As Coincidências de Nossas Vidas (Severitus)

De volta ao lar

Capítulo 21 - De volta ao lar

- Harry? Harry! Madame Pomfrey venha rápido. – Gritou Hermione vendo Harry abrir os olhos. – Harry! Graças à Mérlin.

Hermione praticamente pulava ao seu lado tamanha a felicidade de vê-lo acordado. Com cuidado fez o menino tomar um copo d'água e o ajeitou melhor na cama, ele olhava tudo atordoado, não entendia o que estava acontecendo, não sabia como tinha voltado, tinha a sensação que ainda não estava completamente em seu corpo. Madame Pomfrey veio correndo ao ouvir os gritos de Hermione, pelos gritos a enfermeira pensava que havia acontecido algo muito grave, mas pôde se acalmar ao ver Harry deitado com os olhos abertos.

- Oh! Senhor Potter, que bom que acordou. Vejo que acordou também, Severus.

Hermione só percebeu agora que o professor estava com os dois olhos bem abertos e olhava para ela como se fosse a única pessoa da sala. A menina não pôde esconder o sorriso de alivio que brotou em seus lábios.

Harry virou-se imediatamente quando ouviu o que a enfermeira havia dito. Seus olhos encontraram os de Snape que estava deitado ao seu lado, ainda segurando sua mão. Por um momento nenhum dos dois falou ou fez nada, mas Harry sentiu sua mão sendo apertada pela do mestre e não conseguiu segurar as lágrimas.

- Severus. – Disse Harry atirando-se nos braços de mestre de poções e o abraçando com força. Para completa surpresa da enfermeira e da grifinória que assistiam, os braços de Snape enlaçaram o corpo de Harry e abraçando com força enquanto o garoto enterrava o rosto em seu pescoço. Os dedos de Snape passeavam pelos cabelos despenteados tentando acalmar Harry que chorava tremendo.

Hermione e Madame Pomfrey tiveram tato suficiente de se afastarem um pouco e fecharem o biombo deixando os dois em um momento só deles.

- Conseguimos. – Disse Snape dando um beijo na cabeça de Harry, naquele momento ele não estava ligando se sua máscara de professor de gelo estivesse caindo, naquele momento ele estava feliz demais por estar de volta, emocionado demais por tudo que passou e todas as sensações novas que descobriu. Pensara que não conseguiria voltar, ainda que soubesse que Harry voltaria. Ao correr com ele pelo jardim do castelo em direção aos tios e Voldemort, seu corpo estava deteriorado, estava há muito tempo dentro da mente do grifinório e o esforço de ficar ali o estava matando. Seu peito esforçava-se ao máximo para conseguir respirar e suas pernas quase não o aguentavam, a dor em seus músculos era gritante, ainda assim conseguiu forças o bastante para seguir adiante junto a ele, sabia que poderia não voltar, mas daria sua vida caso fosse necessário para que Harry ultrapassasse aquela última barreira e voltasse ao mundo real. E então quando imaginou-se morto, seus olhos abriram-se e se depararam com os olhos âmbar da menina e depois os verdes do menino que agora se acalmava em seus braços. Depois de tanto tempo amargurado, a felicidade estava novamente tomando conta de seu coração e ele a recebia com muito prazer.

- Sim, nós conseguimos, conseguimos juntos. – Soluçou Harry que já se acalmava descansando um pouco a cabeça do peito de Snape.

Os dois comentaram as coisas que passaram para certificarem-se de que não era um sonho, que realmente tinham enfrentado tudo aquilo. E depois apenas permaneceram assim, abraçados acalmando seus corações emocionados.

- Professor Snape. – Chamou Madame Pomfrey. – Posso abrir o biombo? O diretor quer lhe falar.

Snape arrumou-se na cama ficando sentado, Harry se sentou também, mas estava ainda muito fragilizado com tudo que passara, por isso Snape permaneceu com as mãos nas dele, mostrando que estava ali e que estaria lhe dando forças. Quando deu permissão a enfermeira abriu o biombo revelando-os para um Dumbledore que imediatamente abriu um largo sorriso, uma Minerva McGonagall surpresa, Hermione tímida e Dobby logo atrás dos dois com seus olhinhos brilhando de felicidade. O diretor caminhou lentamente até a cama, olhou muito para seus dois meninos e não pode deixar de sentir uma felicidade em seu coração, havia conseguido fazer um professor mal amado aprender que pode ser amado por outras pessoas e fez com que Harry confiasse em seu professor e acima de tudo fez com que o menino tivesse alguém para compartilhar sua vida.