Durante a exibição do trabalho ao qual havíamos nos preparado e reunido diversas vezes, meu trio me olha tentando passar alguma calma antes que eu pronunciasse minhas primeiras palavras a toda a turma silenciosa e com a atenção voltada a mim.
Consigo desenrolar bem, até o momento que páro pra notar onde realmente estou, com todos me olhando, e vem um branco em tudo que havia memorizado. Todoroki percebe antes de qualquer um e passa na minha frente, tomando o lugar de fala e concluindo a apresentação.
Algumas perguntas são feitas, e Uraraka e Deku respondem apesar de estarem tão nervosos quanto eu, eles se entreolham complementando as respostas um do outro, não é pra menos que passaram tanto tempo estudando juntos nas últimas semanas.
O professor deu uma nota bem alta e nos cercou com elogios. Suspiro aliviada pelo peso sendo tirado das minhas costas, sob os aplausos de toda a turma.
— Por favor me lembre de casar com você - Digo baixo pra Todoroki enquanto voltamos aos nossos lugares.
— Ok, vou marcar a data e te informo um dia antes, pra não ter chance de você fugir - Ele sorri pra mim que retribuo, antes do próximo grupo se preparar para o seminário seguinte.
Ao término da aula quando trocamos de sala, sinto meu corpo um pouco mais quente que o normal, acompanhado de alguns calafrios, que acredito ainda serem vestígios do nervosismo de alguns minutos atrás. Não sei da onde a Uraraka tirou que eu falo bem, o nervosismo na voz fica muito aparente quando sou o centro das atenções.
Quase não sinto fome no horário do almoço, o que é especialmente estranho porque se depender de mim, estou sempre comendo. Seguimos até a mesa de sempre, Todoroki e Uraraka, já que Midoriya nunca se senta conosco. Na verdade, sem ser nos horários de aula nunca o vejo pelo câmpus, é como se ele evaporasse.
Sentamos na mesa junto com o pessoal de sempre, inclusive os veteranos. Tento não ter contato visual com Bakugou mesmo ele parecendo não notar minha presença.
O momento e as conversas que tivemos ontem, nesse instante parecem tão distantes, como se tudo não tivesse acontecido, ou fossem apenas imaginação minha.
Realmente tenho que encarar que ultimamente estive com a cabeça nas nuvens por tempo demais, com a mente enfiada em letras de músicas e livros, me mantendo o menor tempo possível no mundo real. Pode ser que tudo tenha acontecido de forma diferente, eu vi diferente, eu imaginei demais, eu entrei numa ilusão.
Brinco com a comida no prato um pouco antes de levantar o olhar e lá está: o par de olhos que tanto me perseguem, fixos em mim.
Um sorriso de lado acaba aparecendo em seu rosto quando seus olhos descem até a roupa que uso, o moletom de ontem. Não havia percebido que ainda o usava, ele era tão quentinho e confortável que roubá-lo era tentador, e com o sorriso que somente eu na mesa percebo, duvido muito que Bakugou tenha se incomodado com ainda estar em mim algo que o pertence.
Passo na lavanderia antes do trabalho e levo o moletom junto, colocando na secadora após o término da lavagem. Peço a Mina qual o número do quarto de Kirishima com uma sacola de papel em mãos e coloco a peça de roupa dentro. Procuro o número que ela me disse, olhando pelo corredor que havia o visto naquele dia de madrugada.
Uma música alta toca dentro do quarto, enquanto estou parada na frente da porta, mas somente duas batidas fracas são suficientes para o som abaixar e eu ouvir passos vindo em minha direção.
— Nossa que audição boa, eu pareço uma senhora pedindo pra repetir mais de dez vezes a mesma coisa - Ele dá uma risada antes de olhar o pacote em minhas mãos.
— O que você tem aí? Trouxe comida?
— Dessa vez não Kiri. Pode entregar isso pro Bakugou por favor?
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LIKE DYNAMIGHT - Bakugou Katsuki
Fanfiction𝑀𝑎𝑙 𝑠𝑎𝑏𝑖𝑎 𝑒𝑙𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑟𝑒𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 ℎ𝑎𝑣𝑖𝑎 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑐̧𝑎̃𝑜, 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑐𝑎𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑟𝑎𝑣𝑖𝑙ℎ𝑜𝑠𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑟𝑟𝑢𝑖𝑛𝑎𝑟 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑝...