Mais descobertas

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Capítulo 8 - Mais descobertas

É incrível como as palavras algumas vezes não conseguem sair quando se deseja falar, principalmente quando se quer gritar, assim como Harry desejava desesperadamente gritar. Gritar ao mundo quem fora o verdadeiro assassino de seus pais.

- Foi ele!

Por culpa dele Harry jamais sentiu como era o carinho de uma mãe, uma mãe verdadeira, aquela que o amamentou, aquela que o trouxe ao mundo, aquela que morreu por ele. Jamais sentiu, jamais iria sentir. Era impossível para ele olhar nos olhos verdes esmeraldas de Líllian Evans e dizer que a amava. Nunca poderia jogar quadribol com seu pai e pedir conselhos sobre os amores. Nunca. Eles estavam mortos e por culpa dele.

- Não, não, não, não, não. Não pode ser!

A pequena compaixão que foi crescendo aos poucos dentro do peito de Harry desde que começara a ler o diário do mestre de poções acabou-se em apenas um segundo. Como pudera ter pena dele? Como pôde sentir-se mal por ler as palavras de sofrimento da pessoa que matou seus pais? Como?

- Harry?

A voz que lhe chamava era clara e conhecida, mas o cérebro de Harry só conseguia processar um nome em sua mente. Snape. O causador de suas lágrimas, o causador de sua desgraça e solidão.

- Harry o que está fazendo?

As mãos macias e delicadas postaram-se em cima da sua que sem perceber estavam roxas de tanto apertar o diário agora amassado

- Eu quero matá-lo.

Logo após dizer isso Harry percebeu que não era mentira, ele queria sair dali, correr pelos corredores gelados e vazios, descer para as masmorras e derrubar a porta de madeira da sala de Snape para enfim colocar suas mãos envolta do pescoço do professor e apertá-lo, apertá-lo até que visse que o mínimo de cor existente em sua pele macilenta foi embora junto com sua alma.

Hermione, que estava sem sono, pegou um livro em seu quarto e desceu até a sala comunal esperando estar finalmente livre das brincadeiras dos gêmeos e poder estudar em paz. Mas a sala não estava vazia, havia alguém nela, alguém chorando encolhido no sofá, alguém com os cabelos revoltos. Harry forçava seus olhos deixando-os fechados enquanto suas lágrimas caiam em seu colo, suas mãos apertavam com tanta força o pequeno diário que era possível ver o sangue preso.

Parecia impossível dele escutar, por mais que chamasse diversas vezes e Hermione sentiu que aquilo não era simplesmente um ataque de estresse que ultimamente o amigo vinha tendo. Aquilo era mais, era algo que o atingiu no fundo da alma, que o despedaçou.

- Harry? – Hermione ajoelhou-se em frente ao amigo e acariciou o seu rosto. – O que houve?

O menino nada respondeu, Hermione segurou seu rosto com força, o obrigando a olhar em seus olhos.

- Harry fala comigo, me conta o que você tem, desabafa ou tenta pelo menos, se você não se sentir bem você pode parar de falar, mas não me deixa sem uma resposta.

- Eu sei quem causou a morte dos meus pais.

- Todos sabem que Você-Sabe-Quem assassinou seus pais.

- Não! Não foi Voldemort, foi Snape.

- Snape? Como assim Snape?

- Aquele maldito morcego sem coração falou algo para Voldemort que o levou direto a meus pais, ele os matou Hermione, ele é o culpado e ainda disse que amava minha mãe. – O menino levantou tão rápido que Hermione precisou se apoiar para não cair sentada no chão.

- Espera um pouquinho. – Disse a amiga levantando-se. – Primeiro se acalma ou você terá um treco. Agora me diz que história é essa do Snape ter matado seus pais e amado sua mãe? De onde você tirou isso?

As Coincidências de Nossas Vidas (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora