Capítulo Cinco.

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NICOLAS.

O caminho até o hotel foi calmo e a Valentina acabou cochilando em meu colo e só quando o carro parou em frente ao hotel que ficaríamos ela despertou e olhou ao redor curiosa. Quando entramos e conversamos com a recepcionista em relação aos nossos quartos ela deu as chaves de cada um para mim e o Adrian e então seguimos todos para os nossos aposentos.

Quando eu e a Valentina já estávamos em nosso quarto eu coloquei ela no chão para poder começar a arrumar nossas coisas e ela começou a cantarolar uma música infantil olhando cada detalhe do quarto, acabei sorrindo e comecei a desarrumar nossas malas.

Ser pai de menina é… aprender coisas novas, as quais você nunca imaginou dar atenção. É descobrir que a cor que você chamava de rosa na verdade é rosa pink e, que além dela existem vários outros tons. Ser pai de menina é se pegar lendo revistas de penteados infantis; É tentar entender o mistério de se fazer uma trança e que tic-tac não é aquela balinha e sim uma coisinha para prender cabelo. É brincar de fogãozinho e imaginar que tem comida nas panelinhas; É dar papinha e trocar fraldas de bonecas. E por falar em brincadeiras... ser pai de menina é usar maquiagem fora do carnaval, é pintar as unhas, é brincar de desfile de moda, é contar historinhas da princesinha, da joaninha, do coelhinho rosa que tinha filhotinhos rosa e morava em uma casinha rosa. Ser pai de menina é se importar com os acessórios cheios de estrelinhas que estão no cabelo dela para não cair; É ter os olhos marejados e um nó na garganta constantemente; É ter na troca de olhar toda a comunicação e cumplicidade do mundo. Ser pai de menina é… achar coisas fofas, gracinhas, belezinhas e muitas outras coisas no diminutivo; É aprender a combinar roupas e, ai de você se não deixar ela escolher a roupinha que quer vestir. É cuidar com carinho para não machucar. É trocar monstros por fadas, é se afogar em esmaltes, batons, pulseiras e brincos. Ser pai de menina é colocar maria-chiquinhas e vê-la andando pela casa empurrando o carrinho de bonecas, trombando nos móveis e dando risadas. Ser pai de menina é… não falar palavrão, é se interessar por vestidos e quase se ensurdecer com os gritos agudos que há de se ouvir. É ganhar o sorriso mais apaixonado, é sofrer com o ciúme mais doce… É ver um olhar lindo quando você diz que vai levá-la para sair. Ser pai de menina é…conhecer a alma feminina. E o mais importante de tudo… ser sempre o príncipe e nunca o vilão. Ser pai de menina é levar no peito, para o resto da vida uma pequena bailarina cor de rosa que nunca irá crescer.

— Papai eu ainda preciso tomar banho. — ouvi a voz da Valentina e então sair dos meus pensamentos e olhei para a pequena figura a minha frente que agora me analisava com os bracinhos cruzados.

— Sim, precisa e eu acabei me distraindo aqui. — disse e ela sorriu. — Vamos, eu vou te ajudar. Porque eu também preciso tomar um! — peguei em sua mão e seguimos para o banheiro, liguei o chuveiro para ela e deixei ela tomando banho enquanto fui ao quarto para escolher sua roupa, resolvi pegar um vestido rosa com estampas de florzinhas e um par de meias para ela. Quando voltei novamente para o banheiro encontrei ela pulando e brincando no chuveiro, acabei rindo da cena.

— Papai! — ela me chama assim que me ver.

— Oi! — sorrir e peguei uma toalha que estava disponível no banheiro para enxugar ela.

— A água está tão boa! — pulava e saltitava e com isso seus cabelos balançavam conforme cada pulo e sapecava pingos de água em mim.

— Imagino que sim, mas agora está na hora da mocinha sair da água, você já ficou bastante tempo ai. — falei e ela fez um biquinho, enrolei ela com uma toalha e seguir para o quarto, comecei a enxugar ela e em poucos minutos ela já se encontrava vestida e devidamente arrumada.

— Papai eu posso assistir um pouco?

— Pode. Qual desenho você quer ver hoje??

— Frozen! — ela fala animada e se senta no sofá, liguei a TV e coloquei o desenho que ela pediu.

De Repente Pai.Onde histórias criam vida. Descubra agora