CAP II - PEDRA ESMERALDA

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Musica do capítulo: GANGSTA - KEHLANI. O Play será sinalizado.

Boa leitura!

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POINT OF VIEW GIZELLY BICALHO

Caminhei lentamente até o bar enquanto observava o local em que estava, eu não fazia idéia de que ele existia até estar ali naquele momento. Aliás, nem fazia idéia de como Clara o tinha descoberto.. E claro, sendo tão cobiçada, eu não ia perguntar a ela qual de suas mulheres tinha apresentado esta boate a ela.

Agradeci recebendo meu uísque e procurei um lugar para me acomodar enquanto o que parecia ser um palco, ainda estava isolado pelas imensas cortinas de caimento grosso tingidas na cor vermelho-vinho completamente camurçadas.

A bilheteria da boate estava lotada, e não paravam de entrar pessoas, até mesmo a Área Vip onde estávamos eu e Clara começara a se comprimir de homens e mulheres da Classe Alta do Rio de Janeiro sedentos por apreciarem o que parecia ser um show de mulheres sensuais que a  poucos minutos começaria.

- Bom te ver! nunca esteve tão gostosa - Ouvi soar a voz de Clara.

Virei meu rosto em direção a mesma e me deparei com a sombra de mulher de cabelos negros e um corpo escultural em seu colo sentando-se em seu colo. Fitei-a de cima a baixo e logo dei de ombros, voltando a vidrar meu olhar sobre o palco da boate incomodada com a espera.

- Mas que demora em? quanto tempo vocês levam pra vestir um lingerie e ajustar as cintas? - revirei os olhos enquanto resmungava para a dançarina que ainda estava no colo de Clara a seduzindo incansavelmente. Voltei a observa-las e pude ouvir mesmo que baixinho, os estalos da sucção em um beijo caloroso das duas. Enchi os pulmões de ar e levantei bufando.

Me afastei da Área VIP da boate e voltei para o bar onde pediria outro drink e esperarei até que finalmente o show daquele noite tivesse começado. Que demora infernal!

- Oi! prazer. - Uma vez aveludada e nada familiar soou por cima de meus ombros, não tão perto o bastante para que eu pudesse reconhecê-la. Me desfiz da direção para onde observava naquele instante virando meu corpo para ela, aliás, não sabia quem estava se apresentando sem que eu lhe desse a menor confiança.

Era uma mulher sedutora que media um pouco mais que o meu tamanho. Seus cabelos castanhos eram longos e corriam por seu corpo até a altura de seus seios que estavam cobertos por um blazer azul formal. A luz do ambiente refletia em seus olhos um castanho claro quase cor-de-mel. Era tentadora.

- Sou Virgínia,  dona da boate - Seus lábios curvaram em um sorriso amarelo.  - Nossos clientes costumam ser fixos, nunca te vi por aqui.. não é?

- Ah, não. É a minha primeira vez na boate. Sou Gizelly Bicalho. - Estendi a mão para cumprimenta-la paralisando a ação da mulher que se aproximava para beijar minhas bochechas. Ela havia recuado.

Literalmente não era o tipo de pessoa que se sentia confortável na companhia de qualquer mulher, ou qualquer pessoa. Simpatia e hospitalidade eram o mínimo que ela deveria me oferecer, tendo em vista que minha primeira vez na boate poderia fazê-la lucrar muito. Os longos anos que trabalhei em meus escritórios foram bons professores quando o assunto era esclarecer que apenas um cumprimento poderia dar margem para comportamentos alheios que me desagradavam, intimidade era um deles. Não era isso que eu queria.

ASSUNTO CONFIDENCIALOnde histórias criam vida. Descubra agora