sozinha

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A corrida até casa foi bem cansativa. Quando alcançava a minha casa, já começava a ficar sem fôlego. Desacelerei o passo, respirando cansativamente, com um enorme sorriso na cara.

Aquilo não é nada meu. Pensei. Mas sorri ainda mais por ter tido coragem para o fazer.

Achei estranho quando me aproximei da minha casa e as luzes estavam acesas. Embora já esteja escuro cá fora a estas horas, o meu pai sempre diz para "economizar".

Ao tentar abrir a porta percebi que esta estava trancada. Isto está a ficar realmente estranho. O sorriso que tinha anteriormente havia-se desvanecido e encontrava-me agora com uma expressão preocupada.

Vou buscar as chaves que normalmente guardo na mochila, em caso de emergência. Quando finalmente as encontro, abro a porta e entro silenciosamente, fechando a porta igualmente.

A casa está muito silenciosa. Não há gritos, não há choro. Nada. Apenas um grande e doce silêncio. Paro um pouco à entrada para apreciá-lo. Respiro fundo. Caminho em direção ao meu quarto mas por alguma razão, bato na porta do quarto da minha mãe.

Nenhuma resposta.

Bato mais uma vez antes de manobrar a maçaneta para entrar. Não está ninguém. Estranho. Fecho a porta de novo. Talvez ela tenha saído para ir buscar alguma coisa para fazer o jantar.

Volto a andar para o meu destino inicial e coloco a minha mochila em cima da cadeira. Deito-me na cama de barriga para cima a olhar para o teto. Fico assim por alguns minutos a pensar no rapaz de cabelo castanho com quem acabei de falar. Ele é capaz de melhorar o meu humor de uma maneira que eu nunca pensei ser possível. Esta manhã quase que não me conseguia ver ao espelho e agora estou a sonhar acordada por causa de um estúpido beijo na bochecha que eu lhe dei... Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas quem é que quer saber?

Devem ser cerca de seis e meia e eu não comi nada esta tarde toda. Sinceramente não deu tempo e eu também não queria. Não que eu queira agora, mas começo a sentir-me fraca e "tenho de me alimentar", de acordo com a minha mãe e o nosso médico de família.

Ouço o som esganiçado da porta da entrada a soar e presumo que seja a minha mãe. O meu pai demora ainda algumas horas até que saia finalmente do bar em que ele vai quase todos os dias, depois do trabalho.

Já que a minha mãe está cá, saio do meu quarto com a intenção de lhe pedir que me faça alguma coisa antes que faça o jantar. De certeza que não se vai importar.

Vejo-a no fundo do corredor, na entrada, atarefada com os muitos sacos que traz da mercearia que é apenas a alguns metros da minha casa.

"Olá, mãe." Digo docemente, dando-lhe um beijo na bochecha. "Deixe que eu levo."

"Oh, obrigada, querida. Estava-me a matar as costas." Sorri-me.

Retribuo o sorriso e pego em todos os sacos que são realmente muito pesados.

"O teu pai ainda está em casa?"

"Ainda? Quando eu cheguei não estava ninguém." Estranhei. O meu pai nunca chegou primeiro que eu, nem mesmo quando ainda andava na escola.

"Bem, ele hoje chegou bem mais cedo, logo depois do almoço. Estava nervoso, mas isso já não é novidade." Falou a última parte quase inaudivelmente, afastando-se e indo para a cozinha. Tento levar os sacos todos de uma vez mas logo vejo que parece uma tarefa muito pouco possível de se fazer. Vou a deixar um ou dois sacos no chão da entrada quando ouço um grito vindo da cozinha. Mãe.

Solto os sacos que ainda tinha nas mãos imediatamente e corro em direção à cozinha.

O que encontro quando chego à cozinha é tão perturbador que não consigo conter o choque na minha cara. Engulo em seco para a imagem à minha frente e as lágrimas começam a escorrer pela minha cara. Ignoro os gritos da minha mãe assustada e caio de joelhos.

Deparo-me de frente com a imagem ensanguentada do meu pai, deitado no chão, morto.

?D,

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olaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

não estavam à espera desta, huh? é assim tão mau eu ter um sorriso enorme enquanto escrevia?? muaaaaaaaaaaaaaahhh

jk, mas ya.... desculpem o atraso e essas cenas.

provavelmente não vou voltar este ano, por isso bom ano novo!!!!!

BabyPopcorn xx

The White Bus |l.p|Onde histórias criam vida. Descubra agora