O labirinto do medo

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Capítulo 17 - O labirinto do medo

- Harry? - Chamou Snape olhando em volta. - Onde você está?

Nenhuma resposta foi dada, nenhum barulho foi feito. Snape abriu a porta do armário embaixo da escada mais uma vez procurando-o, verificando se ele estaria ali, mas não estava. Uma preocupação tomou conta de seu corpo, mal tinha reencontrado o garoto e já acabara de perdê-lo. Ali não tinha nenhum lugar que ele pudesse ir, a não ser...

- A escada. – Sussurrou Snape parecendo percebê-la somente naquele momento.

Devagar Snape subiu os três primeiros degraus quando a porta branca no alto da escada bateu com força.

- Harry?

Ninguém respondeu.

Snape subiu a escada correndo e tentou abrir a porta, mas ela estava trancada, a maçaneta não girava e assim não poderia passar para o outro lado, ver o que estava ali antes e nem achar Harry novamente.

- Não! – Gritou socando a porta.

Snape sabia que ali não dava para usar magia, ali era o mundo do Harry. Se quisesse chegar à algum lugar teria que pensar em alguma outra maneira. Pensando assim Snape voltou um degrau respirou fundo e se jogou contra a porta impulsionando toda sua força e peso em cima dela. Mas a porta era forte demais, pesada demais. Depois de cinco empurrões e um braço dolorido Snape sentiu a porta ceder e finalmente a maçaneta quebrou deixando-o passar.

Seus olhos demoraram para conseguir entender onde estava, até mesmo seu cérebro demorou para entender o que era aquilo.

Um labirinto.

Uma sensação estranha começou a subir por seu corpo, sua espinha estava arrepiada e seus olhos totalmente alertas. Aquilo era medo. Estava sentindo medo, um medo que não sentia há muitos anos, até mesmo se sobressaltou quando a porta fechou com um baque forte atrás de si isolando-o naquele lugar escuro e funesto.

O ar estava frio e o chão era de terra molhada. Havia paredes por todos os lados, cheias de musgos e plantas venenosas que subiam por toda a sua extensão.

- Harry? - Chamou esperando ouvir a voz de criança dele, mas só ouviu seu próprio eco reverberando por todo o lugar

Ficar parado não iria ajudar em nada e Snape sabia disso. Passo após passo ele foi adentrando o labirinto, passando por paredes idênticas e confusas. Se perdendo em entradas sem saída. O suor já escorria de seu rosto e suas mãos estavam sujas com o musgo das paredes onde precisava tocar para saber onde estava indo.

Que lugar era aquele? Se perguntava enquanto gritava por Harry e corria atrás dele sem saber se estava realmente tendo algum progresso, pelo que sabia podia estar ali há horas ou dias.

Quando suas pernas não aguentavam mais correr e sua respiração estava descompassada quase levando-o ao chão de cansaço ele parou escorando-se em um pequeno pedaço da parede que não tinha espinhos venenosos, mas quando suas pernas estavam a ponto de não suportar mais ficar em pé um movimento alertou seu corpo que se enrijeceu na hora.

Um vulto.

- Harry?

Ele sabia que era impossível seguir alguém em um labirinto, mas precisava fazer, precisava correr mais rápido do que estava correndo, precisava sentir o coração bater mais forte do que estava batendo, precisa disso, precisava sentir que estava fazendo alguma coisa e mesmo que soubesse que estava completamente perdido, não parou.

Enquanto corria Snape só conseguia ouvir seus próprios passos e respiração. Tudo ali era puro silêncio e o estava deixando nervoso, muito nervoso. Suas mãos deslizavam pelas paredes sempre procurando uma entrada e o protegendo de bater em um muro ou em uma planta. Mas ele sabia que seu corpo não era tão resistente e o tempo ali não era contado. Logo não conseguiria mais correr e acabaria perdido naquele estranho lugar.

As Coincidências de Nossas Vidas (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora