• Debi narrando
Jacob abriu a porta do seu apartamento, ele vestia roupas casuais, o que me fez lembrar um pouco do passado. Ultimamente, eu só o via de terno e então ele parecia estar configurado em uma imagem que não devia lhe pertencer. Antigamente, Jacob era uma pessoa descontraída, agora ele era sério e distante, de fato, eu estava incomodada e sentia falta de estar relaxada ao seu lado.
Passei pela porta do apartamento e me dei conta do quanto aquele lugar era grande. O duplex de Jacob era, pelo menos, quatro vezes maior do que a casa onde eu morava. Observei cada detalhe da sala de estar e acabei me lembrando de quando Jacob pegou a chave do imóvel. Voltei há quase quatro anos atrás, ele me mostrara cômodo por cômodo, feliz por sua independência e por ter a própria casa. Na cabeça dele, sua mãe não o controlaria mais (e ele odiava ser monitorado por alguém o tempo todo). Agora, o imóvel já não estava vazio, tudo tinha ganhado forma, inclusive a mesa de bilhar no lugar apropriado para uma mesa de jantar. Cada móvel, cada almofada no sofá, cada detalhe da decoração parecia ser escolhido a dedo e era um tanto masculino.
— Vamos subir. — Jacob disse andando em direção a escada que interligava a sala de estar com o outro pavimento do imóvel.
Vacilei. Fiquei parada no meio da sala e voltei minha atenção para a figura masculina que estava prestes a subir a escada.
— Eu não falei a minha condição ontem. — o notifiquei.
Jacob parou e se virou para mim. Sua careta impaciente era extremamente notável.
— Você tem mais condições do que uma concessionária. — falou explicitamente entediado.
Lancei-lhe um sorriso irônico.
— Olha quem fala. Ontem eu corri tanto que eu achei que nem teria mais meus pulmões! — falei irritada. — Além disso, eu tive que evitar a Gabi pelo resto da noite, porque ela estava curiosa sobre nós dois. Será que sou eu a pessoa cheia de condições aqui? — dei um passo à frente.
— E você não está feliz? Estamos aqui para resolver seu problema, Debi.
— E o seu também, Jacob. — falei sem esconder a minha indignação ao me lembrar da noite anterior. — Afinal, você não vai se casar à toa. Você precisa tanto dessa mentira como eu.
— Não quero discutir com você — ele desviou seu olhar.
Arranhei a minha garganta.
— Ainda não sei por quê estou aqui, mas não farei nada sem que você me garanta que ainda essa semana eu terei cem mil reais na minha conta. — lhe avisei.
Jacob esquadrinhou meu rosto.
— Transferir cem mil reais não é algo tão simples, terei que ir ao banco pessoalmente e isso demanda tempo na minha agenda — Jacob disse.
— Sua família é importante, os bancos devem abrir alas para você. — contestei.
Jacob respirou fundo.
— Até ontem à tarde, você não estava tão desesperada — ele levantou uma das sobrancelhas.
— Meu pai colocou o restaurante à venda, tenho pouco tempo — falei.
— Farei uma nota promissória — ele me disse com seriedade.
— Então, não posso subir sem a nota promissória — falei e decidi me sentar no sofá.
Jacob riu irritado. Ele não subiu a escada, mas cruzou a sala e sumiu por um corredor. Segundos mais tarde, Jacob reapareceu com um papel na mão.
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Quando o sol se põe
RomanceJá faziam meses e Debi sentia falta de seu amigo, mas temia incomodá-lo com seus problemas decorrentes. Surpreendentemente, ele lhe manda uma mensagem para que os dois se encontrassem. O que Debi não sabia era que o "encontro" tinha um propósito def...