depressão

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O seu retrato estava nas suas mãos enquanto ele me olhava expectante e reticente, como se pelo simples facto dele estar a segurar aquela fotografia, eu o fosse agredir.

No momento não reagi. Simplesmente fiquei a observar a beleza daquele ser feminino que tanto me deu alegria.

Seria, no mínimo, engraçado que no dia que me lembro dela - não que me esqueça dela nos outros dias, só que hoje "falei" com ela - é o dia em que o meu pai vem ao meu quarto e encontra o retrato que eu escondo dentro da minha gaveta.

Espera...

"Onde encontraste isso? Isso estava na minha gaveta." Digo, surpreendentemente calmo demais para a situação ocorrente.

"Eu só.. estava a procura de uma coisa." Sei que ele estava à procura das drogas que eu costumava a ter, escondidas em todos os sítios da casa, quando ela morreu.

Embora devesse ficar chateado com o que ele fez, invadir a minha privacidade, não o estou. Estou calmo e não sinto qualquer tipo de raiva, a raiva que persistia em mim quando a mesma coisa acontecia no início. Apenas olho mais uma vez para o sorriso dela estampado naquela fotografia, naquele dia que parece que foi ontem.

O Sol estava mais brilhante que nunca e sinto uma brisa quente bater no meu rosto. Tiro a camisola para me refrescar, sabendo perfeitamente que a iria irritar ao fazê-lo.

"Oh meu deus, tu és tão primitivo." Ruge ela, ao ver que estou nu da cintura para cima. "Não sabes usar camisolas?"

"Está muito calor para camisolas, e além do mais," viro-me para ela, indo de costas em direção ao nosso destino. "Fico melhor assim."

Ela cora, enquanto olha para o meu corpo, tal como eu sabia que o faria. Ela é tão previsível, no entanto sei que não devia ter feito esta observação. Eu sei o que ela sente por mim e não devia estragar a nossa amizade.

Chegamos ao banco branco do jardim onde todas as quintas feiras à tarde nos encontramos para falar. Ela é uma boa amiga e sei que ela gosta de mim, mas nunca passaremos daí, não permitiria nada mais entre nós.

Sento-me no banco e ouço as novidades que ela conta que um rapaz, que está na turma dela, começou uma discussão com a professora de matemática no meio da aula e que quase era expulso da sala. Rio-me juntamente com ela, olhando atentamente para o sorriso que se forma nos seus lábios, coisa que não acontece muitas vezes.

Tiro imediatamente o telemóvel do bolso e tiro-nos uma foto ainda a tempo de apanhar o seu sorriso. Milagrosamente ela está a olhar para a câmara, muito descontraída e natural, precisamente o meu objetivo.

"O que fizeste?" ela fala muito rapidamente, quando repara no telemóvel na minha mão.

"Tirei-te uma foto." Sorrio provocativamente. Ela não gosta nada de fotos.

"Apaga já isso." Ela tenta tirar o telemóvel da minha mão, mas eu consigo erguer o meu braço mais alto que o dela.

"Não vou apagar. Estás linda." Elogio-a e ela cora, deixando de tentar segurar o telemóvel. Sei que aumentei as suas expectativas quanto ao nosso relacionamento de "apenas amigos", mas ela tem de saber isto. Ela não se acha bonita e eu, como amigo, tenho o dever de lhe dizer isso.

Arrependo-me de não lhe ter dado uma oportunidade. É aquilo de que mais me arrependo em toda a minha vida. Talvez se nós estivéssemos a namorar, ela tivesse sido mais feliz e assim não tiraria a sua própria vida. Talvez se nós estivéssemos a namorar, ela não senti-se a necessidade de tomar todos aqueles comprimidos na casa de banho do seu quarto. Talvez se nós estivéssemos a namorar, eu pudesse ter ido a casa dela, impedi-la de tomar aqueles malditos comprimidos. Eu podia ter previsto aquilo, eu podia impedir aquilo, ela estaria viva neste momento.

Mas não está. Porque eu não queria perder a amizade dela.

Pego na fotografia com uma simples moldura que ela própria escolheu depois de termos ido revelar a fotografia.

Sorrio. Eu escondo a fotografia para que o meu pai não pense que tive outra recaída. Eu só quero recordá-la, não vou voltar a drogar-me. Não agora.

"Então, tens alguma coisa a dizer-me?" O meu pai tenta encorajar-me - da maneira errada, obviamente - a "desabafar" com ele. O problema é que não tenho nenhum problema.

"Eu estou bem, pai." Pouso a fotografia em cima da minha mesa de cabeceira, não vou mais escondê-la.

"Espero que sim. Eu sei o quanto a Rose foi importante para ti. Ela não gostaria que te perdesses, outra vez."

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SURPRISE!

não me mateeeem! demorei milhões de anos a escrever este capítulo, mas testes e nenhum tempo e merdas.....

Mas está aqui, espero que tenham gostado. QUEM É QUE ACHAVAM QUE ERA? QUERO SABER AS VOSSAS RESPOSTAS!!!!

Dedico à LittleCrazyMofo1999 porque é uma fofa e comentou e eu AMO quem comenta, e AMO quem vota, e AMO quem lê. EU AMO TODA A GENTE.

Mas ya, aqui está.

VOTEM, COMENTEM, FAÇAM O QUE QUISEREM!

BabyPopcorn xx

The White Bus |l.p|Onde histórias criam vida. Descubra agora