Capítulo 38

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- Allyson, preciso ir à cidade fazer umas compras. - Camila disse no dia seguinte, pela manhã, arrumando o chapéu delicado na cabeça.

- Mas... não será melhor ir com a senhora Jauregui?

- Não, ela parece ocupada na biblioteca. - Ela respondeu com um suspiro. - Melhor não incomodá-la.

- Então vou pedir a algum criado que...

- Não é necessário. - A morena interrompeu. - Por favor, eu sei me cuidar Allyson. Lauren me deixa numa redoma de vidro, mas me sufoca. Vou sozinha, até mais tarde.

- Mas senhora!

Camila acenou com um sorriso e saiu.

Passou cerca de duas horas fazendo compras na cidade. Comprou livros, e até um presentinho para Allyson, Dinah... e algo para Lauren.

A morena enfiou a mão na sacola, enquanto se afastava da multidão na calçada. Pegou na mão o que tinha comprado para a esposa e sorriu.

Ia recolocar na sacola, quando alguém a agarrou brutamente por trás e lhe tapou a boca com um lenço.

Camila se debateu e gritou, mas a força da outra pessoa era infinitamente maior. Ela tentou olhar para trás, e então viu o rosto de Alan.1

- Olá, doçura.

Camila não pôde falar nada, pois a mão do homem lhe apertava a boca. E só então começou a sentir um cheiro forte penetrando suas narinas.

Tinha algo naquele lenço! Tentou gritar, fechar a respiração, mas logo seus sentidos ficaram lentos... e Camila foi caindo, sem forças.

Abriu os olhos e sua cabeça latejou. Viu-se numa escuridão. Tentou gritar, mas sua garganta doía.

Camila se ergueu com certo esforço e ficou de pé, olhando ao redor em busca de uma saída.

- A bela adormecida despertou enfim? - Ela ouviu uma voz logo atrás de si e pulou de susto, se afastando para longe com medo.

Alan riu e se aproximou. A leve luz que saía da porta entreaberta lhe iluminou o rosto, e Camila achou que ele parecia um louco naquele momento.

- Onde estamos? - Ela perguntou baixo, com a voz rouca. - Para onde me trouxe Alan?

- Calma boneca.

- Como quer que eu me acalme? - Ela gritou. - Onde estamos?!

- Estamos num lugar muito deserto, onde ninguém faz idéia de onde seja. - Ele respondeu, calmo. - Por isso pode gritar, espernear, fazer o que quiser, minha bela. Aqui só estamos você eu.

Camila começou a ficar seriamente desesperada. Suspirou, e tentou agir racionalmente.

- O que pretende com isso tudo? Por que está fazendo isto?

Ele sorriu.

- Vou te explicar por que. - O homem começou a andar lentamente ao redor de Camila. - Acho que você sabe que eu sempre trabalhei para Jauregui.

A morena piscou, soltando o ar.

- Na verdade eu só sabia que vocês eram sócios nos negócios, ou algo assim.

- Pois não é só isso. Na minha vida inteira eu tive que sofrer para fazer tudo o que sua esposa mandava. Ela era como uma rainha e eu seu súdito. - Alan deu de ombros. - Jauregui sempre foi a mais rica e poderosa, e eu no início não passava de um morto de fome. Quando ela me contratou, eu comecei a mudar de vida, e foi aí que me casei com Dinah. Porém para conseguir tudo o que tenho, tive que sofrer. Sofrer nas mãos de Lauren. Tudo o que ela mandava eu fazia, sem poder reclamar... e tinha que fazer as coisas perfeitamente, ou ela me colocava na rua novamente. Com o passar dos anos, me tornei um quase sócio de Jauregui. Começamos a trabalhar nos negócios dela juntos, mas claro que ela sendo superior. Sempre mandando, e eu cumprindo.

Camila soltou o ar. Não sabia nada daquilo, mas tampouco estava entendendo aonde Alan queria chegar.

- Ok, mas ainda não entendi seu ponto.

- Jauregui vai me deixar na rua! - Ele disse de repente, com amargura. - Esse é o ponto daqui. Depois de tantos anos de serventia e lealdade, ela resolveu que não precisa mais de mim. Me descartou. E agora vou perder tudo, querida Camila... eu e Dinah vamos ficar na rua, e tudo por causa do maldito egoísmo da sua esposa!

Camila o olhou, sem saber o que dizer.

- Eu sempre soube perfeitamente como Lauren era maldosa, não confiável, e vil. - Alan disse. - Mas nunca imaginei que ela pudesse fazer algo assim COMIGO! Que estou ao seu lado por anos, como um criado fiel! - Ele despejou, venenoso. - Ela não passa de uma pessoa má e sem coração, incapaz de ter pena ou de sentir generosidade.

- Não! - Camila disse, abalada.

Não era possível... Será que Lauren não havia mudado como ela pensara, e que continuava sendo aquela mulher fria que conhecera? Como ela seria capaz de colocar Dinah na rua?

- Sim! - Alan replicou com fúria, pegando Camila pelos cabelos de repente. - Jauregui ao final das contas continua a mesma, não é verdade?

Camila sentiu as lágrimas lhe pinicarem os olhos. Alan sorriu e jogou-a para frente, fazendo a morena cair ajoelhada no chão. Ela se encolheu, com o olhar perdido.

Alan se aproveitou da fragilidade da moça para se aproximar.

- Ora, não chore... - Ele disse, observando a primeira lágrima dela escorrer pelo rosto. - A decepção dói, não é? Ainda mais quando se trata de alguém que amamos. Camila prendeu um soluço, virando o rosto. - Será que você continua amando Jauregui, mesmo depois de descobrir que ela nunca mudará? - Alan sussurrou em seu ouvido. - As palavras que me disse há alguns dias, minha doce Camila Cabello, continuam valendo? Como foi mesmo...? Ah sim! "Eu o amo... ela é diferente do que os outros pensam, e está mudando!" A morena fechou os olhos com força.

- Agora vê que ela não mudou nada. - Ele continuou. - Que tipo de homem generoso faz o que ela pretende fazer? Jogar nas ruas um amigo fiel, que o conhece há anos... e colocar sua amiga na rua sem dó, nem piedade. Encare, Camila, ela nunca mudará. Nem mesmo você consegue mudá-la. Ela é um animal em corpo de mulher , não tem coração. Não sente piedade... carinho... nem amor.2

Camila se levantou com esforço, limpando o rosto.

- Pode ser verdade. - Ela murmurou, tentando ser fria. - Mas o que Lauren sente, ou não, não me importa agora. O que me importa é o motivo de eu estar aqui. Me diga, Alan, o que quer afinal comigo?

- Com você nada. Eu quero algo, mas com Lauren. E usarei você para chegar à ela.

Camila estava pálida, por isso se encostou na parede.

- Não entendo...

- Mandei um bilhete a sua esposa. - Alan suspirou, relaxado. - Se ela não mudar de

idéia quanto à me mandar para a rua, eu a mato.

A morena arregalou os olhos, tremendo.

- Mas não se preocupe, coisa linda... - Ele se aproximou e acariciou-a no rosto. - Só terei que matá-la se ela não aceitar minha proposta. Se ela aceitar, você está livre.

- E... c-como vai saber se ela aceitou?

- Eu deixei um endereço perto daqui, para que ele deixe a resposta escrita num papel, e com a assinatura dela garantindo que cumprirá sua palavra de me devolver o trabalho. Se até a meia-noite não houver uma resposta, ou se ela mandar alguém atrás de você, eu terei que matá-la. - Se aproximou de Camila. - Por isso, torça para que sua esposa faça as coisas certas, benzinho.+

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Últimos capitulos amorees! Comentem!

Vocês acham que a Lauren vai tentar salvar a Camila?

Amor demoníaco ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora