A hora da verdade

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Capítulo 18 - A hora da verdade

- Novamente terei que perguntar onde está a graça?

- É que eu nunca pensei que veria o meu Mestre de Poções quase se afogando. Vamos, sai daí logo, eu te ajudo.

Harry estendeu a mão, mas Snape era orgulhoso demais para aceitar a ajuda de uma pessoa que continuava rindo dele. Ignorando a mão estendida Snape saiu da piscina sozinho se arrependendo logo em seguida. Suas pernas estavam fracas e o derrubaram de joelho no chão. Em seu peito havia uma dor aguda e sua cabeça girava. Sentia-se exausto, sabia que suas forças estavam diminuindo a cada pesadelo que passavam. Em seu íntimo, rezava para que não estivesse mundo longe de terminar. Queria salvar Harry e o leva-lo de volta a vida, mas não desejava morrer no processo.

Depois de alguns minutos apenas respirando e retomando a energia que precisava para continuar percebeu que Harry estava agachado ao seu lado, com a mão em seu ombro e olhos preocupados.

- O que houve? – Perguntou o menino.

- Nada. Estou bem, só fiquei ao sair da piscina.

Com ajuda do menino Snape se levantou e retirou a água dos cabelos, estava todo encharcado, infelizmente não tinha muito o que fazer com suas roupas que estavam até mesmo pesadas devido estarem molhadas. Harry estendeu a mão com uma toalha para que o professor pudesse se secar decentemente. Snape jogou a toalha encharcada no chão e tirou seu sobretudo, ficando apenas com a camisa branca.

- Por que você não tira a camisa e espera seu corpo secar? Juro que não vou contar para ninguém a sua verdadeira forma. – Disse Harry em tom de brincadeira.

- Ficarei com minha camisa e não me importo com o que o senhor queira falar com seus amigos.

- Tudo bem então, professor.

- Quer dizer que agora o senhor me conhece?

- Bom, faz cinco anos que te conheço e posso dizer que te conheço melhor que qualquer aluno, se me der a liberdade tenho que dizer que seus cabelos não são tão sebosos quanto comentam na escola e você não parece ser tão magro quando dizem.

- Primeiro, eu não lhe dei liberdade para fazer tais comentários, segundo eu tenho higiene ao contrário de você que nem ao menos penteia os cabelos, Potter.

Apesar de tentar não demonstrar aquilo chocou Harry de uma forma inesperada. Quer dizer que agora era Potter novamente? O tom na voz de Snape havia mudado, não era mais baixa, doce e confortável como antes quando se encontraram na casa de seus tios e nem no labirinto. Agora era arrogante, cruel e irônica como sempre fora desde que se conheceram no primeiro ano de Hogwarts. Era o mesmo tom de quando se odiavam. Isso queria dizer que Snape o odiava agora também?

- O que foi? - Perguntou Snape vendo Harry com a cabeça baixa e os lábios franzidos.

- Nada importante.

- Após eu ter passado tudo o que passei aqui na sua mente, qualquer coisa que aconteça com você é uma informação importante.

- Já disse que não é nada. – Respondeu Harry antes de dar as costas para Snape e sair andando pelo piso molhado.

- Eu pedi para me falar o que foi. – Disse Snape segurando Harry pelo braço e obrigando-o a olhá-lo. – Eu não vou correr o risco de ficar preso em um pensamento seu porquê o senhor não quer me dizer o que tem, a minha vida também corre riscos aqui dentro.

- Tudo bem, se quer tanto saber o que foi, eu falo. Você me chamou de Potter.

Snape largou o braço de Harry e o olhou com a testa franzida. Jamais esperou que fosse uma coisa tão simples assim, era apenas uma forma de tratamento, nada mais que isso. Por que aquele menino se importava tanto assim com a forma como era chamado?

As Coincidências de Nossas Vidas (Severitus)Onde histórias criam vida. Descubra agora