Capítulo Trinta e Três.

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NICOLAS.

TRINTA E OITO SEMANAS.

38 semanas e 4 dias. Maya chegou em nossas vidas, deixando tudo mais lindo, mais colorido, com mais amor e mais vivo.

Eram 03h30 da manhã, terça-feira. Mel me acorda dizendo: “acho que a bolsa estourou”. Sorri na hora, me levantei com uma disposição que nunca havia sentido. Ao contrário do que muitos pensavam, inclusive eu, levantei tranquilo e pronto pra virar pai em definitivo. Na verdade, preparei muito minha cabeça pra esse momento, pra não entrar em pânico, pra não desesperar a Mel, pra Maya saber que ela tinha escolhido a hora certa. Eu imaginava que uma luz tomaria conta de mim, pra tudo ser calmo, em paz e pra que tudo corresse bem.

Tomei um banho, preparei um lanche pra Mel comer antes de sairmos, arrumei a casa — eu tinha uma lista do que precisava fazer antes de sair colado na porta. Reguei as plantas e caminhei pelo apartamento pra me despedir dele do jeito que era e pra pedir que tudo estivesse limpo no ambiente pra quando voltássemos com a Maya. Chegamos rapidamente na maternidade, a Mel estava muito tranquila e mais decidida do que nunca que teria um parto normal.

As contrações começaram algumas horas depois que saímos de casa, já na maternidade. Ela encarou com firmeza, usando a respiração da melhor maneira, usando toda sua força e eu dei toda a minha força que ela precisava. Massageando-a, abanando-a, estando ali para o que ela precisasse. Quando as dores começaram a ficar insuportáveis, ela tomou a anestesia e depois precisou só fazer força algumas vezes para a Maya aparecer. Às 10h43 da manhã, ela viu a luz aqui deste lado, estava forte, madura como dizem os médicos. Respirou, chorou… nós respiramos fundo e choramos junto com ela. Mel foi uma guerreira, foi incrível, o maior orgulho.
Quando o horário de visitas começou naquela manhã todos os nossos familiares estavam presentes no quarto em que a Mel estava com a nossa pequena Maya, até mesmo o Adrian e sua família — quando eu vir para o hospital com a Mel horas antes eu deixei a Valentina na casa dele e ele trouxe ela também.
Todos trouxeram presentes e balões em formatos de bichinhos para a Maya, o quarto ficou cheio em poucos minutos e a Mel ficou encantada com tudo, especialmente com todos que estavam ali para visitar ela e a nossa pequena.

Valentina estava sentada na cama ao lado esquerdo da mãe e Sophia estava ao lado direito, as duas olhavam para a Maya no colo da Mel com os olhinhos brilhando.

— Ela é linda, muito linda. — Adrian disse quando se aproximou de mim e eu olhei para ele sorrindo. — Parabéns.

— Obrigado. — agradeci e direcionamos os nossos olhares para a cena a nossa frente.

Valentina acariciava o rostinho da Maya carinhosamente, Sophia olhava tudo atentamente com um grande sorriso e Mel estava emocionada olhando para as garotas. Quando nossos olhares se encontraram ela sorriu para mim e sussurrou um "obrigada", acabei sorrindo e instantes depois ela voltou sua atenção para as meninas.

E naquele exato momento eu orei e agradeci a Deus por mais aquela bênção.

     [××]

Em dois dias a Mel já estava recuperada e hoje já estamos em casa.
Sobre a Maya, eu como um pai coruja, só posso dizer que ela é linda, saudável, nasceu sendo muito amada por mim, pela Valentina, pela Mel, pela família e por muitos amigos queridos. Estamos muito felizes com a chegada dela. É uma sensação absurda, ver um ser que é uma mistura de duas pessoas e que vai crescer e continuar levando nosso sangue e nossa vida adiante.

A missão que a Maya tem aqui ela já sabe. Cabe a nós a fazermos crescer da melhor maneira pra ela seguir em frente pelos caminhos certos. Ela nos escolheu como seus guardiões, nos escolheu para abrir as portas pra esse mundo. Espero que a passagem dela por aqui, nessa família, seja a melhor experiência que ela já viveu em toda a sua vida. Eu amo minhas filhas, eu amo a Mel e só tenho a agradecer a Deus pela oportunidade de estar ao lado delas nesta vida.

De Repente Pai.Onde histórias criam vida. Descubra agora