1 - Cinderela? (Ester)

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- Como assim você é só um representante dele? - pergunto inconformada. - Eu achei que tivesse deixado bem claro pelo telefone. Eu não vou a encontros contratados sem conhecer a pessoa antes, não saio com velhos, menores de idade ou pervertidos.

- Calma - o homem bonito e de terno caro diz fazendo gestos com as duas mãos como se isso fosse me deixar menos irritada. - Eu garanto que meu chefe não é ninguém assustador, é apenas um homem muito ocupado. - ele explica estendendo o celular para que eu veja a foto de um homem na faixa de uns quarenta e poucos anos.

- Certo! E por que ele precisa dos meus serviços? - pergunto desconfiada. - Espero que tenha lido bem todas as informações que eu enviei por e-mail.

- Sim, senhorita. Li tim tim por tim tim. Garanto que não será preciso nenhum tipo de contato físico. Ele apenas precisa de uma acompanhante para o baile de máscaras que será feito para arrecadação de donativos para um orfanato.

- O quê? Baile de máscaras? - pergunto me sentindo a pessoa mais estranha do universo. - Isso não existe nessa cidade não, moço!

- Existe! Inclusive está sendo bem divulgado entre a alta sociedade, já que a maioria dos donativos é feito por ricos e famosos.

- Estou entendendo, mas acho que vou ter que recusar. Não estou gostando muito desse estilo de encontro.

- O que a senhorita faz além desse trabalho? - pergunta intrigado.

- E por que é que eu preciso te dizer isso? Prefiro que a minha vida particular continue sendo particular.

- Compreendo. Realmente precisamos de seus serviços! - ele insiste. Como sabe o evento é hoje à noite e não temos tempo para conseguir outra acompanhante.

- Um baile de máscaras aqui? Eu não vou a encontros em que eu precise dançar ou tolerar funk, axé, sertanejo universitário, sofrência ou sei lá como você costuma chamar.

- Acho que a senhorita me entendeu mal. O baile é um evento fechado e bem conceituado. É algo em um nível um pouco diferente. Veja a programação - ele explica estendendo-me um folder chique onde alistava toda a programação e cardápio.

- Realmente é algo que nem imaginei que existisse por aqui. Talvez essa cidade seja maior do que eu imagino - digo ao notar o cardápio. - Black Pink? Isso é sério? Quem é que está fazendo essa festa para trazer Black Pink ao Brasil? - pergunto rindo. - Você acha que só porque eu sou Coreana vou me deixar ser conquistada por um grupo de kpop? Essa festa é para adolescentes ricos por acaso? - zombo, mas no fundo estou mega interessada.

- Sim, acredito que vou te convencer com esse argumento. A festa não é apenas para jovens, mas a maioria dos funcionários de nossa empresa é jovem e muitos são Coreanos. Além disso, temos os nossos contatos.

- Para dizer a verdade, você me convenceu nos dez mil reais - digo assinando o contrato que acabei de ler. - Mas, eu admito que amo Black Pink - completo sorrindo e franzindo o nariz fazendo-o rir.

- Você parece divertida - diz tentando flertar comigo e eu fecho a cara novamente.

- Não! Na verdade eu sou maluca - digo mantendo meu semblante assustador e ele parece mesmo com medo. - Totalmente maluca - continuo. - A vida me tornou assim.

- Compreendo - diz voltando ao estado de formalidade.

- Aqui no contrato diz: Vestido e calçado de princesa, máscara obrigatória e ar misterioso - leio achando ridículo. - Tirando o ar misterioso eu não tenho nada disso aqui.

- Você pode comprar o que precisar e apresentar esse cartão com meu nome - ele diz me entregando um cartão dourado com apenas um nome escrito.

- Mano! Isso é muito estranho e engraçado - digo rindo. - Me desculpe, mas realmente parece muito esquisito, esse nem é seu nome de verdade.

A Garota da Máscara (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora