- Allyson, preciso ir à cidade fazer umas compras. - Camila disse no dia seguinte, pela manhã, arrumando o chapéu delicado na cabeça.
- Mas... não será melhor ir com a senhora Jauregui?
- Não, ela parece ocupada na biblioteca. - Ela respondeu com um suspiro. - Melhor não incomodá-la.
- Então vou pedir a algum criado que...
- Não é necessário. - A morena interrompeu. - Por favor, eu sei me cuidar Allyson. Lauren me deixa numa redoma de vidro, mas me sufoca. Vou sozinha, até mais tarde.
- Mas senhora!
Camila acenou com um sorriso e saiu.
Passou cerca de duas horas fazendo compras na cidade. Comprou livros, e até um presentinho para Allyson, Dinah... e algo para Lauren.
A morena enfiou a mão na sacola, enquanto se afastava da multidão na calçada. Pegou na mão o que tinha comprado para a esposa e sorriu.
Ia recolocar na sacola, quando alguém a agarrou brutamente por trás e lhe tapou a boca com um lenço.
Camila se debateu e gritou, mas a força da outra pessoa era infinitamente maior. Ela tentou olhar para trás, e então viu o rosto de Alan.1
- Olá, doçura.
Camila não pôde falar nada, pois a mão do homem lhe apertava a boca. E só então começou a sentir um cheiro forte penetrando suas narinas.
Tinha algo naquele lenço! Tentou gritar, fechar a respiração, mas logo seus sentidos ficaram lentos... e Camila foi caindo, sem forças.
Abriu os olhos e sua cabeça latejou. Viu-se numa escuridão. Tentou gritar, mas sua garganta doía.
Camila se ergueu com certo esforço e ficou de pé, olhando ao redor em busca de uma saída.
- A bela adormecida despertou enfim? - Ela ouviu uma voz logo atrás de si e pulou de susto, se afastando para longe com medo.
Alan riu e se aproximou. A leve luz que saía da porta entreaberta lhe iluminou o rosto, e Camila achou que ele parecia um louco naquele momento.
- Onde estamos? - Ela perguntou baixo, com a voz rouca. - Para onde me trouxe Alan?
- Calma boneca.
- Como quer que eu me acalme? - Ela gritou. - Onde estamos?!
- Estamos num lugar muito deserto, onde ninguém faz idéia de onde seja. - Ele respondeu, calmo. - Por isso pode gritar, espernear, fazer o que quiser, minha bela. Aqui só estamos você eu.
Camila começou a ficar seriamente desesperada. Suspirou, e tentou agir racionalmente.
- O que pretende com isso tudo? Por que está fazendo isto?
Ele sorriu.
- Vou te explicar por que. - O homem começou a andar lentamente ao redor de Camila. - Acho que você sabe que eu sempre trabalhei para Jauregui.
A morena piscou, soltando o ar.
- Na verdade eu só sabia que vocês eram sócios nos negócios, ou algo assim.
- Pois não é só isso. Na minha vida inteira eu tive que sofrer para fazer tudo o que sua esposa mandava. Ela era como uma rainha e eu seu súdito. - Alan deu de ombros. - Jauregui sempre foi a mais rica e poderosa, e eu no início não passava de um morto de fome. Quando ela me contratou, eu comecei a mudar de vida, e foi aí que me casei com Dinah. Porém para conseguir tudo o que tenho, tive que sofrer. Sofrer nas mãos de Lauren. Tudo o que ela mandava eu fazia, sem poder reclamar... e tinha que fazer as coisas perfeitamente, ou ela me colocava na rua novamente. Com o passar dos anos, me tornei um quase sócio de Jauregui. Começamos a trabalhar nos negócios dela juntos, mas claro que ela sendo superior. Sempre mandando, e eu cumprindo.
Camila soltou o ar. Não sabia nada daquilo, mas tampouco estava entendendo aonde Alan queria chegar.
- Ok, mas ainda não entendi seu ponto.
- Jauregui vai me deixar na rua! - Ele disse de repente, com amargura. - Esse é o ponto daqui. Depois de tantos anos de serventia e lealdade, ela resolveu que não precisa mais de mim. Me descartou. E agora vou perder tudo, querida Camila... eu e Dinah vamos ficar na rua, e tudo por causa do maldito egoísmo da sua esposa!
Camila o olhou, sem saber o que dizer.
- Eu sempre soube perfeitamente como Lauren era maldosa, não confiável, e vil. - Alan disse. - Mas nunca imaginei que ela pudesse fazer algo assim COMIGO! Que estou ao seu lado por anos, como um criado fiel! - Ele despejou, venenoso. - Ela não passa de uma pessoa má e sem coração, incapaz de ter pena ou de sentir generosidade.
- Não! - Camila disse, abalada.
Não era possível... Será que Lauren não havia mudado como ela pensara, e que continuava sendo aquela mulher fria que conhecera? Como ela seria capaz de colocar Dinah na rua?
- Sim! - Alan replicou com fúria, pegando Camila pelos cabelos de repente. - Jauregui ao final das contas continua a mesma, não é verdade?
Camila sentiu as lágrimas lhe pinicarem os olhos. Alan sorriu e jogou-a para frente, fazendo a morena cair ajoelhada no chão. Ela se encolheu, com o olhar perdido.
Alan se aproveitou da fragilidade da moça para se aproximar.
- Ora, não chore... - Ele disse, observando a primeira lágrima dela escorrer pelo rosto. - A decepção dói, não é? Ainda mais quando se trata de alguém que amamos. Camila prendeu um soluço, virando o rosto. - Será que você continua amando Jauregui, mesmo depois de descobrir que ela nunca mudará? - Alan sussurrou em seu ouvido. - As palavras que me disse há alguns dias, minha doce Camila Cabello, continuam valendo? Como foi mesmo...? Ah sim! "Eu o amo... ela é diferente do que os outros pensam, e está mudando!" A morena fechou os olhos com força.
- Agora vê que ela não mudou nada. - Ele continuou. - Que tipo de homem generoso faz o que ela pretende fazer? Jogar nas ruas um amigo fiel, que o conhece há anos... e colocar sua amiga na rua sem dó, nem piedade. Encare, Camila, ela nunca mudará. Nem mesmo você consegue mudá-la. Ela é um animal em corpo de mulher , não tem coração. Não sente piedade... carinho... nem amor.2
Camila se levantou com esforço, limpando o rosto.
- Pode ser verdade. - Ela murmurou, tentando ser fria. - Mas o que Lauren sente, ou não, não me importa agora. O que me importa é o motivo de eu estar aqui. Me diga, Alan, o que quer afinal comigo?
- Com você nada. Eu quero algo, mas com Lauren. E usarei você para chegar à ela.
Camila estava pálida, por isso se encostou na parede.
- Não entendo...
- Mandei um bilhete a sua esposa. - Alan suspirou, relaxado. - Se ela não mudar de
idéia quanto à me mandar para a rua, eu a mato.
A morena arregalou os olhos, tremendo.
- Mas não se preocupe, coisa linda... - Ele se aproximou e acariciou-a no rosto. - Só terei que matá-la se ela não aceitar minha proposta. Se ela aceitar, você está livre.
- E... c-como vai saber se ela aceitou?
- Eu deixei um endereço perto daqui, para que ele deixe a resposta escrita num papel, e com a assinatura dela garantindo que cumprirá sua palavra de me devolver o trabalho. Se até a meia-noite não houver uma resposta, ou se ela mandar alguém atrás de você, eu terei que matá-la. - Se aproximou de Camila. - Por isso, torça para que sua esposa faça as coisas certas, benzinho.+
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Últimos capitulos amorees! Comentem!
Vocês acham que a Lauren vai tentar salvar a Camila?
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Amor demoníaco ( Em Revisão)
Fiksi Penggemar-Não quer companhia para o passeio? - Uma voz irônica disse em voz alta no meio da chuva. Camila levou um susto tão grande que pulou. Conhecia aquela voz malévola... Como numa fumaça, Lauren foi aparecendo na frente dela. Primeiro os olhos, brilhand...