— O nome Lee Jae In faz algum sentido pra você? — pergunta Fred.
— Não! — respondo. — Por quê?
— O Japonês que te deixou em coma. Aquele que foi preso. Ele se matou na prisão. Se é que podemos acreditar que foi suicídio. Aqui o chamavam de Jean, mas descobriram que ele tinha mais de quinze documentos falsos. O nome verdadeiro dele era Seiji Yamazaki.
— Certamente não deve ter sido suicídio. Uma hora ele ia acabar revelando a verdade. Mas o que tem a ver com esse nome?
— O detetive responsável pelo seu caso aqui no Brasil descobriu que há mais de trinta anos o Japonês trabalhou para Lee Jae In antes de vir pra cá. Jae In era presidente de uma empresa de produtos químicos da Coreia. Esta empresa era corrupta e seus produtos fizeram muitos funcionários perder a vida. Famílias inteiras de testemunhas, detetives e policiais envolvidos com o caso desapareceram antes de conseguirem provar todos os delitos daquela empresa. Quando todos os seus crimes foram finalmente revelados e provados, Jae In tentou fugir e encurralado pulou de um prédio de mais de dez andares e morreu.
— Que horror! — exclamo.
— Jae In não tinha esposa. O problema é que o filho dele Jae Sang, que na época tinha vinte e um anos, simplesmente desapareceu junto com o Japonês.
— Entendi. Nós precisamos de mais informações sobre todos eles — afirmo.
— E é aí que entra um o mistério de tudo isso — diz Fred.
— Que mistério?
— Não há nenhuma foto nem dele e nem do filho dele em lugar nenhum. Nem a polícia de Seul tem mais informações do caso. Alguns foram presos, a empresa deixou de existir e fim.
— Tem que ter alguém que saiba de alguma coisa, não é possível. Isso tem que ter passado no noticiário da época — reclamo.
— Vou continuar tentando encontrar mais coisas.
— Está bem — digo. — Pode investigar Laura pra mim?
— Investigar Laura? Que brisa é essa agora?
— Só investigue tudo sobre ela desde o nascimento — afirmo e escrevo em um papel:
"Ela disse que é a Nabi. Disse que é perigoso e ninguém pode saber."
— O quê? Pode deixar comigo! Eu descubro tudo, mas por que você escreveu em vez de falar? — sussurra.
— Por que as paredes têm ouvidos. — Olho para o relógio. — Já são dezenove horas? Droga. Ester já saiu?
— Sim, ela foi dar aula. A boa notícia é que ouvi Ester pedir pra Sophia encerrar o contrato dela com a faculdade porque está muito sobrecarregada. A má notícia é que ela foi com aquela roupa que te deixou com ciúmes — afirma rindo.
— Ciúmes? Eu? Não sou assim — reclamo pegando a chave do carro.
— Não é? Você acabou de pegar a chave do carro às pressas. Está indo pra faculdade, não está?
— Sim, mas não é por causa disso. Quero convencê-la a ir comigo pra casa.
— Sei — debocha.
[***]
Eu me encosto à batente da porta e admiro enquanto ela conversa com os alunos. Ester fica tão linda ensinando. É uma ótima professora. É claro que eu não esperava menos.
Um dos alunos me incomoda bastante. Ele nem disfarça, repara Ester da cabeça aos pés e sua baba daria pra encher um balde. Eu não o julgo, mas tenho vontade de quebrar o pescoço dele.
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A Garota da Máscara (COMPLETO)
RomanceCOMPLETO Sinopse: Uma garota com feridas profundas desistiu de amar e perdeu a empolgação pela paixão. Um rapaz romântico que tem sua vida embaralhada pelo imprevisto se vê obrigado a se casar de repente, mesmo que a pessoa não seja quem ele está p...