CAP L - QUATRO

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Trilha sonora do capítulo: Fallout - Unsecret X Neoni

DEEM PLAY NA MUSICA

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Ottawa, Canadá.

QUATRO DIAS PARA O JULGAMENTO.

A essa altura nada podia conter as chamas do incêndio que flamava com veracidade e rapidez ao redor dos corpos envolvidos por elas. Aos poucos cada um dos atingidos sentia a pele queimar e o ardor tinha sensação e cheiro de fuga, mas não havia para onde fugir, as janelas da mente estavam incendiadas assim como qualquer outro lugar por onde quisessem escapar as pessoas que pelo menos uma vez entraram no caminho de Srta. Bicalho para impedi-la de estar com Kalimann, a mesma mulher que agora tremulava a espera das palavras de Virgínia Negri em sua frente após horas de desaparecimento.

Não sentia sua falta, muito mais desejava sua morte, mas sabendo que seria um destino lindo demais para acontecer tão rápido, Kalimann temia pelo que pudesse estar acontecendo durante as horas em que a empresária ausentou-se sem deixar o mínimo rastro de onde ela pudesse ter ido faltando poucos dias para o julgamento.

Em um tom suave de voz, Virgínia Negri confessou vagarosamente em uma única frase que encontrou-se com a promotoria para realizar o pedido de Rafaella Kalimann e então dar a ela o que gostaria. Um testemunho contra Elizabeth Boneville.

A água gaseificada deslizou pela garganta da mulher que a assistia falar como se uma cachoeira desaguasse sobre pedras antes atingidas por um vulcão. Ela estava sedenta, nenhum pingo de saliva fluía em sua boca esperando por mais confissões.

As gotas de suor deslizavam pela taça servida com água refletindo o que Rafaella sentia acontecendo em seu corpo, como se estivesse tão gélida a ponto de derreter em um líquido frio. Afastou suas mãos da taça para repousá-las sobre seu colo doando-se a lançar um olhar seriamente fatal a Virgínia, intimando a mulher a dizer de imediato tudo o que sabia.

- Eles tem muita coisa contra Elizabeth, não acho que seja preciso que eu testemunhe contra ela para que sua condenação esteja certa.

Desconforto.

O acastanhado par de olhos intensos de Negri tremulavam para um lado e outro em observação a pouca movimentação do restaurante refinado, não haviam muitas pessoas transitando para que ela tivesse algo mais interessante que a mulher que dividia a mesa sentada em sua frente, mas ela recusava-se a ser tão incisiva com o olhar quanto havia sido todo esse tempo. Sua causticidade e ousadia fugiram para um lugar longe de seu corpo e longe mais ainda de suas intenções, pela primeira vez em tanto tempo, Kalimann sentiu os pelos de seu corpo se eriçarem ao perceber onde estava a fraqueza de seu inimigo.

Os sentidos de seu corpo soaram como um sopro divino. As chamas a aqueceram outra vez girando em torno dela de seus pés até a cabeça, Kalimann queimava de prazer.

O olhar vidrado na garganta á sua frente notou lentamente a deglutição de saliva. Suas pupilas estavam dilatadas, a dançarina estava em alerta.

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