Capítulo 7

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Uma semana se passou. Camila e Lauren sequer tinham mencionado o que houvera naquela noite, e embora dormissem no mesmo quarto todos os dias, era como se houvesse uma parede entre a cama. Camila e Lauren dormiam afastadas, e ela nunca mais tentara tocá-la novamente.

Mais calma com a possibilidade de que a esposa fosse deixá-la em paz por mais algum tempo, Camila andava mais tranqüila e menos nervosa; embora no fundo soubesse que uma hora Jauregui iria reivindicar seus direitos de esposa, o que ainda não tinha feito desde a cerimônia de casamento.

- Senhora. - Allyson se aproximou ansiosa.

Camila levantou os olhos e sorriu para a criada. A morena estava sentada sobre uma toalha, na sombra da parte de trás do Borboletário. Ali era calmo e ninguém a perturbava.

- Olá.

- Senhora, ainda aqui? - Allyson murmurou nervosamente. – A patroa está esperando-a para o almoço... e se me permite dizer, ela não está com um bom humor hoje.

- E quando ela está? - Camila perguntou fazendo um biquinho de emburramento.

- Bem, é a segunda vez que ela me pede para levar à senhora para dentro. E se não vier logo, ela virá buscá-la.

Camila deu de ombros, enquanto pegava na mão algumas flores coloridas que tinha pegado dentro do Borboletário (com ajuda de Allyson, claro).

- Não tenho medo dela. Além disso, estou sem fome. Pode avisá-lo que não irei almoçar hoje?

- Mas, senhora...

- Vá, Allyson.

A mulher saiu mais ansiosa do que tinha chegado. Camila respirou o ar refresco daquele dia, relaxada, enquanto apanhava mais algumas flores que estavam ao seu lado na toalha.

- Como é? - Lauren perguntou, sibilante como uma cobra.

- Ela não vai vir, senhora. Disse que está sem fome. - Allyson repetiu, pigarreando.

- Não me interessa... - Ela estava claramente controlando a fúria. - Camila vai comer comigo na mesa, nem que eu tenha que forçar a comida dentro da boca dela! - Ela disse com brutalidade.3

- Senhora, por favor! - Allyson pediu, chocada.

- Onde está? – A mulher se levantou da mesa, como um tigre cutucado.

- Senhora, não vá causar uma briga por causa disto! A menina ainda é jovem demais, não está acostumada com...

- Que se dane! - Ela disse de maus modos. - Se ela ainda não sabe como uma esposa deve agir, eu vou ensiná-la...2

- Mas...

- Allyson, não é só porque me conhece desde pequeno que eu vou permitir que interfira em meu casamento. - Lauren disse duramente, e a mulher se calou. - Agora com licença.+

Ela saiu feito uma rajada de vento, deixando para trás temor e uma angustiada Allyson.

- Levante-se para ir almoçar comigo, Camila. - Ordenou, quase aos gritos, quando se aproximou.

Camila olhou para cima e viu Lauren olhando-a ameaçadoramente.

- Allyson não mandou meu recado? - Perguntou calmamente, enquanto tirava uma fitinha de seu vestido para amarrar ao redor das flores em sua mão, fazendo um pequenino buquê colorido.

- Mandou, e se você pensa que vai agir com caprichos e mimos comigo está enganada. - Lauren disse autoritária. - Vai agir como uma esposa deve agir.

- E se eu não quiser? - Camila o olhou desafiante.

- Eu vou obrigá-la! - Lauren puxou Camila (que estava sentada) para ficar de pé, pelo braço. - E vou perder todo o respeito de esposa que tenho por você até agora!

- Ai! - O braço dela doeu pelo puxão brusco.

- Camila Cabello, você não é mais uma criança! Agora é uma mulher, pare de agir como se tivesse quinze anos!

- Você não pode me obrigar a nada!

- Sou sua esposa!

- Você sabe que eu nunca quis este casamento, não me considero sua mulher!

Lauren a olhou com os olhos soltando chispas escuras e sinistras. Camila achou, por um segundo, que ela ia bater nela. (N/A ainda não)

- Pois é melhor começar a se considerar... porque você É minha mulher. - Ela sussurrou, com o rosto bem perto do dela. - Vamos! - Ela grunhiu, apertando a mão fina dela até machucar e arrastando-a até dentro da Mansão, com a pequena Camila aos tropeços.2

- Está me machucando! - Ela gritou, quase chorando.

- Lauren! - Allyson

disse alto, quando os dois entraram na sala de refeições aos gritos.

- Sente-se! - Ela mandou, ríspida, soltando Camila e apontando para a cadeira do lado oposto da sua.

A morena tentou escapar, mas Lauren a puxou de volta pela cintura e a sentou à força na cadeira.

- Fique aí, ou vou perder minha paciência!

- Senhor, pelo amor de Deus! - Allyson se aproximou. Camila a olhou com súplica, pedindo ajuda.

Lauren não respondeu à criada.

- Coma, Camila. - Ordenou.

- Me deixe em paz, Jauregui! ODEIO você!

- Coma de uma vez, ou prefere que eu vá até aí lhe dar a comida? - Ela ameaçou, levantando-se da cadeira que estava sentada.

Camila grunhiu alto e pegou o garfo, olhando-o com fúria pelo canto dos olhos.

- Ótimo. - Ela resmungou, voltando a sentar-se.

Quando terminaram de comer, num clima pesado como chumbo, Camila levantou-se.

- Espero que esteja satisfeita! - Gritou.

- Não grite. - Ela disse.

Camila apertou as mãos, com ódio, e só então percebeu que ainda segurava o pequeno buquê de florzinhas que tinha feito.

Lauren se aproximou dela, tirou mini buquê de suas mãos e o jogou no chão, pisoteando-o.6

- Olhe o que fez! Acabou com as flores! - Camila exclamou, horrorizada, observando as

pétalas e folhas esmagadas no chão.

- Isso é para você ver que não pode viver sonhando com tudo mágico e colorido. - Lauren murmurou, implacável. - A vida real é bem diferente.

E saiu, com um olhar diabólico. Camila sentiu os olhos molhados, enquanto se abaixava para colher os restos do buquê.

Sim, a realidade era bem diferente de seus sonhos...

Amor demoníaco ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora