É amanhã

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DYLAN


– É amanhã.

Desvio minha atenção do celular, e encaro meu irmão na porta do meu quarto.

– Animado? – pergunto, e ele bufa.

– Animado é pouco. Quero logo minha carteira. Não aguento mais a Bonnie no volante.

– Você pode ir caminhando hoje. Não tem problema. – a voz da minha irmã ecoa do início do corredor.

Nosso irmão olha para ela, e abre um sorriso amarelo.

– Foi o Dylan que disse aquilo, e eu já falei pra ele ser mais grato.

Nem perco meu tempo me defendendo. A Bonnie conhece muito bem a peça.

– Sério isso? Você está realmente tentando me enganar dessa forma? – ela faz uma pausa esperando que ele se entregue. – Thomas, eu sei diferenciar até a sombra de vocês, quanto mais a voz.

O sorriso amarelo some do rosto dele.

– Eu sei. Minha voz é mais bonita. –  Thomas se gaba.

– Na verdade, ela é mais fina. – Bonnie responde, e prendo uma risada quando vejo a expressão de horror do meu irmão.

– Baixou o nível legal, viu?!

Espero um comentário sarcástico da Bonnie, mas quem aparece é a própria Bonnie, que se lança sobre ele e pendura seus braços ao redor do pescoço do irmão mais novo.

– Você sabe que é brincadeira. A voz de vocês é idêntica.

– Então quer dizer que a minha é fina? – pergunto.

– Não. – Bonnie solta uma risada. – A de nenhum dos dois é.

– Rum! – respondo, enquanto ela continua pendurada ao redor do pescoço do Thomas.

– Não acredito que meus irmãozinhos estão ficando velhos.

– Na verdade, ainda temos 15 anos. – esclareço.

– Eu não vejo a hora de ficar velho.  – Thomas comemora, enquanto balança nossa irmã nos braços como se ela fosse uma criança pequena que ele está tentando colocar pra dormir. – Quero poder chamar a Leah pra dar uma volta, sem que ela precise vir me buscar.

Leah, né? Pelo visto as coisas estão dando certo.

– Isso está parecendo bem sério pra mim. – Bonnie aponta.

Ela desce do abraço do irmão, e se afasta para encarar o seu rosto.

Já ele não demostra nada além de um sorriso.

– Há quanto tempo estão saindo?

– Há um tempinho.

– E já rolou alguma coisa?

– Não sabia que você era tão pervertida. – ele devolve com uma gargalhada.

A barraca do beijo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora