Capítulo 21
Violet
Olhei mais uma vez para o relógio enquanto caminhava apressada para a escola. Tinha cerca de 10 minutos até à hora combinada, mas não queria chegar em cima da hora.
Pareo bruscamente quando o meu telemóvel vibrou no bolso das calças. Era o Tate. O meu coração disparou.
– Tate?
– Ah... Olá. Estás na escola? – Ele sussurrou do outro lado e eu franzi a testa, preocupada com o tom abatido dele.
– Estou a caminho já. Estás à minha espera? – Ele não respondeu. – Tate?
– Estou aqui, desculpa. Eu... Não, não estou na escola. – Mais uns segundos em silêncio. – Podes ir ter comigo à esplanada perto da praia? Eu precisava de apanhar ar.
– Claro, estou agora mesmo a ir para lá.
Despedi-me rapidamente dele e quase corri para o sítio indicado por ele. Estava preocupada com ele. Que teria acontecido? Teria ele feito mais cortes?
Quando cheguei ao café, ele ainda não estava lá. Escolhi uma mesa no lado de fora a um canto e esperei por ele. Entretanto pedi um café para acalmar o nervosismo. Alguns minutos depois, avistei o ser loiro de olhos escuros. Ele rapidamente caminhou para a mesa e sentou-se à minha frente.
– Tate. O que te aconteceu? – Franzi o sobrolho e abri a boca de espanto e preocupação ao ver a sua cara com várias mazelas, incluindo uma marca vermelha que parecia de dedos na bochecha esquerda.
Ele encolheu os ombros, brincando com o copo de café que eu tinha mandado vir para mim e mantendo o olhar preso na mesa.
– Tate... Olha para mim.
Ele ergueu o olhar, triste.
– Podemos ir para uma mesa lá dentro? Está muita gente cá fora.
Assenti rapidamente e segui-o até uma mesa no interior do estabelecimento. Ele optou por uma perto da janela.
– Podes dizer-me o que se passou agora? – Insisti. – Que é isso na tua cara?
Ele suspirou, mordendo o lábio inferior e passando a mão nos cabelos.
– A minha mãe discutiu comigo. Foi isso.
Fiquei chocada. Tinha sido a própria mãe a fazer-lhe aquilo?
– Foi ela que te bateu? O que aconteceu?
– Sim, foi. Ela mandou-me ir buscar cigarros, mas eu estava cansado e acabei por adormecer e não ir. Quando ela voltou bateu-me e discutiu comigo. Relembrou-me do quão inútil sou. – Os seus olhos estavam já marejados e ele respirou fundo, controlando-se para não chorar. – Tem sido difícil.
Sem pensar muito, coloquei a minha mão sobre a sua para o tentar consolar. Ele sorriu, triste, e agarrou-a.
– Voltaste a fazê-lo? – Perguntei, referindo-me aos cortes. Estava muito preocupada com ele.
– Não. – Ele negou rapidamente com a cabeça, sacudindo os pequenos caracóis loiros. – Estive perto de o fazer hoje, mas fui mais forte. Eu fiz-te uma promessa.
Sorri abertamente para ele, que retribuiu o gesto com um sorriso tímido.
– Ela costuma fazer-te isso muitas vezes? – Ele apenas assentiu. – E se apresentarmos queixa?
– Não, eu não quero. – Apertou levemente a minha mão e eu senti as borboletas ao redor no meu estômago. – Estar contigo já me ajuda.
O olhar dele encontrou-se com o meu e ele aproximou-se lentamente de mim. O mundo sumiu de repente e tudo se resumia ao Tate e à vontade que eu tinha de acabar com a distância entre os nossos lábios.
Infelizmente, o mundo tinha outros planos e a sineta da porta tocou, anunciando um novo cliente e trazendo-nos de conta à realidade. Eu sorri envergonhada, tal como ele, e ajeitei-me na cadeira.
Levei o olhar até à porta para ver, espantada o pai do Michael entrar. Não esperava ver o senhor ali. O Tate seguiu o meu olhar e quando viu o novo cliente ficou tenso ao meu lado. Fechou as mãos num punho fechado e agarrou novamente o meu copo, brincando com ele em cima da mesa.
– Hey, que se passa? – Perguntei.
– Nada. – Ele negou.
– Tate...
Ele suspirou, erguendo novamente o olhar para mim.
– Aquele homem que acabou de entrar. – Apontou para o pai do Michael. – É o meu pai.

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Toxic - Tate Langdon
FanfictionOnde Tate faz bullying com Violet, Violet gosta de Tate e Michael gosta de Violet.