Uma semana se passou. Camila e Lauren sequer tinham mencionado o que houvera naquela noite, e embora dormissem no mesmo quarto todos os dias, era como se houvesse uma parede entre a cama. Camila e Lauren dormiam afastadas, e ela nunca mais tentara tocá-la novamente.
Mais calma com a possibilidade de que a esposa fosse deixá-la em paz por mais algum tempo, Camila andava mais tranqüila e menos nervosa; embora no fundo soubesse que uma hora Jauregui iria reivindicar seus direitos de esposa, o que ainda não tinha feito desde a cerimônia de casamento.
- Senhora. - Allyson se aproximou ansiosa.
Camila levantou os olhos e sorriu para a criada. A morena estava sentada sobre uma toalha, na sombra da parte de trás do Borboletário. Ali era calmo e ninguém a perturbava.
- Olá.
- Senhora, ainda aqui? - Allyson murmurou nervosamente. – A patroa está esperando-a para o almoço... e se me permite dizer, ela não está com um bom humor hoje.
- E quando ela está? - Camila perguntou fazendo um biquinho de emburramento.
- Bem, é a segunda vez que ela me pede para levar à senhora para dentro. E se não vier logo, ela virá buscá-la.
Camila deu de ombros, enquanto pegava na mão algumas flores coloridas que tinha pegado dentro do Borboletário (com ajuda de Allyson, claro).
- Não tenho medo dela. Além disso, estou sem fome. Pode avisá-lo que não irei almoçar hoje?
- Mas, senhora...
- Vá, Allyson.
A mulher saiu mais ansiosa do que tinha chegado. Camila respirou o ar refresco daquele dia, relaxada, enquanto apanhava mais algumas flores que estavam ao seu lado na toalha.
- Como é? - Lauren perguntou, sibilante como uma cobra.
- Ela não vai vir, senhora. Disse que está sem fome. - Allyson repetiu, pigarreando.
- Não me interessa... - Ela estava claramente controlando a fúria. - Camila vai comer comigo na mesa, nem que eu tenha que forçar a comida dentro da boca dela! - Ela disse com brutalidade.3
- Senhora, por favor! - Allyson pediu, chocada.
- Onde está? – A mulher se levantou da mesa, como um tigre cutucado.
- Senhora, não vá causar uma briga por causa disto! A menina ainda é jovem demais, não está acostumada com...
- Que se dane! - Ela disse de maus modos. - Se ela ainda não sabe como uma esposa deve agir, eu vou ensiná-la...2
- Mas...
- Allyson, não é só porque me conhece desde pequeno que eu vou permitir que interfira em meu casamento. - Lauren disse duramente, e a mulher se calou. - Agora com licença.+
Ela saiu feito uma rajada de vento, deixando para trás temor e uma angustiada Allyson.
- Levante-se para ir almoçar comigo, Camila. - Ordenou, quase aos gritos, quando se aproximou.
Camila olhou para cima e viu Lauren olhando-a ameaçadoramente.
- Allyson não mandou meu recado? - Perguntou calmamente, enquanto tirava uma fitinha de seu vestido para amarrar ao redor das flores em sua mão, fazendo um pequenino buquê colorido.
- Mandou, e se você pensa que vai agir com caprichos e mimos comigo está enganada. - Lauren disse autoritária. - Vai agir como uma esposa deve agir.
- E se eu não quiser? - Camila o olhou desafiante.
- Eu vou obrigá-la! - Lauren puxou Camila (que estava sentada) para ficar de pé, pelo braço. - E vou perder todo o respeito de esposa que tenho por você até agora!
- Ai! - O braço dela doeu pelo puxão brusco.
- Camila Cabello, você não é mais uma criança! Agora é uma mulher, pare de agir como se tivesse quinze anos!
- Você não pode me obrigar a nada!
- Sou sua esposa!
- Você sabe que eu nunca quis este casamento, não me considero sua mulher!
Lauren a olhou com os olhos soltando chispas escuras e sinistras. Camila achou, por um segundo, que ela ia bater nela. (N/A ainda não)
- Pois é melhor começar a se considerar... porque você É minha mulher. - Ela sussurrou, com o rosto bem perto do dela. - Vamos! - Ela grunhiu, apertando a mão fina dela até machucar e arrastando-a até dentro da Mansão, com a pequena Camila aos tropeços.2
- Está me machucando! - Ela gritou, quase chorando.
- Lauren! - Allyson
disse alto, quando os dois entraram na sala de refeições aos gritos.
- Sente-se! - Ela mandou, ríspida, soltando Camila e apontando para a cadeira do lado oposto da sua.
A morena tentou escapar, mas Lauren a puxou de volta pela cintura e a sentou à força na cadeira.
- Fique aí, ou vou perder minha paciência!
- Senhor, pelo amor de Deus! - Allyson se aproximou. Camila a olhou com súplica, pedindo ajuda.
Lauren não respondeu à criada.
- Coma, Camila. - Ordenou.
- Me deixe em paz, Jauregui! ODEIO você!
- Coma de uma vez, ou prefere que eu vá até aí lhe dar a comida? - Ela ameaçou, levantando-se da cadeira que estava sentada.
Camila grunhiu alto e pegou o garfo, olhando-o com fúria pelo canto dos olhos.
- Ótimo. - Ela resmungou, voltando a sentar-se.
Quando terminaram de comer, num clima pesado como chumbo, Camila levantou-se.
- Espero que esteja satisfeita! - Gritou.
- Não grite. - Ela disse.
Camila apertou as mãos, com ódio, e só então percebeu que ainda segurava o pequeno buquê de florzinhas que tinha feito.
Lauren se aproximou dela, tirou mini buquê de suas mãos e o jogou no chão, pisoteando-o.6
- Olhe o que fez! Acabou com as flores! - Camila exclamou, horrorizada, observando as
pétalas e folhas esmagadas no chão.
- Isso é para você ver que não pode viver sonhando com tudo mágico e colorido. - Lauren murmurou, implacável. - A vida real é bem diferente.
E saiu, com um olhar diabólico. Camila sentiu os olhos molhados, enquanto se abaixava para colher os restos do buquê.
Sim, a realidade era bem diferente de seus sonhos...
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Amor demoníaco ( Em Revisão)
Fanfiction-Não quer companhia para o passeio? - Uma voz irônica disse em voz alta no meio da chuva. Camila levou um susto tão grande que pulou. Conhecia aquela voz malévola... Como numa fumaça, Lauren foi aparecendo na frente dela. Primeiro os olhos, brilhand...