Capítulo 16

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Um pedido do fundo do meu coração aos leitores antigos que conhecem o Jason desde a versão antiga da história: NÃO DÊEM SPOILER! Eu quero ver a reação dos leitores novos, obrigado kkkkkkk é sério não dêem spoiler não, por favor.

Em todos os romances adolescentes que já assisti, existia a figura do badboy

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Em todos os romances adolescentes que já assisti, existia a figura do badboy. Ele poderia atuar como o par da protagonista ou mesmo como o cara rejeitado no fim do filme – pois a personagem teve senso e escolheu o rapaz fofo e romântico – mas ele sempre estava presente.

Na época da High School, minhas colegas de turma adoravam todos eles. Em dias de filme na aula livre, elas soltavam gritinhos eufóricos quando algum garoto loiro e bonito aparecia em cena para roubar o coração da garota. Eles estavam em filmes, séries, livros, músicas, videoclipes, sob holofotes de celebridades, no tapete de Hollywood.

E eu já sabia que eu era diferente das outras meninas pois, ao invés de querer me apaixonar por um garoto como esses, eu queria ser esse garoto. Enquanto minhas colegas tentavam se arrumar como a protagonista fofa e apaixonada, passavam maquiagem chamativa e faziam penteados imitando as atrizes, eu tentava me vestir, falar e andar como o badboy dos filmes. Não dava certo, obviamente.

Por esse motivo e esse "quase trauma do passado", eu me sentia tão desconcertado perto de Jason.

Todos os seus movimentos me lembravam o de um garoto dos filmes. A forma como ele mexia o cabelo, o cigarro preso entre os dentes, até o jeito que ele retirou a jaqueta e a colocou em cima da cadeira da mesa de jantar.

Sua casa não era como a dos filmes, era até bem menor que a minha. Contudo, o espaço vazio pelos poucos móveis tornava o ambiente enorme.

— Tu pode ficar no quarto da minha irmã se quiser, ela tá morando em Uruguaiana.

Me lembrei vagamente de quando o senhor Max falou sobre a Camila, que passou na Universidade Estadual.

"Camila... Por que só a filha tem o nome normal nessa família?"

Jason passou pelo corredor e acendeu o interruptor do quarto da irmã, me causando um choque visual pelo excesso de coisas felpudas e rosas.

— Ela tem um gosto meio bizarro, às vezes eu acho que ela tem um Sugar Daddy e não conta pra ninguém. — Jason fez uma careta. Sua fala saiu tão séria que eu não consegui rir, parecia que ele realmente acreditava no que disse.

— É... Mas, está ótimo. — Eu não poderia reclamar de nada a essa altura. Era até um pouco parecido com meu quarto na infância, apesar da lembrança não ser nada boa.

Como quem lê pensamentos, Jason olhou rapidamente para mim e suspirou.

— Bora pro meu quarto.

Não comentei a respeito e apenas o segui.

Entrei em um cômodo completamente oposto de Camila e agora eu podia dizer que estava me sentindo em casa. Haviam pôsteres de jogadores de futebol – reconheci o Neymar e o Cristiano Ronaldo, os outros eram desconhecidos para mim –, uma mesa com um computador e uma cadeira gamer vermelha e com várias peças de roupa jogadas de qualquer jeito em cima dela. Na cama, apesar do aspecto amassado, dava para ver que a coberta vermelha possuía um símbolo de time.

⚧ | Azul é a Cor do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora