Capítulo Nove.

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NICOLAS.

— Valentina desça dai de cima e venha me ajudar aqui, por favor! — pedi autoritário, tentando organizar a mala dela pois iriamos sair para o aeroporto em algumas horas e a mala dela ainda não estava pronta. — Valentina eu não vou pedir novamente para você descer dai! — olhei para ela que ainda estava encima da mesa de centro arremessando algumas almofadas na pequena roda no sofá que ela mesma tinha inventado para brincar. Eu tinha subido para pegar uma de suas malas para guardar os brinquedos e as demais coisas que compramos aqui na Califórnia e quando eu desci já encontrei ela em cima da mesa arremessando as almofadas para o sofá, nem parecia que ela tinha machucado o braço mais cedo.

— Eu já vou descer, papai! — ela arremessou mais alguns travesseiros no sofá, sorriu quando notou que todos caíram na pequena roda e logo depois desceu da mesa comemorando. — Viu só, papai? Eu errei apenas alguns e conseguir acertar quase todos! - veio correndo em minha direção.

— Sim, eu vi. — suspirei. — Mas que idéia é essa de subir encima da mesa, Valentina? — cruzei os braços, tentando parecer sério, não gostava de dar broncas nela, mas as vezes era necessário. — O que aconteceu na cozinha não serviu de lição para você? E se você caísse novamente dali de cima, Valentina? E se algo pior acontecesse dessa vez? — perguntei e ela me olhou cabisbaixa.

— Eu não fiz por mal, papai. — falou baixinho, pegou uma de suas bonecas que estava no sofá e abraçou ela. — Eu tomei cuidado, não me machuquei novamente. O senhor estava demorando e eu só queria brincar um pouquinho antes de começar a arrumar as malas. — fez um bico e passou uma das mãozinhas no rosto, ela sempre faz isso antes de começar a chorar, acabei me sentindo mal com tudo isso. — Não briga comigo, papai! Eu te amo e não quero ver o senhor zangado comigo. — sussurrou e se agarrou em minhas pernas, envolvendo seus bracinhos nelas, me abraçando.

— Meu amor, eu não estou brigando com você, estou apenas te repreendendo pois o que você fez foi errado e eu não quero te ver machucada. — peguei ela em meus braços e ela olhou para mim. — Eu também te amo e é por isso que não quero te ver mal e nem machucada, meu amor. Não estou zangado com você e nem vou ficar, não precisa ficar assim. — ela beijou minha bochecha e sorriu. — Mas não é para fazer novamente, está bem? — ela assentiu.

— Não vou fazer, papai! — sorriu. — Precisamos arrumar a minha mala, as minhas bonecas estão todas espalhadas pela sala e não podemos esquecer elas aqui, papai.

— Vamos arrumar então! — coloquei ela no chão e botei a mala encima do sofá para ficar melhor para colocarmos as coisas necessárias dentro dela. Valentina começou a guardar suas bonecas na mala e eu comecei a arrumar os acessórios dela, que por sinal eram muitos. Meia hora depois já tínhamos terminado a primeira mala e por isso começamos a arrumar a segunda, onde iríamos colocar suas roupas e calçados. Acabei sorrindo quando a Valentina tentou colocar uma quantidade grande de roupas na mala e algumas acabaram caindo, por ela ser pequena e não caber todas em suas mãozinhas.

— Ah, não! — ela resmungou e começou a pegar as roupas que estava no chão. — Isso dar muito trabalho, papai! — colocou as roupas no sofá para eu organizar novamente. — Com a mamãe é mais fácil, acho que por ela fazer tudo se tornar mais fácil mesmo sendo difícil e complicado na maioria das vezes. — comentou e seus olhos se arregalaram em questões de minutos. — Não que eu não esteja adorando fazer tudo isso com você papai, é só que... — ela parou de falar e olhou para as mãozinhas.

— Você sente falta dela. — completei a frase dela e ela levantou a cabeça para me olhar.

— Como você sabe? — ela perguntou confusa.

— Você passou a maior parte da sua vida ao lado de sua mãe, é normal que você se sinta assim, pequena. — comentei e ela assentiu. — Mas cadê a sua mamãe? Porque você não me fala muito sobre ela, filha? — perguntei e ela ficou quieta. — Filha?

De Repente Pai.Onde histórias criam vida. Descubra agora