sonhos proibidos

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 Liam Payne

Fugi. Talvez ao início tivesse alguma ideia do porquê, mas agora custa-me a descobrir o motivo. 

Os olhos dela quando simplesmente me levantei, os seus sentimentos de entusiasmo e, logo de seguida, desilusão pela minha atitude, me devastavam. 

Presumo que fosse o medo pelo Gibson. Ou que ela descobrisse que, ao estar mais tempo comigo, não quisesse mais falar comigo. Que percebesse quem eu sou, e talvez, se fosse "simpática" o suficiente, que me dissesse, porque nem eu sei mais quem sou. 

Que fugisse de mim, como eu fugi. 

Que escapasse pelos meus dedos, sem eu poder dizer o que realmente sinto por ela, e sem esclarecer o que ela sente por mim. 

Medo, é esse o motivo. Covardia, foi o que fiz.

Fugi dela, da pessoa mais quebrada e escondida na sombra, que mesmo assim consegui descobrir devido à imensa luz que irradia. Contraditório, tal como ela. E eu fugi. 

Mas isso parece desaparecer quando a encontro à porta da minha casa, triste, partida, arrasada. 

Eu fiz aquilo. Eu sou um monstro. 

Apetece-me abraçá-la, juntar todos os seus pedaços, e nunca mais largá-la para que os pedaços não caíssem de novo. Ela avança contra mim, e deixo tudo para a poder ter nos meus braços. 

Tudo desaparece, todo o receio, o seu desapontamento, o meu egoísmo. Estamos apenas nós dois, em algum sítio neste mundo, que não interessa minimamente, porque abraçado a ela, e não me importo se ouço carros apitarem. Eu só quero encontrar a luz da minha lua. 

A carta que ela me entregou para ler é perturbadora, tudo na sua vida me parece desta forma, mas nunca lhe diria tal coisa. Ela tem demasiadas coisas com que se preocupar - demais para a sua idade, ou qualquer idade, na verdade. 

Todos os meus esforços para a falar sorrir são bem sucedidos, mas não sei bem o que dizer quanto à situação em geral. É complicado, e não tenho experiência nesse tipo de "área", mas ela parece contente só com o meu abraço, e não a questiono mais, uma vez que é exatamente que ela, e eu, precisamos. 

.

"Os seus ombros sobem e descem, num movimento constante revelando que está a dormir. Sorrio ligeiramente, enquanto inalo o seu cheiro. Até o seu cheiro é diferente de qualquer outro perfume que alguma vez tenha cheirado. A sua cabeça cabeça vira para o lado onde me encontro e só aí percebo que estamos numa cama. 

Dorothy parece descansada, como se as preocupações do seu dia se dissipassem durante esta noite. Os seus lábios, um pouco distorcidos, continuam a tornar a sua cara linda. Fecho os olhos, não sei bem porque razão, e quando os abro Dorothy está com os cobertores para baixo, descoberta, nua aos meus olhos. 

Tenho o reflexo de desviar os olhos, mas logo olho de novo, como que enfeitiçado. 

Eu sei que estou a sonhar, e que esta não é a Dorothy, e que não estamos mesmo neste quarto com apenas uma cama, mas eu só quero continuar a sonhar. 

Volto a cobri-la com o cobertor, pois mesmo sendo um sonho, continuo a achar que não é o mais certo, e imagino se isto fosse mesmo verdadeiro. Se ela estivesse mesmo aqui, se o que tivéssemos fosse algo mais "normal", de fácil compreensão. 

Mas não é. E por isso, contento-me com o que estou a imaginar agora."

Acordo um pouco envergonhado, mas com um sorriso na cara, e olho para o relógio que marca 4:34 da manhã. 

Tenho sede, e por isso vou à cozinha beber um copo com água. A luz já acesa da cozinha revela a minha mãe, no seu vestuário de dormir, sentada à mesa da cozinha. 

"Acordada a esta hora?" Pareço assustá-la, e parece que mexe em papeis, mas não ligo pois provavelmente são contas. 

"Liam, tenho de falar contigo!"

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EU NÃO PRESTO, EU VOU TENTAR EU JURO

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