10 - Vamos embora daqui?

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Sesshoumaru POV:

Parece que tudo estava dando errado naquela noite. Brigar com Rin era errado, fazer as pazes com ela não era muito melhor. Eu queria manter algum controle das coisas, mas eu nem conseguia mais pensar em como consertar aquilo. Se por um lado eu tinha quebrado várias regras do acordo, por outro eu não podia deixar que as regras se perdessem. Então eu tive uma ideia de como deixar aquela noite desastrosa para trás.

Liguei para Nobuo e mandei que nos esperasse na frente da casa, mas não exatamente na porta.

- Me siga a uma distância segura, se eu parar para falar com alguém, enrole um pouco. – disse eu. Rin assentiu.

Saí do lavabo e caminhei direto até onde meu pai estava, conversando com um sócio. Rin vinha logo atrás.

- Leve Rika para casa. – disse eu, me aproximando dele – É uma longa história.

- Que você não vai contar. – respondeu ele, resignado, mas eu já saía a passos largos pela porta lateral que dava para o jardim.

Desviei rapidamente de qualquer conhecido que estivesse por ali e confirmei que Rin me seguia, também tentando ao máximo não ser vista por ninguém. Cruzei o portão e Nobuo havia parado o carro um pouco mais a frente, no entanto, esperei por Rin para entrar. Já passava da uma da manhã e eu não queria que ela estivesse só na rua, mesmo que por alguns metros. Entramos no carro com a mesma expressão de cumplicidade que duas crianças têm ao fazer algo errado.

- Nobuo, nós vamos parar na casa da Rin antes. – Eu disse e ele prontamente deu a partida.

- Que? – Rin olhava para mim, confusa.

- Você vai precisar de roupas e nós não queremos perder tempo fazendo compras. – Respondi

- Mas aonde a gente vai? Por quanto tempo? – ela agora gesticulava, ainda sob o efeito do álcool.

- Kitaibaraki. Três dias.

- Mas isso fica...

- Rin. Eu disse para confiar... só confie. – disse eu, levando uma das mãos até sua perna, dessa vez apenas para tranquilizá-la.

Ela foi em silêncio até a porta do prédio, seus grandes olhos castanhos pareciam ainda maiores com sua expressão de estranheza àquela situação.

- Nobuo e eu vamos até a loja de conveniência e eu tenho que fazer umas ligações. Acha que consegue se aprontar em meia hora? – perguntei

Rin apenas assentiu com a cabeça como se aquela fosse uma tarefa fácil e abriu a porta, não me dando nem tempo de acompanhá-la até a entrada do prédio.

Nobuo dirigiu até a loja de conveniência mais próxima e se prontificou a fazer as compras, mas eu mesmo preferi descer. Precisaríamos de camisinhas e eu tinha de comprar cigarros. Eu precisava fumar. Rin ia acabar me transformando em um fumante viciado.

Afrouxei a gravata e acendi um cigarro do lado de fora da loja. Alguma coisa no silêncio da noite misturado com um longo trago fazia com que minhas ideias aos poucos fossem se organizando. Enquanto terminava meu cigarro, liguei para a empresa de táxi aéreo e para Hikaru, a governanta da casa de Kitaibaraki, mandando que aprontassem tudo para nossa chegada. Não ia demorar muito para isso.

Rin POV

Eu estava tentando fazer uma mala estando completamente alcoolizada. Juntei meia dúzia das lingeries que havia comprado no início da semana, uns dois biquinis, chinelos e umas roupas aleatórias que pudessem cobrir as peças já citadas. Por via das dúvidas, coloquei também um vestido apresentável caso mais alguém tivesse que me ver. Amassei tudo dentro de uma pequena mala de acrílico verde menta que eu tinha comprado para minha viagem de formatura do ensino médio, junto a alguns produtos de higiene pessoal e minha escova de dentes. Eu nunca esquecia minha escova de dentes, mesmo se estivesse bêbada.

Qual era Mesmo o Acordo?Onde histórias criam vida. Descubra agora