Capítulo Quinze.

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MELISSA.

Eu e a Mia estávamos em uma conversa bem aleatória sobre o Adrian e o Nicolas quando eles entraram na sala sorrindo de algo.

— Suponho que já estejam colocando o papo em dia. — Nicolas brincou e se sentou ao meu lado enquanto Adrian se sentou ao lado de Mia sorrindo.

— Isso costumava acontecer diariamente na época que estudávamos juntos. — Adrian comentou sorrindo.

— Sim, quase sempre. — Nicolas sorriu.

— Não sejam chatos! — Mia disse sorrindo, deitando sua cabeça no ombro de Adrian. — Faz tempo que eu e a Mel não conversamos!

— Sim, realmente faz! — Nicolas comentou e assim iniciamos uma conversa bem divertida de quando todos éramos mais jovens e quando estudávamos na mesma turma e aprontava quase todas. Confesso que estava com saudades deles, de todos, sem exceção.

— É assustador no começo sim, a gente acha que não está pronta, que o mundo vai mudar e cair em cima da gente, é louco pensar que há um ser dentro da gente, dependendo da gente para continuar vivo e que vai depender a vida toda, assim como nós dependemos de nossos pais... — comentei com a Mia e ela assentiu devagar. Estávamos conversando sobre nossas pequenas e em como foi o período da gravidez de cada uma, enquanto falávamos sobre as meninas, os garotos estavam falando acerca do trabalho como de costume.

— Mais louco ainda é a gente amar este pequeno ser desde o instante em que descobre que está gravida, mesmo depois do susto, das lágrimas, das dúvidas, dos medos, depois de alguns minutos isso passa e a gente sente um amor imenso sem ao menos saber como esse ser é, sem saber se é ele ou ela, sem nunca ter visto, sem nunca ter sentido, só saber que está ali, que já ama a gente, e o melhor de tudo é que é nosso... — Mia comentou e eu sorri.

— Ser mãe é uma dádiva mais que divina, ser mãe vai muito além de gerar um filho, ser mãe é saber que esse filho é nossa vida, é nosso tudo, e é nosso começo sem fim... — sussurrei. Senti que estava sendo observada e isso só se confirmou quando eu olhei para frente e me deparei com o Nicolas me analisando na poltrona a minha frente, ele estava relaxado e seu semblante calmo me causou uma tranquilidade até então desconhecida por mim, um sorriso involuntário surgiu em seus lábios e isso foi o suficiente para eu abrir um sorriso também.

— Se o amor lhe sorrir, aguente as pernas bambas, ultrapasse as noites em claro, escute as músicas bregas. Viva a trilha sonora do casal da novela das nove, esconda uma foto na carteira, sinta saudades no sábado à noite. Compre um presente sem data marcada, escreva um cartão, copie um poema. Se o amor lhe sorrir, seja poema. Permita a rima. — Mia sussurrou em meu ouvido e eu parei para analisar cada palavra que ela tinha dito.

É ele. Não tem jeito. Pode passar dias, meses, anos, o tempo que for, meu coração sempre vai pular de alegria ao ver aquele sorriso. Mesmo que por foto. Ou, simplesmente, ao ler palavras tão simples e pequenas, mas que envolvem tanto sentimento, como um: "Senti saudades" ou "Preciso de você perto de mim". Basta isso. Só isso. E eu entendo que mesmo que eu me engane com outro alguém, ele é o dono de todo esse amor que eu guardo aqui dentro. Que é ele o motivo de toda essa felicidade, de toda essa paz, de toda essa certeza de que tudo vai dar certo. Agora ou lá na frente. Eu digo e não tenho dúvidas: é ele. Só ele. É tudo por ele, para ele, com ele.

[××]

Estava pensativa em meio aos meus pensamentos quando a Valentina entrou na sala junto com a Sophia, ambas estavam com carinhas de sono. Sophia se sentou no colo da mãe e Valentina sentou no meu.

— Está com sono não é meu amor?? — sussurrei beijando sua testa e acariciando levemente seus cabelos.

— Sim, mamãe. — Valentina sussurrou baixinho e levou suas mãozinhas até minha bochecha iniciando um carinho ali.

De Repente Pai.Onde histórias criam vida. Descubra agora