reconquistas

174 17 0
                                    

Liam Payne

Qual não foi a minha desilusão, pela segunda vez desde que conheço aquela rapariga, não a ver naquele autocarro de manhã. Fiquei seriamente preocupado com o que poderia ter acontecido com ela. Sem ela, aquele autocarro parecia vazio.

Quando cheguei à escola, depois de descer do autocarro e me direccionar ao portão da minha escola, vejo-a a dirigir-se para lá também. Automaticamente sorrio e começo a andar mais depressa para poder chegar até ela.

"Es.. esqueci-me em casa." Acho que estão a falar do cartão. Ela não anda aqui, por isso não o tem.

Aliás, porque é que ela quer entrar?

"Vou só verificar o seu nome então. Qual o seu nome?"

"June Smith." Respondo rápido. A rapariga percebe finalmente que estou atrás dela e parece aliviada.

O porteiro olha-me desconfiado.

"Hmm, sim, June Smith." Concorda, nervosa.

O senhor Walker verifica no monitor e passado uns segundos acena afirmativamente para nós.

"Sim, está aqui. Desculpe não a reconhecer, mas é tanta gente.." desculpa-se o homem.

"Não há problema." Responde Dorothy educadamente.

Ela entra na escola e vou logo atrás dela, colocando-me a seu lado. Ela estava um bocado nervosa enquanto olhava em volta à procura de alguma coisa. Passado um bocado, parece mais aliviada.

"Então, June Smith, que fazes por aqui?"gozei, tentando meter conversa.

Ela olhou para mim e sorriu, mas não respondeu. Consigo perceber porquê. Ainda à pouco tempo me conheceu. Devo ir mais devagar. Andávamos em direção à porta de entrada da escola.

"June Smith? Quem é?" Perguntou passado um tempo.

"Oh, pois, é uma rapariga que está sempre a faltar. Ninguém a conhece, ela nem sequer tem foto de identificação na escola. Só a conheço porque é minha prima. Por isso, lembrei-me." Expliquei-me rapidamente. Ela não olhava diretamente para mim, apenas olhava para o chão asfaltado da minha escola. A sua cabeça levantou-se ligeiramente e de repente ela para.

"De qualquer maneira, obrigada." Sorri. Vira as costas e começa a caminhar em direção ao portão.

"Já vais?" perguntei um pouco desiludido de a ver a ir embora. "Pensei que ias ficar aqui?" Um bocado estúpido porque ela nem sequer estuda aqui, ela não iria estar aqui a fazer nada, quando eu fosse para as aulas.

"Tenho mesmo de ir." Disse com alguma vergonha.

"Tudo bem. Então, vemo-nos depois?" meio pergunto, meio afirmo.

Ela dá-me um sorriso e vira-se de novo para a saída da escola. Um sorriso está estampado no meu rosto e não sei como tirá-lo de lá. Nem o quero fazer. É sempre a mesma sensação esquisita quando a vejo. Existem sempre os mesmos tipo de sorrisos, a mesma troca de olhares, mas ao mesmo tempo são sempre diferentes, nunca é um sorriso igual, ou um olhar igual. Tudo muda em cada vez que nos vemos e isso torna mais especial a próxima vez que nos veremos.

O toque da campainha é ouvido e sou puxado para fora dos meus pensamentos.

.

Dezembro já chegou. Os dias começam a ficar mais pequenos e a noite começa a chegar mais cedo. Por isso, quando saio da escola às cinco e meia, já está escuro.

A esta hora o autocarro não passa. Só daqui a meia hora, mas não posso esperar tanto. Em meia hora chego a casa a pé. Por isso, vou andando pelo passeio estreito, pelas ruas que já sei de cor e salteado.

Está a ficar realmente escuro. Olho para o céu e vejo nuvens cinzentas. Vai chover. É melhor parar e esperar pelo autocarro na paragem seguinte. Assim, pelo menos estou abrigado.

Dou uma pequena corrida quando sinto uma pinga cair na minha testa. Coloco o meu carapuço em cima da minha cabeça para não me molhar e finalmente enxergo a paragem. Volto a dar uma corrida até ela.

Chego e já uma pessoa está lá sentada. A sua cara está virada para o outro lado e tem um carapuço tal como eu, por isso não vejo a sua cara.

Olho em volta e percebo onde eu realmente estou. A paragem da Dorothy. Será que ela ainda está por aqui? Será que ela hoje veio para aqui? Provavelmente não.

"O que estás aqui a fazer?" a rapariga que já estava na paragem fala. Dorothy?

"Dorothy?" repeti a pergunta que tinha feito mentalmente.

Ela vira finalmente a cara e não vejo sorriso nenhum desta vez. O que se passa?

Ela está à espera da minha resposta, mas já nem sei o que ela perguntou. Estou preocupado com o seu estado.

"O que estás aqui a fazer?" perguntou de novo. A sua expressão é indecifrável.

"Hm, eu vim da escola. Eu passo sempre por aqui. Mas como começou a chover decidir parar aqui para esperar o autocarro." Expliquei-me e parei um pouco para analisar a sua expressão. Ainda continuava indecifrável. "Está tudo bem?"

"Não, não está tudo bem. Eu não te quero aqui." Falou e desviou o seu olhar para o carro vermelho que passava na estrada.

Aquela frase foi como um tiro no meu peito. Ela não me quer aqui? Como assim?

"Não te quero neste sítio, pelo menos. Não aqui."

"Porquê?" a pergunta escapa-me, sem antes eu conseguir pensar se eu quero ou não ouvir a resposta.

"Eu não gosto deste lugar. Eu não te quero aqui." Sussurrou.

Não estou a perceber. Chego-me mais perto e coloco a minha mão em cima da sua, mas ela retira-a rapidamente.

"Não." Pediu logo de seguida. Ela treme um pouco depois do nosso contacto físico.

Foi o nosso primeiro contacto físico e ela apenas tirou a mão. Ela desviou-se de mim. Será que foi alguma coisa que eu fiz?

Estou preocupado. Porque é que ela não me quer aqui?

"Desculpa. Não sei o que fiz, apenas desculpa." Desculpo-me por qualquer coisa que tenha feito.

"Tu não percebes. Eu não gosto deste lugar." Disse a rapariga que continuava a não olhar para mim.

Começo a entender, embora esteja um bocado confuso na minha cabeça. Ela não gosta de estar aqui, mas então porque vem para aqui todos os dias?

"Tudo bem. Mas vais ter de lidar comigo até o autocarro chegar." Falo descaradamente.

Ela olha finalmente para mim. Continuo sem perceber como ela está.

"Vou te contar como foi o meu dia." Começo a ver um pequeno sorriso aparecer nos seus lábios e é assim que sei que estou a fazer a coisa certa.

-------------------

oiOIoiOiOIOIoi

Não sei porquê, mas agora estou a fazer os capítulos alternando os pov's. Apenas calha.

bem, são quase cinco da manhã e ainda não dormi. são as férias.

ya, é isso...

BabyPopcorn xx

The White Bus |l.p|Onde histórias criam vida. Descubra agora