36 PT I - Caça ao tesouro (Ester)

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Abro os olhos percebendo a luz que entra pela janela da minha nova sala. Nem notei quando peguei no sono.

— Passou a noite toda aqui? — pergunta Sophia.

— Ah, meu Deus! — Eu me assusto, ainda não tinha percebido que ela estava aqui, sentada no sofá. — Por que não me acordou quando chegou? — reclamo.

— Nem sei quantas horas você conseguiu dormir, como eu te acordaria?

— Ariana é astuta e a promotoria que acusa Miguel é toda corrupta. Eu nem ficaria surpresa se eles liberassem Ricardo, como se nada tivesse acontecido.

Sophia se levanta e coloca o celular na minha frente, com uma matéria sobre ele.

— Impossível. Fiz questão de colocá-lo em todos os jornais. Se o libertarem agora, a mídia e o público vai querer saber por que — ela explica.

— Você é genial. Nem pensei nisso.

— Só continuei o que você começou. Ter se tornado a CEO é o que foi incrível. Nunca imaginei que Ricardo fosse levar essa rasteira.

— Vá por mim. Aqui no Brasil, isso nem foi tão difícil — afirmo. — Difícil é provar a inocência de alguém realmente inocente. Eu estudei muita coisa ontem, mas ainda tenho medo de não conseguir inocentar Miguel. Eu não suporto a ideia de deixá-lo passar por isso.

— Você vai conseguir. — Sophia se senta novamente e sorri. — Ontem fui jantar com Fred no mesmo restaurante em que Ariana estava jantando com o promotor. Ela caiu na armadilha. Acha que Ricardo denunciou Miguel.

— Ótimo.

— Ah! Além disso, sem querer descobri que Laura possui o maior número de ações da empresa de Ariana, mas a mãe dela ainda não sabe disso.

— Espera, você está me dizendo que aquela garota está tomando a empresa da mãe, sem que ela perceba? Por essa eu não esperava.

— Pois é, Ester. Acho que Ariana confia muito na filha. Ela deixou tudo nas mãos de Laura para poder se concentrar em conseguir a carreira de Juíza. Ontem ela citou isso na conversa com o promotor. Disse que está quase atingindo seus objetivos.

— Então a empresa de perfumes é praticamente de Laura, agora. Sinto um cheiro estranho nisso tudo.

Sophia ri. Não tentei ser engraçada ou sarcástica. Realmente acho que tem algo esquisito nisso tudo. Talvez Laura não seja tão inocente e boba quanto nós pensamos.

— Ester, Fred me pediu para te entregar isso, é o pen drive e o celular que estavam no cofre de Ricardo. Os dois estão desbloqueados. — Ela coloca os itens a minha frente. — Pelo que entendi, esse telefone era do pai biológico de Miguel. Fred disse que você deveria dar uma olhada nele depois.

— Obrigada. Tem mais alguma coisa que eu deveria saber? — indago.

— Sim. Estou te devolvendo a agenda vermelha. Anotei tudo o que descobri e o que acho que pode te ajudar.

— Não sei o que faria sem você, Sophia. Muito obrigada.

Eu me levanto e minha amiga me encara, confusa.

— Aonde você vai? — ela questiona.

— Preciso passar no hospital pra resolver um problema, também quero visitar Miguel e eu realmente preciso ir até o castelo. Algo me diz que encontrarei mais coisas por lá e também preciso encontrar o que aquela chave abre.

— Ester, me diz a verdade. — Sophia se levanta e para de frente pra mim olhando no fundo dos meus olhos. — Depois que recuperou a memória, conversou com a sua avó, não foi?

A Garota da Máscara (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora