LIKE DYNAMIGHT - Bakugou Katsuki

O lado ruim

Realmente eu estava certa sobre ser ainda mais bonita com a chuva.

É o pensamento que tive quando as primeiras gotas de água começaram a escorrer pelo vidro da janela de Katsuki. O dia estava nublado e as cortinas pretas estavam separadas em uma fresta, permitindo ver a chuva batendo no vidro.

Ultimamente me sinto tão cansada que esses minutos deitada na cama parecem uma recompensa divina, mas por maior que seja a vontade de ficar mais tempo aqui, olho no celular e vejo que já passou da hora de levantar.

— Katsuki, temos que ir.

Ele resmunga, apertando ainda mais o abraço em volta de mim e dou uma risada.

— Por que a gente tem que ir nessa droga?

— Já te falei. Primeiro, porque faz tempo que a gente não se reúne com o pessoal, segundo... você quer mesmo passar o final de semana todo nessa cama?

— Sim, com você sim.

— Levanta logo. - Peço, afrouxando as mãos dele e ele finalmente sai da cama.

Me espreguiço no colchão enquanto o olho se levantar, me dando a imagem perfeita dos desenhos vívidos em suas costas.

— Ainda não sei por que tenho que ficar dividindo minha namorada com esses idiotas.

Eu amava ouvir ele me chamando de namorada e nunca conseguia disfarçar o sorriso bobo que se formava em meus lábios cada vez que Katsuki fazia isso. Ainda dava o mesmo frio na barriga desde o dia que aceitei.

Fazia tempo que não me sentia tão feliz assim.

Me levanto e começo a me vestir antes de arrumar a cama ao recolher os lençóis do chão e os esticar. Katsuki já estava praticamente instalado no apartamento e não dormia mais no câmpus há um bom tempo. Faltavam duas semanas para que ele, Denki e Kiri tivessem sua formatura e se despedissem da faculdade e por mais que eu estivesse orgulhosa e contente por eles, haviam uma pequena farpa entre tudo isso.

Com o passar dos dias eu estava o vendo cada vez menos, e não queria bancar a chata nem nada, mas não conseguiria deixar de me preocupar.

Ele entra novamente no quarto e começa a mexer com os cabelos em frente ao espelho. Sento na cama atrás dele e Katsuki me olha pelo reflexo do espelho, meu rosto sério e meus braços cruzados na frente do corpo.

— O que foi?

— Agora a gente precisa mesmo conversar e não tenta me distrair de novo.

— Tá... O que é? - Ele fica de frente a mim antes de eu começar a falar.

— Olha, eu sei que você tá dando o melhor de si nisso, e quer mostrar todo seu potencial, mas você precisa pegar leve...

— Tá falando do que?

— Tô falando de você pular refeições e ficar horas a fio trabalhando mais do que te pedem, você chega tão tarde sempre e sei que continua acordando antes das seis pros seus treinos malucos, o que significa quantas horas de sono?

— Você tá exagerando...

— Não tô. O que tá querendo com isso? Infartar do coração e pegar todo mundo de susto?

— Eu não vou infartar idiota, você tá mesmo exagerando. - Ele diz prestes a sair do quarto rindo.

— Katsuki. - Peço, segurando a barra da sua camiseta e ele pára, olhando minha mão antes de tirar do tecido e a segurar. Seus olhos veem os meus e encontra ali toda a sincera preocupação que eu estava tendo há semanas e sua expressão amoleceu.