o Tate não fará mais nada contra a Violet.

Violet

– Ganhei. Outra vez. – Festejei e o Michael ergueu os braços de forma dramática.

– Não acredito! Como é que consegues ganhar 5 jogos de xadrez seguidos? Que raiva!

– Sou profissional nisto. – Pisquei o olho na brincadeira e ele riu. – Bom, os meus pais devem estar a chegar. Eles foram ao colégio para ver como estão as coisas para terem a certeza de que eu poderei voltar em segurança. – Rolei os olhos.

– Eu continuo a achar que deverias mudar de escola. – Ele sorriu, tirando o tabuleiro de xadrez da nossa frente e sentado-se mais perto de mim. – Íamos só os dois. Para longe de todos.

Suspirei. Eu sentia que estava a ser egoísta ao querer continuar no colégio depois do Tate ter ameaçado também o Michael. Mas já não faltava muito para o fim das aulas e eu não ia suportar mais mudanças.

– Eu não tenho medo deles. Quero que eles saibam disso. – Sorri triste. – E tu? Estás com receio do Tate por causa do que ele te fez no hospital? Quero dizer... Ele ameaçou-te.

Ele riu sem humor.

– Eu, medo dele? Nah. Mas se tu ficas é claro que eu fico contigo. Vou ficar sempre contigo. – Eu sorri e ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. – És tão bonita, Violet.

Senti as minhas bochechas arderem e ia agradecer o elogio, mas não o pude fazer porque senti os seus lábios cobrirem os meus. Imediatamente congelei. Eu adorava o Michael, mas ele era como um irmão para mim. Apenas nisso. Mesmo que eu não quielsesse, eu não sentia por ele o mesmo que eu sentia pelo... Tate.

Coloquei as minhas mãos no seu peito, fazendo um pouco de força para o afastar. Resultou.

– Desculpa, Mike. Eu só...

Ele olhou-me triste e suspirou, passando a mão pelos cabelos.

– É ele ainda, não é? O Tate?

– Não, não é nada disso. – Menti. – Quero dizer... Eu não sei... Mas... És o meu melhor amigo. Eu amo-te como um irmão. Não te posso fazer uma coisa destas. Desculpa.

Mordi o lábio, nervosa. Não podia perder o meu melhor amigo.

– Como é que tu ainda consegues gostar dele? Olha o que ele me fez sem eu lhe ter feito nada! – Ele apontou para as pisaduras na sua cara e eu controlei-me para não chorar. Não queria mesmo perder o Michael. Talvez eu fosse egoísta por isso, mas ele era o meu melhor amigo. Eu sabia que ele estava certo quanto ao Tate, mas não podia ficar com o Michael sendo que não gostava dele da mesma forma.

Ao ver-me naquele estado, ele baixou o tom de voz e respirou fundo.

– Mas deixa para lá, está tudo bem. – Ele forçou um sorriso. – Eu entendo, Vi. Mas quero que saibas que eu não vou desistir de ti.

– Mike, eu...

– Shhhh... – Ele colocou um dedo sobre os meus lábios e acariciou-me a face. – Eu não vou desistir, Vi.

Michael

Puxei-a para os meus braços e descansei o meu queixo no topo da sua cabeça, sentindo o cheiro suave dos seus cabelos macios. Respirei fundo, sentindo mais intensamente o cheiro e tentando controlar os meus nervos.

Ela gostava do Langdon ainda. Eu sabia. Tinha que fazer urgentemente alguma coisa para fazer com que ela o odiasse ainda mais.

Eu não estava a mentir quando lhe disse que não ia desistir dela.

............................................................
N/A: Olá olá! Tenho tido imensas ideias, e por isso muito em breve terão muitas revelações e reviravoltas! Espero que gostem!

Toxic - Tate LangdonOnde histórias criam vida. Descubra agora