Capítulo Vinte e Sete.

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|  DOIS DIAS DEPOIS. |

NICOLAS.

Estava terminando de lavar a louça que tínhamos sujado no café da manhã, quando a Valentina entra na cozinha já arrumada com seu novo uniforme do colégio. Ela vai começar a estudar em um novo colégio hoje e está nervosa e com medo das novas mudanças.

— Papai, eu tenho mesmo que ir para esse novo colégio? — ela perguntou olhando para mim.

— Sim, filha. — terminei de lavar a louça e enxuguei minhas mãos no pano de prato. — Ontem passamos o dia inteiro conversando em como vai ser legal o seu novo colégio e o quanto você vai aprender coisas novas e legais nele. A mocinha já se esqueceu disso? — caminhei até ela e a peguei no colo, seguindo para a sala.

— Não, papai. — fez um bico e eu acabei sorrindo.

— Essa nova escola vai ser tão boa quanto a outra, princesa. — coloquei ela sentada no sofá e fui procurar minha carteira. Onde eu havia colocado ela?

— Eu vou sentir saudades das minhas amigas. — resmungou baixinho.

— Você vai poder ir visitar suas amigas sempre que quiser. E também você vai fazer novas amizades, filha. — disse ainda procurando minha carteira na estante. — E tem a Sophia, ela também estuda no seu novo colégio e provavelmente vocês duas vão ser da mesma turma. — coloquei minha cabeça para dentro de uma parte um pouco apertada da estante para ver se minha carteira estava lá, e quando eu fui levantar acabei batendo a cabeça na parte de cima dela. — Au! — fiz uma careta de dor e comecei a massagear o local que eu tinha acabado de bater.

— A Sophia também estuda nesse colégio? — ela perguntou surpresa. — Você não me disse isso ontem, papai!

— Não disse? Eu devo ter esquecido de comentar então... — suspirei.

— Com a Sophia presente as coisas vão ser bem mais divertidas e também eu não vou estar totalmente sozinha. — ela sorriu e se levantou. — Papai, se estiver procurando a sua carteira, ela está bem ali na poltrona. — apontou na direção dela e eu arregalei os olhos quando vi minha carteira nela. Quando eu tinha colocado ela ali?

— Certo, certo. — caminhei até a poltrona e peguei minha carteira, colocando-a em meu bolso. — Eu preciso estar mais atento.

Valentina acabou rindo e segundos depois Melissa entrou na sala. Ela ainda estava sonolenta e de pijama. Olhei para a sua barriga e acabei sorrindo, com seus três meses de gestação ela já estava bastante visível e era bem notável sua gravidez. Em breve, sua barriga iria estar enorme.

— Vocês iriam sair sem se despedir de mim? — Mel perguntou manhosa e eu me aproximei dela, abraçando-a carinhosamente.

— Não queríamos te acordar, meu amor. Você estava dormindo tão serenamente que ficamos com pena de te acordar. — beijei sua testa e ela se aconchegou mais em meus braços.

— Não queria que vocês fossem... — disse baixinho.

— Também não queríamos, acredite. — suspirei. — A Valentina mesmo se pudesse ficaria em casa, ela já nem queria ir para o novo colégio, mas como eu comentei que a Sophia vai estar lá, ela se animou. — comentei e Valentina sorriu. — Se fosse por mim também eu ficaria o dia inteiro com você hoje, mas eu preciso gravar as últimas cenas daquele filme que comentei com você ontem. O diretor já me ligou umas três vezes ontem falando acerca disso e disse que eu não poderia mais remarcar, já que eu remarquei umas duas vezes. — respire fundo e ela arregalou os olhos.

— Você remarcou duas vezes, amor? — ela perguntou surpresa.

— Sim, foi preciso. — acariciei seus cabelos. — Você estava precisando de mim no momento, e você e a Valentina são minhas prioridades. Então, eu sempre vou decidir algo pensando em vocês primeiro. — beijei sua testa e ela fungou. — Porque está chorando, amor? — olhei para ela e passei minha mão delicadamente em seu rosto, limpando umas lágrimas que desciam pela sua face.

De Repente Pai.Onde histórias criam vida. Descubra agora