36 - Qual era mesmo acordo?

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Sesshoumaru POV

O último trimestre da gravidez de Rin passou sem grandes perturbações. Ela começou a fazer sessões de terapia online e estava fazendo algum progresso. Não seria do dia para a noite, mas eu tinha preocupação de que piorasse depois de as meninas nascerem e a incentivei a continuar. Com muita dificuldade e alguma orientação do próprio terapeuta dela, começamos uma busca por pelo menos uma babá e Rin escolheu algumas candidatas, apesar de enrolar bastante para decidir.

Ela não voltou à faculdade depois do recesso de inverno pois o parto seria bem no meio do período e Rin acabaria perdendo o semestre de qualquer jeito. Mesmo estando maior e mais cansada a cada dia, ela mantinha a loja online funcionando e dava um jeito de manejar muito bem as vendas, negociando com a gráfica para enviar pedidos por e-mail e finalmente aceitando que Nobuo trouxesse as encomendas para casa - onde ela as embrulhava com esmero - e enviasse pela transportadora da Taisho para que Rin não tivesse que usar o correio.

No começo de abril a primavera se aproximava e a Dra. Serizawa nos informou que, apesar de termos marcado uma cesária por ser um parto complicado, a bolsa de Rin poderia estourar a qualquer hora. Isso nos rendeu alguns momentos de tensão, pois a qualquer mínimo acontecimento diferente, parecíamos ter certeza de que devíamos ir para o hospital. E não devíamos, obviamente, fazendo com que nos sentíssemos um pouco ridículos depois que o susto passava.

Rin ficava cada dia mais ansiosa, riscando os dias no calendário até a data agendada e se certificando de que não faltava absolutamente nada nas coisas que compramos para levar para maternidade. Mais ou menos nessa época Kagome e Inuyasha descobriram que teriam uma menina e agora Kagome e Rin passavam os dias trocando links de roupas, sapatinhos, laços e o que mais existisse para bebês naquela era.

Também nessa época eu já estava dormindo ainda menos que o normal. Gostava de observar Rin dormir, tanto para me certificar de que estava confortável quanto porque aquela visão me trazia paz. Eu não havia apenas tentado diminuir suas inseguranças dizendo que estava linda quando sua barriga começara a aparecer mais, eu realmente achava isso e por vezes me sentia hipnotizado pela visão de Rin carregando nossas filhas em seu corpo.

Uma semana antes da data agendada eu tive a chance de observá-la assim pela última vez. Havia virado a noite nesse transe e de manhã, quando saí para o trabalho ela ainda dormia. Tinha acabado de voltar ao escritório depois de uma reunião externa e escutava Kagura falar sobre outros compromissos do dia, quando meu celular tocou.

Não era um susto, era realmente a hora de ir para o hospital.

****************

Towa e Setsuna chegaram ao mundo em uma tarde de quinta-feira, depois de uma cesárea sem complicações. Eu estive ao lado de Rin durante todo o processo, mas agora esperava no corredor enquanto ela era transferida e acomodada no quarto e enquanto as enfermeiras traziam nossas filhas da ala da pediatria.

Toda a família esperava para conhecê-las, mas eu entrei sozinho quando finalmente tive autorização. Rin estava recostada na cama, seus longos cabelos escuros caindo feito uma cascata por cima de um dos ombros, em seus braços um bebê de cabelos brancos sugava um de seus seios enquanto uma enfermeira lhe dava orientações sobre amamentação. Ao seu lado, em um daqueles carrinhos/berços de hospital, um bebê de cabelos castanhos dormia tranquilamente, envolto em uma manta lilás.

Eu estava ainda mais hipnotizado por aquela visão do que ficava ao ver Rin grávida e, por um minuto, apenas observei aquela cena.

- Sesshoumaru! – disse ela sorrindo e fazendo sinal para eu me aproximar – Veja, esta é a Towa. – disse ela, calmamente indicando o bebê em seus braços – A Setsuna já decidiu tirar um cochilo antes do jantar.

Qual era Mesmo o Acordo?Onde histórias criam vida. Descubra agora