Tormenta

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-Entra! - Digo ainda meio travada, sem reação - O que aconteceu? Senta aqui.

O puxo pelo braço levando a se sentar na cadeira, do outro lado do quarto.

- Você disse... que eu poderia te chamar qualquer hora.

-Claro que sim, mas o que aconteceu? Por que você tá assim?

Ele ergue a cabeça e meu coração se aperta com toda força. Seus olhos estão inchados, vazios, e seu rosto parece desesperado. Apoiadas em seus joelhos estão suas mãos tremendo freneticamente assim como todo o resto do seu corpo. Sua respiração está fora de ritmo, e levo um tempo para perceber que tudo isso são indícios de uma crise de ansiedade.

-Todoroki, o que aconteceu? - Viro seu rosto obrigando ele a prestar atenção no que digo. Seu olhar está distante, ele acena como se tentasse dizer algo mas sua mente parece muito longe de onde estamos.

-Todoroki, me responde... o que aconteceu? - Chacoalho seus ombros numa tentativa de retomar sua atenção. Ele parece não estar me ouvindo mais, seus olhos que antes estavam em mim, agora estão fixos na janela olhando os trovões lá fora.

 Ele parece não estar me ouvindo mais, seus olhos que antes estavam em mim, agora estão fixos na janela olhando os trovões lá fora

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- Ei, sou eu a Kimiko. Olha pra mim.  - Tiro seus cabelos vermelhos e brancos da frente de seus olhos. Sua testa está suada e seus lábios secos. Vou até a escrivaninha pegando uma garrafinha de água fechada e levo até ele, que toma das minhas mãos devagar e coloca na boca, bebendo tudo.

-Vem cá, vamos ali no banheiro - Coloco seu braço por cima do meu ombro o puxando para ficar de pé, não consigo carregá-lo devido ao seu peso, mas ele vê o que eu tentava fazer e me ajuda, se levantando. Abaixo um pouco seu rosto em direção a pia do banheiro, pegando um pouco de água com a mão em conchinha e jogando em seu rosto algumas vezes. O contato da água fria faz ele recobrar um pouco mais a consciência. Enxugo com uma toalha suas bochechas, agora já não é mais possível distinguir se o líquido que escorre é a água que acabei de jogar, ou as lágrimas que ainda estavam ali.

Sinto minha garganta fechar o vendo dessa forma, nunca estive com ninguém em um momento desses. O que tenho que fazer? Chamo alguém? O levo para algum lugar? O que eu digo? 

Tento afastar essas indecisões a medida que institivamente meu corpo se aproxima dele e o abraço devagar, esperando um possível afastamento, não sei se é a coisa certa no momento mas tudo que eu quero é arrancar dele, seja lá o que tiver acontecido, o que ele tiver pensando. Shoto continua parado sem se mexer, mas também não se afasta. Passamos alguns minutos assim até ouvir ele finalmente falar comigo.

-Desculpe - Ele sussurra baixinho por cima do meu ombro. Quase não consigo o escutar com os sons da tempestade que continuam lá fora.

-Você não precisa se desculpar por nada. O que eu posso fazer? É só me dizer e eu faço -  Me afasto para olhar seu rosto.

-Nada. Só fica aqui... eu acho - ele responde a medida que seu corpo começa a parar de tremer.

-Sim -  E volto a abraçá-lo.

LIKE DYNAMIGHT - Bakugou KatsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora