Capítulo 38

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Eram sete horas da noite quando saí da loja. Apesar das portas serem fechadas às seis, os funcionários continuavam lá dentro para arrumar tudo para o dia seguinte. Como operador de caixa, eu também precisava fazer o fechamento dele e arrumar o espaço. Jennifer me ajudou a contar o dinheiro e me ensinou a desligá-lo, e depois eu a ajudei a organizar algumas araras.

Todos nós saímos juntos, uns foram para um ponto de ônibus e outros atravessaram a rua para pegar no outro lado. Acompanhei o primeiro grupo e postei uma foto da rua, com a legenda "Mais um dia de trabalho, check". O único movimento era o das lanchonetes e de uma cama elástica com duas crianças no canto da praça.

Coloquei a localização do centro no topo da foto e postei em forma de história, assim seria excluída 24 horas depois. Mal postara e já havia recebido uma notificação de resposta.

Franzi a testa ao ver uma mensagem de Jason. Desde aquele dia em que ele foi ao hospital, eu o segui e ele me seguiu de volta, mas não conversamos até então. Abri a notificação curioso.

— Aonde tu tá trabalhando?

Contei até três antes de responder.

— Boa noite pra você também! Trabalho no centro.

— E tu tá indo pra casa agora?

— Por que quer saber?!

— Porque se tu não for fazer nada pode vir aqui pra casa que eu tô dando um rolê.

— O que é rolê?

— É tipo beber, zoar, usar drogas...

— Ficou maluco?!

— Tô zoando, né véi! — Eu não achava que era tão "zoação" assim. — Me manda tua localização.

— Quem disse que eu vou?

— Eu tô dizendo. Tu só namora, estuda e trabalha, tem que conhecer mais da vida.

— Eu não sou de sair.

— Só me fala tua localização! Eu peço um táxi pra ti.

— Ô, Charlie! — Leonardo acenou há alguns metros de distância, junto com outros colegas de trabalho. — O ônibus ali!

Vi ao longe que a minha linha estava se aproximando, eu tinha que decidir que resposta dar ao Jason. Era sexta-feira, estava livre amanhã sem aula e folga no trabalho.

"Você não queria ser igual a garotos como o Jason? Então aproveita!" - meu cérebro gritou para mim. Gritei para Leo que pegaria uma carona e apenas mandei a localização.

Quando o motorista parou em frente à casa que eu já conhecia, eu podia escutar alguns sons vindo de dentro

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Quando o motorista parou em frente à casa que eu já conhecia, eu podia escutar alguns sons vindo de dentro.

Eu não sabia que ideia eu tinha na cabeça ao aceitar aquele convite, eu era antissocial demais para entrar em uma festa daquelas. Contudo, eu já estava ali e não poderia voltar atrás, pois eu nem sabia que ônibus pegar para voltar à República.

⚧ | Azul é a Cor do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora