Abeiramento

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Cruzo o refeitório segurando um pão doce e um copo grande de cappuccino. Me sento ao lado de Todoroki, entregando a caixinha de suco a ele que recebe, e logo começa a beber.

— Eu acho que os professores vão arrancar minha pele semana que vem e pendurar pra servir de exemplo.

— Isso é por que você fica por aí vadiando e não estuda Kaminari - Jirou dá uma cutucada no braço do loiro desanimado.

— Bom, eu estudo e mesmo assim vou levar uma surra na matéria do professor Hiroshi - Afirmo.

— Eu lembro de quando tive essa matéria no ano retrasado. Quase reprovei mas o Bakugou me ajudou a estudar e ainda tirou a maior nota da sala... - Kirishima se vira olhando pro loiro que está com fones de ouvidos, parecendo não nos escutar — Já sei, por que você não ajuda ela a estudar bro?

— Ahn? Por que eu? - Ele franze a testa, mostrando que nos ouvia sim.

— Por que acabei de falar o por que. Você não tava ouvindo?

— Kirishima não precisa, tá tudo bem. Eu me viro, qualquer coisa peço ajuda pro Shoto ele é inteligente também então... - Envolvo o meio ruivo na história mesmo sem sua aprovação, tentando me livrar do constrangimento de ter outra pessoa pedindo um favor por mim.

— Mesmo? O Bakugou tem essa cara mas ele não morde não.

— Prefiro não arriscar - Digo prestes a ser fuzilada. Kirishima já havia levado um soco na barriga no momento que terminou de falar.

— Não precisa de nada mesmo Kimi?

— Uma arma talvez resolvesse o problema — Brinco, mas somente Todoroki dá risada — Tô brincando.

Termino minha refeição, verificando quais as primeiras matérias do dia, nessas até que eu não vou mal, então é mais esperto eu faltar pra estudar pro bicho de sete cabeças que vai arruinar meu semestre. Professor Hiroshi tem uma ótima didática e tudo mais, o problema é eu me concentrar na hora que ele explica, é como se as palavras saíssem mudas e eu só visse seu maxilar se movendo sem fazer sentindo nenhum pra mim.

Me levanto indo em direção a biblioteca, onde lembro ter ido apenas na primeira semana. O lugar é enorme, pra variar os padrões da UA. Peço licença entregando a bibliotecária um pedaço de papel com alguns livros que o professor havia me listado, após eu ter dito que estava com dificuldade pra entender o conteúdo.

Demora um pouco até que ela venha com três exemplares e logo depois procuro uma mesa vazia para sentar. Coloco os livros com cuidado em cima do móvel, tentando não fazer muito barulho, há vários grupinhos de estudo por todo o local e mesmo assim o som é incrivelmente baixo, todos parecem muito concentrados, alguns murmuram baixo enquanto lê, outros escrevem aceleradamente tirando trechos das páginas e transformando em anotações.

Suspiro prevendo a longa manhã chata que vem pela frente, e me ajeito na cadeira abrindo as primeiras páginas. Leio alguns exercícios começando a tentar resolver no caderno, páro, encaro o teto, penso em trancar o curso, volto a fazer e fico nessa por alguns instantes com certeza que não está certo da maneira que estou resolvendo.

— Tá errado - Me viro assustada vendo Bakugou parado atrás de mim, encarando meu caderno com cara de decepção.

— Brotou da onde? Não chega desse jeito.

— Tá errado - Ele ignora meu comentário sentando na cadeira à minha frente.

— Já escutei, mas tô tentando e não tá dando certo essa porcaria - Respondo frustrada.

— Passa pra cá - Ele toma o caderno e o lápis da minha mão analisando cuidadosamente cada linha da resolução, então pára em um ponto específico refazendo ao lado.

LIKE DYNAMIGHT - Bakugou KatsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora