— Você sabe que nenhuma mulher trabalharia no dia do casamento, não sabe? — pergunto entrando na sala de Ester.
— De quem foi a brilhante ideia de fingir uma lua de mel? — pergunta fechando o cenho. — Agora preciso terminar isso porque na teoria estarei fora do país amanhã.
— Nós realmente vamos viajar. Aceite! Foi ideia do seu pai. Ele disse que você sempre sonhou com isso e "você" — enfatizo bem — me disse para fazer tudo que ele pedisse. Encare como férias. Eu preciso de férias!
— Só me diga que reservou quartos separados — diz.
— Por quê? Está com medo de não resistir aos meus encantos? — brinco.
— Não. Apenas certa de que você não pode resistir aos meus — retruca.
Não sei nem se posso discutir sobre isso.
— Reservei dois quartos, mas precisamos pensar onde iremos morar. Será muito esquisito se morarmos separados.
— Já esteve em um castelo?
— Que pergunta é essa do nada?
— Quando você era criança, seu pai te levou em alguma mansão que se parece com um castelo?
— Sim, eu me recordo vagamente de um lugar em que ele me levou e perguntou se aquela casa me trazia alguma lembrança. Mas eu não tenho muitas recordações de antes de fazer seis anos, por que a pergunta? Ele te deixou aquela mansão também?
— Sim — responde e meu queixo cai.
— Tá de brincadeira? Sério? Por que ele faria isso? Achei que ele já tinha vendido aquilo.
— E quem compraria? Parece um castelo mal assombrado.
— Tem razão. Enfim, temos que estar no cartório daqui a poucas horas. Deixa esse trabalho pra depois. Eu trouxe um presente pra você.
— Relaxa! Não vou deixar você plantado hoje. Não precisava trazer um suborno.
— Não é um suborno. Pedi que fizessem um vestido igual ao que você deixou na loja naquele dia das fotos e também achei que seria legal te dar um presente de casamento.
Ela olha a sacola com o vestido e fica evidentemente satisfeita.
— Foi o primeiro modelo que eu desenhei e fiz sozinha — explica.
Abre a caixinha com o colar e parece surpresa.
— Uma borboleta? — pergunta.
— Percebi que você gosta. Acho que combina com você e eu também gosto de borboletas.
— Sim, eu gosto, mas por que você acha que combina comigo?
— Acho que tem a ver com a sua perseverança. Você voaria alto e iria longe mesmo com uma asa quebrada. Isso me faz ter a certeza de que você é a pessoa certa.
Ela me encara como se isso tivesse sido inesperado.
— A pessoa certa? Não me diga que está se apaixonando por mim.
— Eu deveria? — pergunto me aproximando e segurando sua mão. — Podemos fazer isso dar certo.
Ela fecha a caixinha com o colar, solta a minha mão e se vira para a mesa.
— Não se apaixone por mim, vamos manter como um casamento por conveniência. É isso o que é — diz ainda de costas.
— Te vejo daqui a pouco — digo, deixando-a.
[***]
— Ansioso? — pergunta Fred.
— Um pouco. Queria poder tornar isso um pouco mais fácil para Ester, mas quando tento me aproximar, ela me afasta.
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A Garota da Máscara (COMPLETO)
RomanceCOMPLETO Sinopse: Uma garota com feridas profundas desistiu de amar e perdeu a empolgação pela paixão. Um rapaz romântico que tem sua vida embaralhada pelo imprevisto se vê obrigado a se casar de repente, mesmo que a pessoa não seja quem ele está p...