Capítulo Dois.

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NICOLAS.

O som do despertador ecoou no quarto e eu acabei estranhando esse fato, não que eu não tivesse programado ele para alarmar, eu geralmente faço isso todas as noites para não passar do horário, mas, geralmente é a Valentina que me acorda todas as manhãs e até mesmo antes do despertador tocar, então ela não ter me acordado como de costume era um motivo para preocupação.

Desliguei o despertador e me levantei, nem me importei se ainda estava de pijama ou não, eu só queria me certificar de que a minha filha estava bem. Como o quarto dela era ao lado do meu, levou apenas alguns segundos para eu estar dentro do quarto da minha pequena, o abajur ainda se encontrava ligado, ainda me lembro até hoje de quando o comprei para a Valentina, estávamos passeando no shopping e do nada eu tive a ideia de decorar um dos quartos para ela, já que ela ainda estava dormindo comigo e necessariamente, precisaria de um cantinho para ela, como sua própria cama e o seu próprio espaço, até mesmo para ela guardar suas próprias coisas. No mesmo dia andamos quase o shopping todo e se eu não prometesse voltar no dia seguinte provavelmente eu e ela ainda estaríamos rodando todo o lugar.

Caminhei a passos rápidos até a sua cama e arregalei meus olhos quando notei minha pequena encolhida nas cobertas, ela parecia um pequeno embrulho de tão encolhida que estava e meu desespero aumentou quando eu toquei em sua testa e percebi sua alta temperatura.

— Valentina?? — disse rápido e tentei tirar o lençol dela, mas a cada tentativa de tirar, ela se agarrava mais ao lençol e resmungava algo baixinho. — Filha, acorda. Por favor, não faça isso comigo! — disse nervoso e só depois de algumas tentativas eu conseguir tirar o lençol dela, e com isso ela começou a choramingar, me deixando ainda mais angustiado.

— Papai... — ela choramingou e me partiu o coracão vê-la naquele estado, se eu pudesse eu tiraria toda a dor dela e depositaria em mim, mas isso infelizmente não é possivel.

— Eu estou aqui, meu amor. — peguei ela em meus braços e ela deitou a cabecinha em meu ombro, se agarrando ao meu pescoço.

— Está doendo... — sua voz saiu tão baixa, que se ela não estivesse perto de mim eu provavelmente não teria escutado.

— Onde dói, meu amor? Diz para mim. — disse nervoso e caminhei rapidamente para o meu quarto, eu precisava pegar o meu celular e ligar para alguém que pudesse me ajudar naquela situação.

— Minha barriga está doendo, papai... — sua voz saiu embargada e em poucos segundos seu chorinho invadiu meus ouvidos, me deixando ainda mais angustiado, avistei meu celular ao lado do despertador então caminhei até ele em passos rápidos e o peguei, em seguida liguei para o primeiro número que estava na lista dos contatos, principalmente para casos de emergências, como agora.

— Mamãe!? — disse nervoso quando ela finalmente atendeu, minhas mãos tremiam incontrolavelmente e eu estava tentando a todo custo não deixar o celular cair.

— Filho, o que houve? Ainda são sete horas e você não costuma me ligar tão cedo assim. — ela disse rápido. E de fato era verdade, eu geralmente ligava para ela um pouco mais tarde, devido a minha nova rotina com a Valentina.

— É a Valentina. — disse nervoso e um soluço ecoou no quarto, me assustando e preocupando ainda mais a minha mãe, que também escutou e gritou assustada do outro lado da linha.

— Esse soluço foi dela!? — Valentina soluçou novamente e se agarrou mais em mim. — Nicolas, me diga de uma vez, o que está acontecendo!?

— Ela está ardendo em febre e eu não sei o que fazer, mamãe! — disse consideravelmente alto.

De Repente Pai.Onde histórias criam vida. Descubra agora