Capítulo 19 - Uma conversa interessante

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Capítulo 19 - Uma conversa interessante

- Ron chega!

- Chega nada, já faz duas semanas que eles estão da mesma maneira. Como pode ter certeza que o sebosão não o matou, se não fez os pesadelos dele piorarem?

- E como vamos saber se ele não está fazendo o máximo para salvá-lo? Não se esqueça que ele também corre risco de morrer.

- E quem é que se importa com ele?

Hermione queria gritar que ela se importava, que por algum motivo ela sentiria falta se acontecesse algo com o professor. Mas engoliu cada palavra que estava em sua língua pronta para ser jogada na cara de seu namorado. Eles já haviam brigado algumas vezes e sempre pelo mesmo motivo, já não aguentava mais as desconfianças do ruivo para com a mesma pessoa. Snape.

Eles estavam no jardim, exatamente no lugar onde duas semanas atrás Snape a fez sentir um arrepio que nada tinha a ver com medo. Hermione olhou para aquela árvore, lembrando daquela tarde gostosa, do toque suave das mãos de Snape, dos olhos negros como a noite e do leve odor de ervas que ele exalava. Só saiu do transe quando Rony bateu palmas na sua frente.

- Você está me ouvindo?

- Não, eu não estou te ouvindo Rony porque não tenho tempo para ouvir besteiras suas, com licença.

Hermione ia saindo batendo o pé quando Rony veio correndo e a segurou pelo braço.

- Está me machucando!

- Eu sou seu namorado e mereço respeito, mereço que fale comigo decentemente.

- Eu não falarei decentemente com alguém ignorante e insensível feito você. E você não é meu namorado. Não mais.

- Como assim não?

- Não é, pois estou te deixando. Cansei de você, cansei das suas grosserias, das suas birras, chega! – Gritou Hermione tirando a aliança e jogando em Rony.

- É outra pessoa não é? Você tem outro alguém. O que ele tem de melhor que eu não tenho?

- Tudo. Ele é bem melhor do que você, muito mais íntegro, muito mais respeitoso, o homem que você jamais será.

Hermione saiu correndo para dentro do castelo deixando Rony com cara de quem havia acabado de levar um soco olhando a aliança jogada pela ex namorada em suas mãos. Nenhum aluno questionou quando a viram correndo e chorando em direção à ala hospitalar. Para eles nada mais era do que o medo de perder o seu amigo Harry Potter ainda em coma, nenhum deles imaginaria quais eram as reais emoções daquela menina naquele momento.

Madame Pomfrey não estava na ala hospitalar e isso foi um alívio merecedor, pois assim poderia derrubar as lágrimas que quisesse pela pessoa que mais atingia seu coração com saudades e angustias. Caminhou lentamente até o leito de Harry e tirou os cabelos revoltos de seu rosto dando um leve beijo em sua testa. Mas o objetivo de sua ida não era o seu amigo ternamente deitado em um sono profundo e sim o homem que mexeu com suas bases estruturais, que derrubou as barreiras de atração que tanto ergueu escondendo o desejo que sempre sentiu. Snape parecia dormir tranquilamente e nunca Hermione o viu com uma expressão tão serena em seu rosto. Estava calmo, como se nada pudesse atingi-lo, como se a menção de nunca mais voltar a viver não fosse capaz de estragar um belo sonho. Seus cabelos estavam espalhados pelo travesseiro e Hermione fez questão de arrumá-los colocando atrás da sua orelha. Suas mãos passearam pelo seu rosto pálido e assim como em seu amigo depositou um beijo doce e terno em sua testa. Seu dedo pousou nos lábios entreabertos do professor e foi com grande esforço que não encostou os seus nos dele. Ao invés disso desviou seu olhar para as mãos dadas dele e de Harry.

As Coincidências de Nossas Vidas (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora