6 - Você consegue fazer silêncio?

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Sesshoumaru POV

- Como eu tenho certeza de que a Kagome fez questão de te contar, você sabe que eu não fico com humanas, certo? – perguntei eu, checando até onde ela sabia

- Definitivamente ela mencionou isso. – respondeu Rin, revirando os olhos.

- Bom, então você sabe que é uma exceção. No entanto essa é a terceira noite que você passa aqui em pouco tempo e eu achei melhor deixar as coisas definidas entre nós. Eis o que eu tenho para te propor, Rin: sexo, nada mais. Sem nenhum envolvimento, sem nenhum futuro, apenas diversão para nós dois.

Rin riu.

- Já não é isso que a gente tá fazendo? - ela parecia indiferente

- De certa forma sim, mas eu gosto das coisas claras. Sendo mais específico: Não pretendo que você fique só comigo, Rin, até porque eu não tenho a intenção de ficar só com você; portanto, o que você faz quando não está aqui não é da minha conta e vice-versa. – Ela agora me observava com uma expressão séria - Caso você aceite, eu me comprometo a sempre providenciar que Nobuo te busque e te leve em casa e que você tenha todo o conforto possível enquanto estiver aqui. Quanto ao sexo, sinta-se à vontade para me pedir alguma coisa que queira experimentar e eu farei o mesmo com você, se os dois concordarem, pode acontecer. Fora isso, não teremos encontros, datas comemorativas nem participaremos da vida um do outro. Rin, o que eu estou te propondo é apenas sexo sem nenhum envolvimento, você entende? Quem se cansar primeiro só precisa avisar e o acordo se desfaz.

Rin ficou em silêncio por um longo momento. Me estudava atentamente e eu não era capaz de imaginar o que se passava por sua mente. Um "sim" ou um "Não" me surpreenderiam do mesmo jeito tamanha era sua falta de expressão.

- Ok. Mas eu tenho algumas condições também. – disse ela, com a calma de quem pede para alguém trazer leite do mercado.

- Vá em frente.

- Primeiro, só eu e você. Eu não aceito dividir a cama com uma terceira pessoa. Segundo, camisinha sempre, nós já usamos mesmo e pretendo que continue assim. Terceiro, você não é o único que decide as coisas aqui, então se eu quiser transar, eu mesma posso entrar em contato sem esperar você falar comigo. Quarto, eu entendo que você não queira ser visto comigo, mas eu não quero ficar só presa nesse apartamento, então pense em outro lugar de vez em quando. Temos um acordo?

Ela sabia mesmo ser surpreendente. A calma e a certeza que ela empregara nessas condições quase me convencia que ela sempre as tivera preparadas para aquele momento. Tudo me pareceu muito justo e eu achava curioso como a dinâmica entre nós era simples. Não tinha outra opção.

- Temos um acordo, Rin. – disse eu, sorrindo maliciosamente para ela.

- Então agora eu vou para casa e a gente se fala? – ela perguntou, levantando-se da poltrona.

- Venha comigo, eu estou indo para o escritório, o Nobuo te deixa no caminho. – respondi, me levantando também.

Rin POV:

Aquele acordo não passava do que já estávamos fazendo mesmo, certo? Eu não tinha nenhum plano de ficar sério com o Sesshoumaru e era bom que ele estivesse na mesma página que eu. Apesar disso eu me sentia um pouco estranha por ter concordado. Algo na "oficialidade" daquele acordo fazia com que eu julgasse um pouco meu próprio comportamento. Nem sei se eu devia mencionar isso para Kagome...

Entramos no carro em silêncio. Eu estava encostada perto de uma das janelas, como sempre vislumbrando a manhã que começava naquela cidade caótica. Sesshoumaru estava sentado na outra ponta do banco mexendo em seu celular. Ele parecia muito distante e até um pouco intimidador em suas roupas de trabalho, bem diferente da pessoa que tinha passado a noite comigo.

Qual era Mesmo o Acordo?Onde histórias criam vida. Descubra agora