21 PT 2 - Somos todos loucos (Ester)

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— Por que está me encarando? — pergunto colocando uma colherada de arroz na boca. Estou faminta.

— Você é muito bonita, parece uma pintura. Nem parece real.

— Que exagero — afirmo sorrindo. — Precisamos trabalhar, mas eu tenho aula de balé e um teste pra conseguir um papel na peça que a escola de dança irá fazer. Vou me atrasar um pouco mais hoje.

— Sem problemas. Quando chegar vá até a minha sala porque eu preciso que dê uma olhada em um projeto e assine alguns papeis.

— Tudo bem! — digo.

— Não tomamos café da manhã, mas pelo estamos almoçando juntos — comenta rindo.

— É tudo bem simples, ainda não tive tempo suficiente para ir ao mercado e fazer uma boa compra — explico.

— Sua comida é ótima, mesmo a que você chama de simples.

— Falando sério, gosto da ideia de morar aqui. Você quer mesmo se mudar pra cá? — pergunto, só para confirmar.

— Quero! Ainda mais se ninguém souber nosso endereço — ele responde me fazendo sorrir.

— Ok! Mas vamos esperar passar toda essa coisa do evento e tudo o mais, depois eu te ajudo com a mudança completa.

— Combinado!

[***]

Minha apresentação não sai exatamente como eu queria, mesmo assim consigo o papel. Clara sorri pra mim. Nós duas seremos as personagens principais. Tudo o que eu queria. Ver Pâmela Maria de mau humor me deixa de bom humor. Ela nos provocou tanto nas últimas aulas dizendo que nós não conseguiríamos.

— Não fique tão decepcionada Pâmela, Você só deve estar enferrujada demais, já que perdeu pra uma aluna e uma professora que acabaram de retornar — provoco e Clara ri.

Ela finge me ignorar, mas faz questão de bater a bolsa no copo com refrigerante em cima da mesa arruinando a roupa que eu ia usar para trabalhar.

— Aish! A roupa que usei para o teste está toda suada — reclamo. — E agora essa daqui está toda melada de refrigerante.

— Eu tenho uma roupa aqui que ia devolver para minha amiga, só um minuto — diz Clara revirando a bolsa. — Aqui!

Ela me entrega uma camisa branca e uma saia cinza.

— Ótimo! Obrigada, eu te devolvo assim que lavar depois de usar.

— Tudo bem, não tem problema. Eu já estou acostumada com as pessoas me jogando refrigerante, até me acostumei a carregar uma roupa a mais — ela explica.

— Sério? Ela já fez isso contigo? — pergunto curiosa.

— Sim, mas não só ela. Geralmente quem faz isso comigo é outra Pâmela.

— Você deve ter um problema com "Pâmelas" — brinco.

— Acho que sim! — exclama rindo. — Ah! Cuidado com essa camisa, ela fica abrindo os três primeiros botões.

— Eu vou me lembrar disso.

— Parabéns mais uma vez! Você é minha melhor aluna — elogia Clara me fazendo ficar um pouco convencida.

Passo na casa da Sophia para trocar de roupa e aproveito para ver minha avó rapidamente no hospital.

Por sorte o vestido preto que Miguel recuperou pra mim ainda estava na casa da minha amiga. Eu já levei praticamente tudo pro Castelo.

A Garota da Máscara (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora