Capítulo 34

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"Você é minha maior decepção, Camila."

Aquilo martelava violentamente a cabeça da morena. Quando chegou na Mansão, Camila desceu da carruagem sem ao menos prestar atenção onde estava.

Os olhos estavam marejados e sua expressão estava pálida, quase mórbida.

Precisava de um lugar tranqüilo, somente isso...

Entrou na mansão Jauregui, de cabeça baixa e rosto triste. Foi andando pelo jardim. Ia entrar na casa, mas mudou de idéia e foi atrás de algum lugar escondido e solitário no jardim.

Logo achou... um lugar escondido perto da Fonte da mansão. Sentou-se no chão, pouco se importando se ia sujar o vestido, e momentos depois não segurou mais o pranto que lhe assolava por dentro.

Todas as tristezas que lhe remoíam por dentro saíam através de lágrimas e soluços.

Estava com as pequenas pernas dobradas, e a cabeça enterrada entre os braços, toda encolhida, quando uma mão quente lhe tocou o ombro.

Camila estava tão mal que sequer se deu ao trabalho de levantar o rosto para ver quem era. Allyson, talvez...

- O que foi? - Ela ouviu uma voz rouca e hesitante perguntar.

Camila se assustou e ergueu os olhos molhados para cima.

Lauren a observava, ainda com a mão em seu ombro. A morena soluçou, e percebendo que sua voz não saía, voltou a deitar o rosto nos braços.

Lauren sentou ao lado dela. Ela parecia meio incerta, Camila nunca a vira daquele jeito.

- Que aconteceu, Camila Maria? - Ela pressionou.

Ela escondeu o rosto nas pequenas mãos.

- N-Nada...

- Então pare com esse choro.

Ela não parou. Dava para notar que ela não conseguiria parar.

De repente, antes que Lauren pudesse reagir, Camila se virou para ela e engatinhou até seu colo, sentando-se nas pernas dela e a abraçando como se pedisse consolo. Ela soluçou, escondendo o rosto no pescoço de Lauren.1

Ela piscou, incrédula pela atitude da morena e sem saber como agir. Estava  desnorteada. Ela estava procurando consolo e proteção... com ela? Logo com quem ela odiava?

- Quero ir e-embora, Lauren... - Ela soluçou, agarrando-se à ela como se fosse um salva-vidas. - M-Me leve d-daqui.

Ela apertou-a com força de repente, como que movido por um novo instinto.

- Deus, se acalme.

- N-Não...

- Vamos aonde quiser, até outro país se for de seu desejo, mas pare de chorar. Não suporto isso, meu anjo.4

Camila estava num pranto tão profundo, que nem se deu conta do que a esposa havia chamado-a.

- Me conte o que você tem. Porquê está assim? - Lauren murmurou nervosamente, afastando-se um pouco para que pudesse pegar gentilmente no rosto de Camila e fazê-la olhar para ela.

A morena soluçou, sem conseguir falar, as lágrimas escorrendo pelo rosto pequeno e delicado.

- É que... anh...

- Shhh... - Ela lhe beijou os cabelos, balançando-a em seu colo. - Calminha, estou aqui. Só me diga o que têm, por Deus... está assim por mim? - Ela perguntou, temerosa.

Camila tentou se acalmar, balançando a cabeça.

- Então porquê? – Ela insistiu, apertando-a levemente e passando o dedo pelo cabelos macios.

Amor demoníaco ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora