Ah, eu sei que não está.

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ELLE
38 ANOS

- Pai? – atendo.
Estou parada no meio do quarto ainda de toalha. Eu tinha acabado de sair do banho quando ouvi meu celular tocar dentro da bolsa.
- Elle? Você está em casa?
- Estou .
- Tudo bem se eu for aí?
- Claro, pai. Não precisa nem perguntar. – respondo, e ele ri.
- Chego em meia hora. – ele avisa, e então desliga.
Jogo o celular sobre a cama, e assim que estou prestes a tirar a toalha para me vestir, a porta se abre.
- Opa! Entrei na hora certa. – Noah comemora, e observo seus olhos lascivos percorrerem meu corpo.
Reviro meus olhos com um sorriso bobo no rosto, e tiro a toalha.
- Quê isso hein?! Corpinho sarado. – ele brinca, mas uma olhada no seu rosto mostra que não é totalmente brincadeira.
- Você me mata de rir. – respondo com deboche.
- Não estou brincando. – ele diz, e meus olhos caem para sua bermuda jeans.
Ah, eu sei que não está.
- É melhor parar. Meu pai está vindo. – aviso, e seu sorriso some.
- Você sabe como acabar com a alegria de um homem.- ele reclama, e então se joga sobre a cama, enquanto entro no closet e procuro uma roupa.
- Só dei um aviso. – grito.
- Poderia ter segurado por mais um tempinho. – ele grita de volta.
- Quem sabe numa próxima vez.
- Mas não vai ter. Sabe por quê? Porque na próxima vez eu vou deixar o diálogo de lado e partir pra ação. – ele responde, e sinto meu corpo acender.
Já faz tantos anos que estamos casados, e mesmo assim eu ainda me sinto como uma namorada apaixonada. É como se não tivéssemos  mudado, como se fôssemos um jovem casal com uma paixão avassaladora.
A única diferença é a confiança que adquirimos com os anos. É como se nossos corpos fossem mapas, que passamos muito tempo estudando. Eu sei o que fazer com o Noah, da mesma forma que ele sabe exatamente onde me tocar para me enlouquecer, ou satisfazer.
Eu estava tão concentrada a procura de uma roupa, que quando senti sua presença já era tarde demais.
Eu sinto seu hálito quente contra o meu pescoço, e quando ergo meu olhar para o espelho, lá está ele.
Seus olhos estão fixos na minha nuca, então ele nem percebe que meus olhos estão no seu reflexo. Eu posso ver seu peito subir e descer lentamente, com uma respiração pesada.
Noah me observa como se eu fosse algo de outro mundo. Algo que para ele, é doloroso demais não tocar.
Então ele ergue uma mão, e num movimento tão lento que chega a ser agoniante, afasta meu cabelo do pescoço, o deixando acessível para ele.
Seus dedos são quentes contra minha pele, enviando ainda mais calor para o meu corpo.
- Não me canso de olhar para você. – sussurra, e por estar tão  próximo ao meu ouvido, sua voz me faz soltar um suspiro.
Eu sinto um arrepio percorrer pelo meu corpo, e me sinto desejando suas mãos.  Eu quero seu toque firme e quente, eu quero sentir seu corpo másculo contra o meu, eu quero o Noah.
Ele aproxima sua boca do meu pescoço, e instantaneamente fecho os olhos. É quase como se eu não tivesse controle sobre meu corpo. É o Noah quem controla.
Seus lábios macios sugam a minha pele desnuda, enquanto sua mão direita mantém meu pescoço onde ele deseja.
Me sinto rendida, e eu gosto disso.
É extremamente sexy quando o Noah toma as rédeas.
Seus dentes mordiscam minha pele, e um gemido escapa pela minha boca.
Quando me dou por mim, já estou me esfregando contra ele, sentindo seu membro duro contra minha bunda.
Um rosnado espada da sua boca, enquanto ele me empurra em direção ao espelho.
Meu peito pressiona o vidro frio, enquanto apoio uma mão no espelho e a outra puxa seu cabelo.
- Que horas o seu pai chega? – ele pergunta apressado.
Que horas ele disse que vinha mesmo?
- É...
Tento focar em outra coisa que não seja as mãos do Noah no meu corpo, mas é difícil.
- Então?
Partes da minha conversa voltam, e lembro que meu pai falou algo sobre meia hora.
- Vinte minutos. – respondo, porque conhecendo o meu pai, ele vai chegar antes do que o combinado.
- É o suficiente. – ele diz.
E então escuto seu zíper descer, e ah...esse som nunca soou tão libertador e excitante.
Fecho os olhos e espero, mas não demora muito.
Um gemido satisfeito escapa de mim, quando o sinto me invadir.
Meu corpo todo vibra, enquanto sinto ser preenchida.
Não há sensação melhor do que essa. Não é apenas pelo prazer que o sexo proporciona, mas pelo fato de ser o maior contato físico que existe. Esse é o limite. Não tem como Noah e eu nos fundirmos mais do que a isso. É nesse momento que nós tornamos um.
Seus movimentos são rápidos e firmes, enquanto suas mãos seguram meu quadril.
Minha mão escorrega pelo espelho, enquanto tento abafar meus gemidos.
- Estou quase. – ele avisa.
Suas mãos apertam mais o meu corpo, e sinto sua boca pressionar meu ombro. É como se ele estivesse tentando segurar os gemidos.
Olho para o nosso reflexo no espelho, e merda, é muito excitante.
Minhas bochechas estão rosadas, e meu cabelo desgrenhado. Já ele, está... selvagem. Seu cabelo cai sobre a testa, enquanto seus olhos me encaram através do reflexo. É ardente.
E então meu corpo treme e um grito rouco escapa pela minha boca, enquanto uma onde de prazer me domina. Meus olhos se fecham enquanto me delicio com o prazer, e poucos segundos depois ouço Noah rosnar e então esconder o rosto entre a curva do meu pescoço, enquanto se derrama dentro de mim.
Alguns segundos se passam, enquanto continuamos na mesma posição, apenas recuperando nossa energia e tentando acalmar nossas respirações.
Noah me encara pelo espelho, e quando meus olhos encontram os seus, um sorriso lento surge em seu rosto.
- Você é deslumbrante, Sra. Flynn. – ele sussurra, e meu rosto exibe um sorriso.
- Preciso tomar banho. De novo. – digo, e ele ri.
- Eu vou com você. – ele diz, e então se livra da roupa e me leva em direção ao banheiro.
Quase dez minutos depois Dylan avisa que meu pai chegou.
- Estou indo. – grito de volta, enquanto termino de fechar o zíper do meu vestido.
- Você parece feliz. – Noah aponta, enquanto passa a toalha pelo cabelo. – E tenho quase certeza que não é só pela visita do seu pai.
Reviro os olhos com divertimento, e prendo meu cabelo num coque .
-  Só me sinto relaxada. – respondo, e o sorriso dele aumenta.
- De nada.- ele brinca, e então lhe lanço uma piscadela, e saio do quarto .
Quando estou quase chegando ao fim do corredor, ouço vozes na sala.
Meu pai está num sofá, enquanto Dylan e Ava estão no outro .
- Você parece mais alto. – meu pai aponta, e Dylan baixa a cabeça com um sorriso .
- O senhor sempre diz isso.
- Pois é. Toda vez que venho você parece maior. – meu pai explica, e Dylan e Ava riem.
- Genética, né pai? – brinco, enquanto desço as escadas .- O Noah é alto. Não tinha como os filhos dele serem baixos. – aponto, e ele confirma.
- Já está um homem. – meu pai elogia, e Dylan parece satisfeito com o comentário.
Desço o último degrau, e então caminho até meu pai para um abraço.
- Como você está?
- Bem , querida. E você?
- Bem, também. – me sento ao seu lado no sofá.
- E o trabalho?
- Ótimo. Fechamos mais um contrato hoje.
- Que maravilha! – ele responde, surpreso.
- É, é ótimo. – abro um sorriso. – E o Brad? Deu notícias?
- Não muitas. Mas ele está em lua de mel, então é compreensível não ligar para o celular. – meu pai brinca, e solto uma risada.
Nem me fale. Na minha lua de mel eu passei dias sem nem olhar para o celular direito.
- E o Noah, onde está?
- Aqui, sogrinho. – Noah diz.
Ele desce a escada em menos de cinco segundos, e então cumprimenta meu pai com um abraço.
- É bom ver você, Billy. Parece até mais novo. – Noah dá um passo para trás, e então observa meu pai, que bufa e finge não ter gostado.
Meu pai está se aproximando dos 65 anos, e ele parece realmente bem para a idade . Há algumas rugas aqui e ali, mas nada demais. Seus fios castanhos, agora estão quase totalmente brancos. Mas confesso que gosto desse estilo.
- O Noah tem razão, pai. – digo, e ele ri e faz um gesto com a mão.
- Vocês estão só tentando me enganar.
- Nada disso. – Noah diz. – Eu seria o primeiro a dizer se você estivesse velho.
- Obrigado... – meu pai enruga a testa, confuso. – eu acho.
- Vou fazer um café. – Noah anuncia, e então some em direção a cozinha.
- E onde estão Bonnie e Thomas?
- Na escola. – respondo.
Meu pai observa Dylan e Ava por um instante, como se quisesse perguntar porquê eles não estão na escola. Mas então parece mudar de ideia, e apenas acena com a cabeça em concordância.
Nós conversamos por um tempo, até Noah voltar com o café, e pouco tempo depois, Bonnie e Thomas .
- Eu quero um autógrafo. – Thomas diz, antes mesmo que a porta seja aberta. – Aquilo foi incrível.
- O que foi incrível? – Dylan pergunta, assim que os irmãos surgem no nosso campo de visão.
Bonnie pisca com a surpresa, enquanto a animação do Thomas parece morrer quando nos encontra.
Na verdade, a única pessoa responsável pelo desconforto do Thomas, está sentada ao lado do irmão.
Meu filho mais novo parece perder a alegria sempre que encontra a Ava. Mas não é que ela tire a felicidade dele. Eu tenho certeza que se fosse em outra situação, ela o faria muito feliz. Mas isso significaria que meu outro filho ficaria infeliz.
É uma situação complicada,  que nunca imaginei que viveria, ver meus dois filhos apaixonados pela mesma garota.
- A Donna desafiou a Bonnie, e perdeu. – Thomas diz, sem tanto humor na voz.
- De novo? Mas não faz nem um dia que a Bonnie é a nova líder.- Dylan diz, e Bonnie concorda.
- Foi exatamente o que eu falei.  – B diz, e então ela caminha até meu pai, e o abraça. – Oi, vovô.
- Oi, querida. E meus parabéns. Não sabia que você era líder.
- É recente, vó. Bem recente. – ela garante .
- Como é que tá aí meu velho?! – Thomas cumprimenta o avô com um abraço de lado.
- Vou indo. E você? Namorando muito?
- Por que todo mundo me pergunta isso? – Thomas reclama com um tom divertido. - Eu sou cara sério. – ele finge soar magoado, mas quando os irmãos caem numa gargalhada, ele mesmo se rende. – Tá bom, parei. E respondendo a sua pergunta: Sim.
- Meu garoto. – Noah elogia, e os dois dão um toque de mãos.
Meus olhos se deviam para o jovem casal no sofá. Dylan ri e balança a cabeça, enquanto Ava exibe um sorriso sem graça. Seus olhos fogem furtivamente para o gêmeo mais novo. Mas como se tivesse medo que ele percebesse, ela desvia o olhar rapidamente.
- Então? Quero mais detalhes. – peço, quando na verdade, estou tentando distrair todo mundo.
- Preciso de água primeiro, mas tenho certeza que o Thomas pode contar. Ele veio o caminho todo narrando. – Bonnie diz com estresse, e então vai para a cozinha.
- Então tá ... Lá estava eu, sentado com a Lilith. – Thomas começa com empolgação.
- Lilith? – Dylan pergunta. – A do terceiro ano?
- Não, Lilith do segundo. Uma morena, com peitões.
- Thomas. – repreendo.
- Com peitos acima da média. – ele corrige, e reviro os olhos, enquanto meu pai e Noah riem. – E então de repente, a Bonnie atravessa o campo inimigo, e senta na mesa da Donna. No início eu achei que ia rolar briga, mas depois de alguns segundos sem nenhum grito ou peruca voando, eu perdi a esperança. Até que... – ele para e aponta para mim. – sua filha, mandou a Donna se foder e saiu. – Thomas parece tão animado, que é como se fosse uma criança depois de muito doce. – Tenho que admitir... nunca fiquei tão orgulhoso da B como fiquei naquele momento. – ele diz, emocionado. – Foi lindo de ver.
- Resume, logo. – Bonnie implora, entrando na sala com um copo em uma das mãos.
- Sem graça. – Thomas diz, mas obedece. – Aí a Donna desafiou e escolheu uma música brasileira, mas a Bonnie ganhou. Fim. – ele encerra com uma carranca.
- Bom... Pelo que o Thomas contou, foi emocionante. – meu pai diz.
- Não acredito que perdi isso. – Ava choraminga, e Bonnie caminha até ela e a abraça.
- Você precisava descansar. Falando nisso... você tá melhor? – Bonnie pergunta, e Ava confirma. – Ótimo. Assim, na próxima vez você me ajuda a vencer a Donna de novo.
- Pode ser até na festa na piscina. – Dylan diz, e Bonnie enruga a testa.
- Que festa na piscina?
- Não é uma festa. – digo, antes que Dylan possa responder. – Estou trabalhando num contrato novo e não posso sair de casa porque vocês a querem transformar numa boate.
- Já que tocou no assunto... Será que nosso aniversário não pode ser numa boate? – Thomas pede.
- Vocês não tem idade para entrar numa boate. – digo, ao mesmo tempo que Noah diz:
- Podemos ver.
Solto uma bufada e me volto para os meus filhos.
- Uma coisa de cada vez, por favor. – peço. - Primeiro: não quero saber de festas aqui essa semana. Preciso trabalhar e não vou conseguir fazer isso com uma pequena comunidade de jovens bêbados aqui. Segundo: vocês não tem idade para entrar numa boate, Thomas.
- Mas você pode reservar uma. Só por uma noite. E aí você pode tirar as bebidas alcoólicas...quer dizer, só se quiser. Não é obrigado, é claro.
- Não sei, Thomas.
- Por favor.  – ele me observa com olhos pidões, e eu me rendo.
Eu com 16 anos fazia coisa pior do que ir a boates.
- Vou ver o que posso fazer. – respondo, e ele abre um sorriso.
- Eu tenho a melhor mãe. – ele me abraça.
- Nós temos. – Bonnie e Dylan dizem ao mesmo tempo.
- Não sejam ciumentos. – Thomas devolve .
- E ninguém briga pelo o pai.- Noah diz, fingindo chateação.
- Nem carentes.- Thomas diz e Noah ri.
- Bom, eu amo vocês, mas preciso resolver os preparativos para a festa. – Bonnie diz. – Gail! – ela grita. – Você pode me ajudar? – e então ela some mais uma vez.
Droga. Parece que vamos ter uma festa.

Oi💜 Passando só pra lembrar do votinho🤗
Obs: a história vai ser contada na versão dos filhos. Fiz esses últimos dois capítulos na versão dos papais, atendendo pedidos.😘

A barraca do beijo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora