Toxic - Tate Langdon

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Capítulo 10

Tate

No dia seguinte passei horas a ponderar em mandar alguma mensagem à Violet. Acabei por não enviar nada, mas continuava a bloquear e a desbloquear o telemóvel, na indecisão de mandar algo ou não.

— Estás a irritar-me sempre a olhar para esse telemóvel. — Comentou o Tristan.

Eu rolei os olhos, tragando o meu cigarro.

— Também acho. — O Zack meteu-de também na conversa, sentado-se ao meu lado. — E olha lá. O que é que a demente da Violet queria dizer com aquela porcaria de vocês serem amigos no outro dia na cantina?

— Sei lá. Ela é doente. — Soltei o fumo pela boca e ignorei o desconforto que senti ao falar. – Consegues arranjar-me outro saco daquilo do outro dia? Estou a precisar mesmo disso.

— Tens o dinheiro contigo? . — Eu neguei com a cabeça. – Então esquece. Nada feito. Eu avisei-te. Não há dinheiro, não há droga.

— Vai-te foder, Tristan. — Atirei o cigarro para o chão, apagando-o com o pé de seguida.

Continuei no pátio sentado em cima de um dos muros, faltando às aulas da tarde. Entretanto todos começaram a ir embora e eu permaneci na escola. Não queria ir para casa ouvir a minha mãe dizer o quão má pessoa eu era. Estava farto. Com alguma sorte a sala de música estaria vazia novamente e eu poderia ir para lá tocar um pouco para me acalmar já que não tinha outra opção.

Enquanto refletia sobre o que fazer, fui vendo o pátio ficar completamente deserto. Vi apenas duas silhuetas, que reconheci como sendo a Violet e o amiguinho dela, Michael. Franzi a testa, irritado. Não gostava mesmo de o ver com ela. Ele era um idiota mimado, e ela merecia bem melhor.

Eles estiveram um pouco a falar, até que ele finalmente foi embora. Eu saltei do muro, pegando na minha mochila e caminhando em direção ao interior da escola. Ia ver se a sala de música estava vazia. No entanto, tive uma ideia que me fez voltar para trás a correr.

Eu estava sem droga por causa dela. Ela devia pagar por isso de alguma maneira. Além disso, estava irritado por ela estar com o Michael. Que raiva.

Violet

Fiquei até tarde na escola à espera dos meus pais. Eles iam passar a noite fora e queriam dar-me boleia até casa para se certificarem de que estava tudo bem.

Entretanto o Michael tinha ido embora e eu estava sozinha no meio do pátio deserto da escola. Acabei por escrever uma mensagem rápida a dizer que ia a pé embora e preparei-me para caminhar. No entanto, alguém me tapou a boca e me puxou para trás.

Comecei a entrar em pânico e a debater-me, tentando sair do aperto do meu raptor. Em vão. Continuei a ser puxada para trás. Tentei gritar, mas os meus gritos foram abafados pela mão da pessoa.

Em pânico, vi que me estava a aproximar da fonte. A pessoa subiu os degraus e entrou dentro de água, levando-me consigo. Gemi de dor e de desespero ao sentir a água fria contra as minhas canelas. Iriam afogar-me?

— Cala-te. — Arregalei os olhos ao reconhecer a voz do Tate. Ele largou-me, e eu fiquei paralisada a olhar para ele.

Ele rasgou um pouco do tecido da sua camisa e tapou-me a boca, abafando novamente os meus gritos. Tentei levantar-me e fugir, mas mais uma vez ele agarrou-me, pedindo-me de sair dali.

O meu coração quase falhou a batida quando o vi tirar o cinto das calças. Ele obrigou-me a sentar na fonte, prendendo-me à mesma com o próprio cinto. De seguida, vasculhou a mochila até encontrar uns fios e usou-os para reforçar o nó. Eu comecei a chorar alto.

— Está calada, por favor. Não sejas dramática. Daqui a umas horas venho tirar-te daí. — Acabou de me amarrar e levantou-se. Eu olhei para ele apavorada. — É só para te relembrar do teu lugar. E para deixar claro que não somos amigos e que me devias de ter devolvido o que te pedi ontem.

Comecei a tentar roçar as cordas na pedra da fonte, na esperança de que elas partissem e eu pudesse sair dali.

— Vejo-te daqui a pouco.

Horrorizada, vi-o afastar-se como se nada fosse. Comecei a sentir cada vez mais frio e encolhi as pernas, na tentativa de me aquecer. Em vão. A água cobria-me a barriga e eu estava a ficar cada vez mais gelada.