mudanças

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Visto-me apressadamente e vou de encontro à sala de estar onde a minha mãe está. Ainda me pergunto o que será que é assim tão importante para ela estar assim tão séria. Se bem que a minha mãe está sempre séria, esta expressão pareceu, de alguma maneira, mais séria ainda.

Quando entro na sala, a minha mãe levanta-se imediatamente do sofá, num ato inconsciente, como se se encontrasse demasiado nervosa para contar seja o que for sentada. Fico ainda mais preocupada assim que os minutos passam e nenhuma palavra é abandonada da boca da minha mãe.

"Mãe, o que se passa?" pergunto baixinho, cautelosamente tentando manter os meus nervos controlados.

Vejo-a a engolir em seco. "É melhor sentarmo-nos." Ela avisa, mas corto-a imediatamente.

"Conta-me, agora." Não quero rodeios. Sinto que algo de mau vem por aí e não quero mais floreados. Sei que tem alguma coisa a ver com o meu pai, eu sinto isso. Eu apenas quero saber logo.

"O teu pai levou-nos à falência. Vão nos tirar a casa numa semana senão lhes pagarmos o que ele lhes deve." As palavras são rápidas e fazem o mesmo efeito de facas a cortar a minha pele. Sinto-me perder as forças por momentos, mas não deixo que ela perceba. Recomponho-me, mas tenho de me sentar no sofá. A minha mãe vem ao meu encontro e senta-se ao meu lado.

"Para onde vamos?" questiono quase num sussurro. Em toda a minha vida eu vivi nesta casa. A maior parte dela são más memórias, mas eu gosto dela. Também é a única que tenho. Este é o meu lar. Eu não tenho outro sítio em que eu possa chamar de lar. Eu não gosto de mudanças, e sinto que a maior delas todas está por vir.

"A tua avó pode nos acolher por algum tempo. Nós vamos ficar bem." Ela abraça-me. Respiro fundo ao saber que não vamos ficar sem teto.

"Mas a avó mora... longe. A avó mora muito longe daqui." Começo a perceber que talvez esta não seja a melhor opção. Mas talvez esta seja a única opção. "E a terapia? E o sr. Rodriguez?"

"Ambas sabemos que não é por isso que estás preocupada." Ela olha-me nos olhos, com o seu ar compreensivo. Ela sabe que é por causa do Liam, mas ela não percebe. Ele é meu amigo, mais nada. Mas eu não posso simplesmente deixá-lo. Ele ajudou-me tanto, mesmo não me conhecendo bem e eu só lhe tenho a agradecer. Não posso ir agora, não posso sair daqui. Tem de haver outra opção.

"Sim, o Liam também. Tem tantas coisas aqui que não podemos deixar simplesmente para trás." Agarro as suas mãos para que ela perceba o meu desespero. Eu sei que não lhe estou a deixar muita saída. Não temos nenhum sítio aqui para ficar, o único sítio é na casa da avó, mas não podemos sair daqui. Não podemos. Ela olha-me nos olhos, com tristeza, sabendo que está prestes a tirar as minhas esperanças.

"Sinto muito, Dorothy." Diz apenas e levanta-se do sofá. Entretanto, uma ideia ocorreu-me.

"Espera. Não podemos ficar na casa do tio Richards? Ele mora a apenas umas ruas daqui." Pergunto desesperadamente, agarrando na alternativa que dei e esperando ansiosamente a resposta da minha mãe.

"Richards?" ela fala mais para ela do que para mim. "Nem pensar. Ele nunca vai deixar." Eu sei que o meu pai e o seu irmão sempre tiveram discussões e das graves, mas não acho que o meu tio vai-me deixar na rua, nem a mim nem à minha mãe.

"Ele não nos deixaria na rua, mãe. Por favor. Temos de tentar." Peço, rezando interiormente para que ela aceite.

Ela está pensativa, provavelmente debatendo os prós e os contras, mas sei que ela vai escolher tentar.

Ela sempre tenta.

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ola

eu sei, muito tempo, sorry. tive um bloqueio e tals... é uma merda.

mas ya,

não é dos maiores, mas é o que temos.

peço muuuuuuuuuitas desculpas, a sério. vou tentar compensar-vos ;)

BabyPopcorn xx

The White Bus |l.p|Onde histórias criam vida. Descubra agora