Capítulo 33

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Tô triste e solitário postei mais um cap e com hot no final pq faço isso quando tô triste

Quem for -18 não lê não

É bom me obedecerem pq eu tenho 22 então mando na maioria de vcs

É bom me obedecerem pq eu tenho 22 então mando na maioria de vcs

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O apartamento de Marcos era uma confusão total.

Não que o local fosse bagunçado ou sujo, não. Eles eram bastante organizados quanto a isso e uma das primeiras coisas que meu amigo me mostrou foi a planilha de tarefas semanal.

Mas não deixava de ser uma República de garotos. Não haviam adultos no recinto e o lugar era comandado por um grupo de dois estudantes da Marie Curie e um operador de caixa de supermercado.

A cozinha não possuía muita coisa, talvez ninguém ali soubesse cozinhar. As poucas panelas eram velhas e gastas. Contudo, o armário estava repleto de salgadinhos e biscoitos. A sala de estar e de jantar eram uma coisa só, então ao lado da mesa já havia um sofá, e à sua frente uma televisão. Era um pouco desconexo. Notei alguns skates e blusas de futebol jogadas em um cesto, uma parede cheia de fotos coladas com fita adesiva amarela e pôsteres de times.

"É tudo masculino demais!"

— O dono do prédio é um senhor já de idade, então ele só recebe o dinheiro na mão, não sabe usar conta de banco. — Marcos explicou enquanto caminhamos até o meu futuro quarto. — Geralmente a gente junta a parte do aluguel de cada um até o quinto dia e eu entrego na mão dele.

Sammy me acompanhou para conhecer minha nova casa, e ela observava tudo atentamente. Parecia analisar cada detalhe e guardar em uma lista mental.

— Tá na mão, chefia! Espero que não se importe com o estado das coisas, pode trocar no futuro se quiser. — Marcos destrancou a porta do quarto e revelou o cômodo mobiliado com uma cama de solteiro, um pequeno guarda-roupa de duas portas e uma cômoda menor ainda. O estado dos móveis era gasto, mas eu não me importava. Para mim, era perfeito.

— Tá ótimo, cara. Obrigado. — Dei um aperto leve em seu ombro e ele sorriu para mim. Sammy começou a abrir as gavetas e as portas, conferindo cada canto.

— Pô, eu não sei exatamente o que tu deve tá passando, mas minha família é foda também, sabe? Meus pais se separaram e eu não gostava de ficar na casa de nenhum dos dois, viviam brigando e me colocando no meio. Os meninos daqui viraram minha família, tu vai gostar deles.

Aquela foi a primeira vez que Marcos falou tantas palavras comigo. Sempre conversávamos de forma casual junto com os outros garotos. O que eu mais gostava no meu grupo da faculdade era o fato de que eles não tentavam medir palavras para mim, ou fazer perguntas e me tratar diferente por eu ser trans. Eu era um deles, como qualquer garoto.

Fomos interrompidos pelo barulho de Sam se mexendo na cama, que ficou pulando sentada várias vezes até olharmos para ela.

— O que foi? Tô testando pra ver se é boa. — Ela deu de ombros e se levantou, mas notei sua piscadinha para mim.

⚧ | Azul é a Cor do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora