Quando o sol se põe

Treze

Olá, o capítulo a seguir pode apresentar alguns errinhos de digitação. Ignorem, please!
Boa leitura. ☺️

• Debi narrando:

Os dias que sucederam até o jantar de noivado foram um tanto apreensivos. Eu acordava e girava na cama pensando em como a vida seria depois do noivado e me pegava pensando em como a vida estava cheia de reviravoltas também. Aquele presente parecia distante da realidade, mas, ao mesmo tempo, um tanto palpável. Todavia eu não conseguia acreditar que Jacob era o meu "noivo" e que, em poucos dias, eu estaria casada.

Quando o sábado chegou, meu coração batia ansioso, com medo dos próximos capítulos, porque eu sabia que ele — o Jacob — não era mais o meu amigo, que agora eu só deveria seguir um contrato para uma boa convivência.

"Como será morar com ele? Como será ser a esposa dele? O que eu farei? Por que eu aceitei o contrato, meu Deus? Por que ele me escolheu para isso?", algumas perguntas era recorrentes dentro da minha cabeça. Aquela semana foi a mais tensa da minha vida, e meus pais pareciam reagir bem em relação ao noivado.

Quando o sábado chegou, tudo saiu conforme o combinado: o motorista me entregou a roupa, os acessórios e o par de sapatos na minha casa às meio-dia em ponto; encerramos o atendimento do restaurante mais cedo; meus pais estavam impecáveis para um jantar na mansão de Suzana; Lisa também sabia a roupa certa para a ocasião.  Como eu imaginei, Gabriela inventou uma desculpa qualquer para ficar em casa, ela ainda estava magoada e me evitava sempre que podia. O silêncio da minha família não era surpreendente, eu não via o mistério nos olhos da minha mãe, porque eu sabia o que aconteceria naquela noite e tudo estava saindo conforme Jacob me dissera há poucos dias atrás.

Pontualmente, o motorista chegou ás dezenove horas. Quando eu e minha família atravessamos o quintal de casa, o céu estava estrelado e a noite fresca. O vestido que Jacob me enviara era perfeito para mim, ele era rosa-bebê, a saia godê possuía alguns desenhos sutis de rosas cor-dê-chá. Eu caminhei até o portão de casa me equilibrando em um par de scarpin nude — e Lisa não parava de dizer que aqueles sapatos eram perfeitos. Os acessórios eram delicados, mas estavam longe de ser bijuterias. Aquele look era perfeito e totalmente distante da minha realidade.

Quando saímos para fora, na calçada estavam dois homens a nossa espera. Meu coração deu um salto quando eu vi Jacob ao lado do chofer. Haviam dois carros pretos estacionados. Ao lado deles, dois homens polidamente vestidos. Jacob segurava um buquê de flores na mão, seus olhos azuis colados em mim.

Aquela noite parecia perfeita, a lua e as estrelas adornavam o céu, um homem bonito ao lado do carro dos sonhos segurando um buquê de rosas vermelhas. Roupas de princesa, cabelo alinhado, um jantar em uma mansão para um noivado. Qualquer garota amaria estar ali, naquela cena, mas eu sabia que tudo estava longe de ser um belo sonho.

— Oooohhh! — Lisa e mamãe gritaram alarmadas quando viram que Jacob me aguardava com um buquê.

— Você é a pessoa mais sortuda do universo! — minha irmã cochichou no meu ouvido.

Diante da presença inesperada de Jacob, eu apenas enruguei o meu cenho para ele.

— Boa noite. Boa noite. — meu pai cumprimentou o chofer e, em seguida, meu futuro "noivo".

— Boa noite a todos. — Jacob disse de forma polida. — Cleiton, eu gostaria que a Debi viesse em meu carro, se importa? — ele perguntou diretamente para o meu pai.