Passaram-se dois dias que eu não o via.
Era inútil mandar mensagens que não estavam se quer sendo visualizadas, e em todas as vezes que eu ligava, chamava até cair no correio de voz. Kirishima disse que ele não havia voltado pro quarto desde aquela noite, assim como o resto do pessoal que não faziam ideia de onde Bakugou poderia estar.
Eu procurava lembrar de todas as formas, o que eu deixei de perceber ser o motivo pra que ele ficasse daquele jeito, mas nada vinha a mente. Estávamos bem, estava quase tudo bem e em uma fração de segundos... não estava mais.
Não conseguia manter a concentração durante as aulas da manhã. Não havia espaço para pensar em algo que não fosse ele, estava preocupada demais, esperando um sinal de vida. Ainda que eu me agarrasse em uma justificativa aceitável pra seu sumiço, não podia deixar de pensar que algo pudesse ter acontecido, e era só nisso que eu pensava.
Meus olhos se mantinham no lado de fora da sala de aula, nesse andar era possível ver a entrada do câmpus e enquanto minha atenção estava longe do professor que falava sobre o conteúdo maçante sem pausas, eu desbloqueava a tela do celular constantemente, ansiando por aquela notificação que não chegava.
As horas passavam vagarosamente, eu poderia facilmente dizer que estava presa há semanas naquela aula que nunca acabava, não estava mais aguentando, precisava fazer algo e isso tinha que ser logo.
Precisei aproximar meu rosto da janela para ter certeza que enxergava com clareza a moto preta e vermelha passando pela entrada da universidade, e o piloto que havia em cima dela, com o visor completamente escuro onde não era possível ver seu rosto. Como se isso fosse preciso já que eu o reconheceria de longe.
Quando percebi, já estava em direção a porta, andando até o corredor de maneira apressada e com o coração acelerando mais e mais a cada passo que diminuía a distância até o estacionamento. Ao chegar olhava em todas as direções, ficando na ponta do pés para enxergar mais longe, por cima dos carros e finalmente meus olhos cruzar com os dele, que ao pararem no meu rosto começou a vir caminhando na minha direção, sem pressa nenhuma, e eu diminuí o ritmo fazendo o mesmo.
Os segundos que surgiram nesse espaço de tempo, faziam meu peito gritar, até finalmente silenciar ao perceber seu rosto inexpressivo e não saber o por quê.
— Oi. - Eu disse assim que estávamos próximos, mas não tive resposta. Ele apenas me olhava de volta.
— Onde você estava? Você sumiu, fiquei preocupada, mais um pouco e iríamos até a polícia sei lá... - Minha voz perdia a força e terminava em um sussurro por ser a única falando aqui. Passei a mão nos cabelos, tentando me recompor e procurando algo pra dizer.
— O que aconteceu Bakugou? - Tento segurar em sua mão, mas a reação que ele tem é instantânea, dando um passo pra trás e se afastando de mim, pareceu muito natural, uma ação não pensada como se seu corpo estivesse agindo sozinho.
— Tenho que falar com você. - A voz grossa e baixa traziam um enorme sentimento de cansaço, assim como as sutis olheiras que percebi abaixo de seus olhos. As roupas reconheci serem as mesmas daquela noite, e enquanto reparava nisso só consegui responder de maneira simplista.
— Ok.
— Não agora, mais tarde. Preciso dormir, te mando mensagem a noite. - Ele diz passando por mim de maneira fria. Fico ali parada, sem reagir e com o pensamento em mil coisas que ele possa ter pra me falar.
(...)
— Tô aqui fora.
Olho a mensagem na tela do celular e suspiro, vestindo o moletom e saindo do quarto. Aquela sensação está aqui desde o instante que o vi passar pela porta, isso não passa, na verdade só aumenta, crescendo e crescendo até o momento de explodir, o que realmente me aflige por eu não saber quando e nem como será.
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LIKE DYNAMIGHT - Bakugou Katsuki
Fanfic𝑀𝑎𝑙 𝑠𝑎𝑏𝑖𝑎 𝑒𝑙𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑟𝑒𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 ℎ𝑎𝑣𝑖𝑎 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑐̧𝑎̃𝑜, 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑐𝑎𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑟𝑎𝑣𝑖𝑙ℎ𝑜𝑠𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑟𝑟𝑢𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑝...