As Coincidências de Nossas Vidas (Severitus)

Um bom sonho

Capítulo – 33 - Um bom sonho

Hermione largou o livro em uma mesa e correu para o homem encolhido tirando seus cabelos de seu rosto. Lágrimas escorreram por seu rostUm bom sonhoo ao ver a expressão de dor que ele tinha. Snape abriu os olhos devagar e fitou o rosto assustado da grifinória.

- Calma, eu vou chamar o Harry.

- Não. – Disse a voz surrada de Snape. – Fique.

- Você precisa de ajuda.

- Não, não. – O sussurro foi tão suplicante que Hermione sentiu-se presa aquele homem que segurava sua mão com força.

- Está bem eu fico, mas não fale, você está muito fraco. – Pediu Hermione levantando a cabeça dele e apoiando em sua perna. Ficou em silêncio por alguns instantes, apenas observando-o. Seus dedos tremiam com o nervosismo de o ver daquela forma, ainda assim acariciavam o rosto suado e sujo do mestre. - Consegue se levantar? – Perguntou quando sentiu que os espasmos do corpo haviam cessado.

Snape fez que sim com a cabeça. Hermione ajudou-o a levantar apoiando o pesado corpo nela. Devagar, eles chegaram ao quarto do professor. Ela o ajudou a se deitar arrumando os travesseiros. Ele estava muito dolorido e gemia a cada toque. Hermione o viu apontar para uma mesinha onde tinha dois frascos de poções. Snape quase gritou de dor ao ter que levantar a cabeça para tomar a poção que fez efeito na hora, deixando-o adormecido. Hermione arrumou o corpo do professor e observou suas feições suavizarem. Ele parecia estar tranquilo, mas a respiração ainda era difícil. Hermione ficou por um tempo longo apenas o observando, mas a volta dos espasmos a fez correr pela mansão.

- Harry! – Chamou batendo na porta do amigo.

- Mione, que foi? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Harry abrindo a porta e encontrando a amiga chorando.

- Aconteceu Harry, é o Snape, ele voltou.

Harry arregalou os olhos e saiu disparado pelo corredor entrando no quarto onde Snape estava adormecido em cima da cama. O grifinório se aproximou e segurou levemente a mão dele mordendo o lábio de raiva por ter que vê-lo daquela forma, tão debilitado e vulnerável. Mas o ódio maior era porque somente naquele momento entendeu que Snape fizera aquilo, não a mando de Dumbledore, não pelo diretor ou a sociedade bruxa, mas sim por ele, o sacrifício foi para que ele, Harry, ficasse bem. Era tudo culpa dele.

- Harry? - Chamou Hermione. – O que faremos?

- Vou chamar o professor Dumbledore e se tiver sorte a Madame Pomfrey estará no castelo também.

Harry se dirigiu à biblioteca para mais uma vez se conectar com a lareira do diretor. Dumbledore estava em sua mesa anotando algo em um grande livro, mas largou a pena ao ver a expressão assustada do menino que pousara em seu escritório.

- Harry, o que aconteceu?

- Severus voltou, mas eu não sei o que fazer, ele está muito machucado. – Disse o menino mexendo as mãos nervosamente. – Por favor ajude-o.

- Acalme-se menino, vai ficar tudo bem, por sorte Madame Pomfrey não foi para casa nessas férias e está na ala hospitalar.

Dumbledore pediu à um dos elfos que chamasse Pomfrey e esperou em silêncio até que a medibruxa apareceu com seu estojo de poções e curativos e os três puderam se dirigir de volta à mansão onde Hermione aguardava ansiosa. Dumbledore não expressou em palavras o que estava sentindo por ver Snape daquela forma, tão quebrado e machucado, adormecido a base de forte poção afim de não sentir dor enquanto seu corpo se recuperava. Jamais, em todos os anos que Snape era espião, o diretor o vira da forma como voltava das reuniões com o Lord. Snape jamais permitiu, e sempre dizia que estava bem e agora sabia o porquê das mentiras. À que tinha submetido seu protegido? E por que chamá-lo de protegido, se proteger era o que ele menos fazia? Harry que estivera apenas observando chegou perto de Dumbledore e com um ódio e ressentimento falou baixo ao lado do diretor.