Vinte e Nove

24 4 0
                                    

Como sempre, mais um capítulo que não foi revisado. Tenham paciência comigo, por favor!

Debi narrando:

As próximas horas foram as mais tensas que vivi. Quando corri em direção a Anne pareceu ter sido tarde demais, mas mesmo assim eu tentei. Comecei a agitar a casa, clamando por ajuda, para que alguém chamasse uma ambulância. Rapidamente, a casa foi invadida por socorristas, e logo eu já estava dentro de uma ambulância torcendo para que nada de ruim acontecesse. Agora eu estava na sala de espera do hospital, andando de um lado para o outro, me culpando. Talvez se eu fosse mais cautelosa, Anne não tivesse sofrido outro infarto. Além disso, eu nem sabia se Lúcia dera o recado para Jacob, porque ele não atendeu o telefone.

Eu estava aflita. Obviamente, qualquer coisa que acontecesse com Anne seria culpa minha. Ela era uma idosa que não podia passar por nenhuma irritação porque, apesar da sua carcaça grossa, seu coração era frágil demais. Foi por isso que me dediquei a orar pelos próximos minutos, clamando para que Anne ficasse bem.

Não sei por quanto tempo fiquei ali sozinha, inundada em uma presse ritmada, até que Jacob aparecesse.

— Como ela está? — ele perguntou me cutucando.

Me virei para encarar seus olhos, sem conseguir esconder a minha aflição.

— Honestamente, eu não sei. Eles levaram ela para a sala de exames, para tentar remover o coágulo, mas não me deram notícia ainda. — falei e logo voltei a clamar, desta vez em silêncio.

— Por que ela estava com você? — Jacob interrompeu mais uma vez a minha oração. Seus olhos estavam tão preocupados quanto os meus.

— Ela queria saber sobre a nossa lua de mel. — declarei. Eu não poderia mentir, seria pior ainda.

Irritado, Jacob agarrou o meu braço me fazendo encarar seu rosto ainda mais. Sua face estava escurecida e seus olhos impiedosos como os da sua avó.

— Você contou para ela onde estávamos? — ele perguntou furioso.

Neguei com a cabeça.

— Claro que não. Mas ela me fez uma armadilha, com certeza ela já sabe que estivemos na Itália. — respondi ainda mais aflita.

— Como ela sabe, Debi? Que armadilha é essa? — as veias de seu pescoço estavam dilatadas, suas bochechas vermelhas de raiva e seus dedos se tensionando em meu braço.

— Eu não sei direito. Ela me perguntou se nós fomos para a Itália e eu não soube reagir. Eu não sei. — respondi confusa.

Jacob soltou o meu braço e se afastou. Era óbvio que ele queria evitar uma discussão, então preferiu ficar um pouco longe.

Me sentindo pior,como se fosse possível, me sentei em uma das cadeiras e respirei fundo, na falha tentativa de afastar as lágrimas que teimavam despencar. Comecei a encarar meus sapatos enquanto o choro mudava minha expressão. Abracei minha própria cabeça, envolvendo-a nos meus joelhos enquanto Jacob caminhava de um lado para o outro. Então eu soube — qualquer coisa que acontecesse com Anne, ninguém me perdoaria, Jacob faria picadinhos de mim.

— Acompanhante de Anne Batista Belmonte. — ouvi um homem chamar. Me levantei rapidamente e Jacob deteve seus passos.

Ao levantar o rosto, percebi que era um dos médicos. Jacob e eu nos aproximamos, na expectativa de notícias.

— Ela está estável, o procedimento foi ótimo, conseguimos remover o coágulo com sucesso. — o médico disse.

Soltei um suspiro de alívio e toda a tensão dos ombros.

Quando o sol se põe Onde histórias criam vida. Descubra agora