Capítulo 29

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IMPORTANTE:

Esse capítulo contém indícios de assédio sexual (não tem descrição gráfica, nem chego ao ato, escrevo só indícios), se você for sensível a essa leitura pode pular quando encontrar o terceiro banner de planeta. No capítulo seguinte, eu vou começar de forma que você entenda o que aconteceu sem precisar ter lido. Combinado?

Agora sim vamos ao cap.

Era terça-feira, e a aula de Fotografia deveria ser comum como sempre era

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Era terça-feira, e a aula de Fotografia deveria ser comum como sempre era. Estávamos aprendendo sobre enquadramentos e, apesar da faculdade possuir o aluguel de câmeras, eu preferia usar a minha própria para realizar as atividades.

Era para ser uma aula normal, em que eu terminava de limpar a lente da câmera e logo sairia para realizar a atividade, a professora nos deu quinze minutos para cumpri-la antes de voltar para a sala e encerrar a aula. Eu deveria tirar, pelo menos, três fotos em ângulo normal, plongée e contra-plongée. Não era uma atividade difícil, ela só dependia do ângulo da câmera, e eu segurei a minha com cuidado ao me levantar. Contudo, antes de sair da sala, a professora avisou que deveríamos formar duplas.

E foi aí que a aula deixou de ser normal, pois Alice estava presente e veio em minha direção.

Uma touca vermelha cobria sua cabeça e revelava apenas alguns fios de cabelo. Ela sempre usava roupas extravagantes para ir à faculdade, mas hoje estava apenas com uma calça jeans, tênis branco e uma blusa de manga comprida que combinava com a touca.

— Tu pode ser a minha dupla? - Ela ergueu a sua câmera e me deu um sorriso tímido que não me convenceu.

— E por que tu quer ser minha dupla? — Eu já estava me acostumando a usar o "tu" no lugar do "você", e acabei falando em tom irritado, porém Alice não reclamou e manteve a postura um pouco acuada.

— Eu queria muito conversar.

Respirei fundo e virei o rosto, queria deixar claro para ela que não gostei da ideia.

— Eu não tenho nada pra falar com você, Alice.

— Mas eu tenho, por favor. — Sua voz ficou fina pela súplica baixa. Imaginei o tanto de esforço que ela estava fazendo para implorar por uma conversa comigo.

— Vamos lá, então. — Indiquei com a cabeça o caminho para o pátio e começamos a andar lado a lado.

Fiquei mexendo nos botões da câmera como uma forma de distrair as mãos, pois estava ansioso por ter Alice do meu lado. Ela também não parecia confortável.

— Então, sobre sábado, eu sinto muito por tudo aquilo. — Ela falou em voz baixa. — Eu não queria te ofender.

Soltei uma risada incrédula e parei de caminhar. Ela ficou surpresa e também parou, estava concentrada em mim.

— Me tratar daquele jeito e depois falar que não queria me ofender é meio que, tipo, tu quer me chamar de burro, né? — Questionei, sem esconder a raiva na voz. - Admite que você queria me ofender sim, Alice!

⚧ | Azul é a Cor do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora