19 - Será que vai ter orelhinhas de cachorro?

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Rin Pov:

Sesshoumaru dirigia em silêncio e as nuvens, que já tinham nublado o dia, começavam a dar indícios de que uma chuva grande viria. Minha cabeça fervilhava com questões e tenho certeza de que a dele também. O trajeto não era muito longo, mas logo vi que ele estava tomando o caminho de Ginza.

- Vai passar na sua casa antes? – perguntei

- Não, você que não vai para casa mesmo. – Ele respondeu tranquilamente.

- Que? Eu tenho aula amanhã cedo e não tenho roupas limpas e estou cansada e...

Sesshoumaru me olhou pelo canto dos olhos como quem diz "sério mesmo?" e eu me calei com um suspiro. Realmente nada daquilo parecia tão urgente quando dito em voz alta.

Ele estacionou o carro na garagem e pegamos o elevador, mas dessa vez, Sesshoumaru não apertou o botão que indicava o sexto andar e sim o da cobertura. Olhei-o com desconfiança e ele me deu um meio sorriso, segurando minha mão.

O elevador nos deixou em um hall com duas únicas portas, ambas claramente do mesmo apartamento. Sesshoumaru tirou um molho de chaves do bolso e abriu a porta da sala, revelando o maior apartamento que eu já vira. Era a primeira vez que eu ia ao apartamento em que ele realmente vivia.

Tirei os sapatos na entrada e caminhei pela enorme sala com decoração toda branca e preta, observando as estantes repletas de livros e discos, os pôsteres enquadrados de festivais dos anos 70 que com certeza ele não tinha apenas comprado na internet, o bar ainda maior do que o do apartamento do sexto andar.

Ele trancou a porta e logo ouvi sua voz atrás de mim.

- Imagino que você queira tomar um banho, pode usar o banheiro lá de cima. Naoko não está, mas eu posso... te emprestar uma camisa limpa? – disse ele

- Enquanto isso você bota minhas roupas para lavar e secar? Eu ainda preciso ir embora amanhã... – disse eu dando de ombros.

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O quarto de Sesshoumaru era igualmente enorme e com poucas cores, exceto por um ou outro tom de vermelho escuro na decoração toda puxada para os tons de branco. No banheiro, uma banheira confortável me esperava e ele me mostrou como usar, saindo com as minhas roupas e deixando um roupão.

Eu estava exausta de tanto andar e era bom relaxar um pouco depois de um dia tão... intenso. Me perdi em pensamentos sobre o que viria a seguir. Eu não conseguia imaginar Sesshoumaru como pai, não conseguia imaginar nada que abalasse aquele sistema de vida perfeitamente organizada que ele tinha e nem ele transformando aquela ou qualquer casa em um lugar para crianças. Além disso, fazia literalmente dois dias que tínhamos voltado a ficar juntos. Se estávamos juntos e íamos ter um bebê, o que isso fazia de nós? Como faríamos isso?

Acabei levando mais tempo do que o previsto e só saí quando meus dedos estavam enrugados. Voltei ao quarto enrolada no roupão e Sesshoumaru estava na cama, mexendo no celular, seus cabelos molhados indicavam que havia tomado banho também.

- Eu botei suas roupas para lavar e secar. – disse ele – E aqui, vejamos, temos uma camisa do Pink Floyd e uma cueca boxer, ambos devem te engolir, mas devem servir até que você possa se vestir de Rin de novo. – Completou ele, indicando as peças de roupa do lado mais próximo a mim da cama.

Eu sorri e agradeci. Ele estava certo, ficavam grandes demais, mas dava para o gasto. Penteei meus cabelos molhados e me sentei do lado oposto a ele. Sesshoumaru me observava com um sorriso curioso no rosto.

- O que foi? – perguntei – Alguma coisa errada?

- Nada, é só que você fica bonitinha vestida de mim.

Qual era Mesmo o Acordo?Onde histórias criam vida. Descubra agora