Capítulo 31

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Na manhã seguinte, acordei com várias ligações perdidas e mensagens da minha mãe, preocupada comigo. João não estava no quarto, mas a julgar pelo barulho do chuveiro na sua suite, ele estava tomando banho.

Esfreguei os olhos e tentei ler algumas mensagens, logo um peso enorme caiu sobre mim e me senti culpado por não ter dado uma explicação.

Comecei a digitar para avisar que eu estava acordado, mas ela estava online e deve ter visto o status "Digitando...", pois rapidamente minha tela mostrou mais uma chamada na tela. Ansioso, atendi a ligação.

— Mãe?

— Aonde você tá, pelo amor de Deus?!

— Preciso conversar sobre o Paul, tive que sair de casa. — falei morrendo de medo sem saber por que, afinal, ela era a minha mãe e iria me defender quando soubesse o que houve.

— O que aconteceu? — A voz de Madison se tornou fraca do outro lado da linha. — O que ele fez, minha filha?!

— Quer tomar café? Eu quero conversar pessoalmente. — Minha voz saiu tremida. Era cedo demais para o meu psicológico funcionar bem, mas era melhor esclarecer aquilo rápido.

— Aonde você tá? Eu vou aí te buscar e vamos na padaria.

— Não quero falar, desculpa, a gente pode se encontrar na cafeteria do lado da faculdade?

— Como assim não posso saber aonde você tá? O que aconteceu?!

— Mãe, por favor, vamos falar disso pessoalmente. Amo você.

Minha frase final a amoleceu.

— Também amo você, meu amor. Daqui meia hora vou estar lá.

A relação entre mãe e filho sempre foi especial, independente do filho ser um garoto ou uma garota – ou garote

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A relação entre mãe e filho sempre foi especial, independente do filho ser um garoto ou uma garota – ou garote. O instinto materno, teoricamente, deveria fazer a mãe querer sempre proteger o seu filho. Por isso, relatos de mães que maltratam ou até os matam, são assustadores. Pensamos logo que essas mulheres deveriam ter algum transtorno mental grave, pois em teoria uma mãe sempre vai querer cuidar do seu filho e fazer o melhor para ele.

Por isso, eu estava tão em choque com aquela conversa com Madison. Saí da cafeteria e pedi para que ela não me acompanhasse. Ela insistiu tanto em me seguir a pé e estava tão perto de fazer um escândalo na calçada que eu ameacei chamar a polícia.

Eu contei tudo sobre Paul para ela e esperava, no mínimo, alguma compreensão.

"Eu não posso me divorciar dele, como vamos sobreviver aqui? Não estamos na Carolina do Norte."

Antes de sair da casa de João, eu pedi para usar sua impressora e imprimi alguns currículos. Eles estavam na minha mochila, mas minha cara não deveria estar a melhor do mundo para entregá-los nas lojas.

"Eu vou orar para que Deus toque o coração de Paul e ele se arrependa, o Inimigo está nos tentando desde que, você sabe... Não que seja a sua culpa, Charlie, mas Satanás é traiçoeiro e quer nos destruir."

⚧ | Azul é a Cor do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora